As trepadeiras são espécies vegetais com caules herbáceos e lenhosos, porém mais frágeis que não se sustentam sozinhas, daí a necessidade de se apoiarem em tutores como pérgulas, caramanchões, muros, paredes, cercas, entre outras estruturas.
Características:
- Perenes
A maioria das espécies é perene, exceto algumas anuais, tais como a capuchinha (Tropealoum majus), espécie com flores bastante utilizadas na culinária, a gloria-da-manhã (Ipomaea purpúrea), com flores que lembram um pires. Também algumas se destacam por perderam suas folhas ou modificarem sua aparência sob algumas condições de clima:
- Queda de folhas – falsa-vinha (Parthenocissus tricuspidata), amor-agarradinho (Antigonon guatemalense), glicínia (Wisteria floribunda), etc.
- Alteração de cor das folhagens: falsa-vinha (Parthenocissus tricuspidata), com folhagem verde claro, muda de tonalidade no outono (fica avermelhada) e cai nas épocas frias.
- Raízes superficiais
As raízes das trepadeiras não se aprofundam no solo, são mais superficiais, tendendo a se esparramar em torno do tronco. Por esse motivo, ao plantá-las, deve-se fazer uma cova mais larga o que profunda.
Inconvenientes:
Em alguns casos, essas plantas são trabalhosas em termos de manutenção, conforme considerações abaixo:
* Espécies muito agressivas: as que forem mantidas podadas, algumas espécies podem danificar estruturas de construção como muros, paredes e telhados, como por exemplo:
- Primavera (Bougainvillea sp): pode atingir a altura de uma árvore, se não conduzida e podada adequadamente pode até levantar telhados;
- Unha-de-gato (Fícus pumila): se houver frestas nos muros ou nsa paredes a unha-de-gato penetra e pode provocar o alargamento da estrutura. Portanto deve ter susa pontsa aparadas a cada dois meses, sendo mantida a 10 cm de espessura.
* Queda excessiva de folhas: pode ser um problema em algumas situações. Se a limpeza for um incômodo. é conveniente não plantar espécies que soltem muitas folhas, tais como primavera, tumbergias, entre outras, próximos a piscinas ou junto de calhas, pela sujeira ou possível entupimento de drenos.
* Necessidade de condução e poda específicas: para uma boa frutificação, no caso da videira e do maracujazeiro, é necessário conduzir seus ramos e realizar podas em épocas adequadas. Isso requer técnicas de poda específicas e tempo.
* Algumas espécies são consideradas daninhas: algumas trepadeiras podem provocar um verdadeiro incômodo, pelo crescimento rápido e ramagem envolvente, como por exemplo, a corriola (Ipomoea cairica e Ipomoea hederifolia). A amarelinha (Thumbergia alata) ocorre espontaneamente em solos agrícolas, é considerada dninha pelos agricultores.
Qualidades estéticas
As trepadeiras são bastante valorizadas no paisagismo pelas seguintes características:
- Flores: diversas formas, tamanhos e cores, em diferentes épocas de florescimento;
- Folhagem colorida: folhas com cores e texturas variadas. Algumas espécies são variegadas;
Frutos: algumas trepadeiras são frutíferas comestíveis, bastante conhecidas como o quiwizeiro, videira, maracujazeiro, etc.;
Forma: as trepadeiras com desenvolvimento em suporte ou tutor, podem adquirir forma e direção variável de acordo com o objetivo pretendido.
Tipos de trepadeiras
É importante conhecer o tipo de crescimento das trepadeiras, para poder providenciar a estrutura de apoio. As trepadeiras são classificadas de acordo com o tipo de crescimento em:
- Trepadeiras volúveis:
Possuem caules que se enrolam helicoidalmente, num tutor ou planta de forma natural, sem auxílio de órgãos de fixação. Esses movimentos são regidos por topismo, tendência que têm as plantas trepadeiras volúveis quando se encostam a um objeto sólido, de crescer em sua direção. Quando a extremidade do caule se enrola no tutor em sentido contrário ao do movimento dos ponteiros de um relógio denomina-se sinostrorso, como a ipomea (Ipomoea sp), se no mesmo sentido dos ponteiros de relógio, denomina-se dextrorso, como a madressilva (Lonicera caprifoli).
- Trepadeiras sarmentosas:
Possuem órgãos especiais para fixação tais como: ganchos, gavinhas, espinhos curvos, raízes fixadoras e outros. Assim, conseguem subir em treliças, cercas e, algumas espécies, paredes e muros.
- Gavinhas: possibilitam a fixação da planta em um suporte, como por exemplo, o cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta) e maracujá (Passiflora edulis).
- Existem algumas espécies terminadas por um disco que se fixa como uma ventosa, como no caso da falsa-vinha (Parthenocissus tricuspidata).
- Outras ainda, por uma espécie de garra que se fixa às rugosidades do suporte, como a unha-de-gato (Fícus pumila).
- Raízes grampiformes: raízes adventícias formadas nos nós dos caules, exemplo, hera-inglesa (Hedera helix), filodendros (Philodendron sp.).
Trepadeiras cipós:
Emitem longos caules que, depois de subirem consideravelmente, se arqueiam pelo peso das folhas e flores. Nas extremidades, aparecem novos brotos, repetindo o processo de desenvolvimento. Ex.: sete-léguas (Podranea ricasoliana).
Arbustos escandentes:
São ideais para coroamento de muros por apresentarem ramos e caules que se alongam a fim de se apoiar nesses, aumentando sua altura, podendo enfeitá-los ou escondê-los. Há necessidade de amarrá-los até chegar ao topo do muro, qundo começam a pender. Se plantadas isoladamente, podem adquirir porte arbustivo. Não possuem órgãos e fixação. Ex.: alamanda (Alamanda cathartica), primavera (Bougainvillea sp.), entre outras.
Saturday, 5. October 2013
Pretendo enfeitar um muro com a trepadeira Seteleguas e gostaria de ver fotos com a técnica de poda. Devo cortar só as pontas ou eliminar galhos inteiros á partir do tronco? Desde já, muito obrigada.