A propagação vegetativa pode se dar de diversas maneiras, feita através de estaquias ela é uma técnica de clonagem. É de grande utilidade para melhorar espécies florestais, ou para plantio em produções comerciais, a partir da multiplicação de árvores. Através da estaquia você pode obter indivíduos idênticos geneticamente, o que do ponto de vista biológico não é vantajoso.
Estaquia: O que é?
É a multiplicação de uma planta, ou árvore, através de uma reprodução assexuada. É bastante usada em locais onde há produção de mudas de plantas, principalmente para jardins ou reflorestamento, ornamental e frutífero.
A estaquia é feita através do plantio de um ramo ou folha da planta, a partir daí uma nova planta se desenvolve depois do enraizamento da estaquia. Então você planta um “pedaço” ou uma parte da planta que pretende fazer a cópia e replantar.
Nem todas as espécies podem ser replantadas dessa maneira, cada espécie tem métodos diferentes que devem ser mais adequados as suas necessidades de replantio.
Mas a vantagem de replantar através de estaquias, é que é mais fácil da planta pegar, ela se desenvolve mais rápido, além de você conservar as mesmas características da planta matriz.
Como se faz a estaquia?
Em cada planta elas podem ser feitas de diversas maneiras, e é preciso saber qual o melhor método para cada espécie. Como estaquias é um meio muito rápido para fazer, você pode tentar de várias formas até que uma dê certo.
As estacas podem ser feitas com diversas partes da planta e os procedimentos são bem simples também, veja detalhadamente:
Ramos novos
É o melhor método de estaquia para plantas ornamentais, por causa da clonagem.
Ele é feito da seguinte forma: Um ramo lateral é cortado, que será a estaca, de cerca de 10 cm de tamanho, os ramos mais bonitos e saudáveis são melhores para brotar geralmente.
Depois de retirar as folhas da base do ramo, para estimular o crescimento das raízes, colocamos o pequeno ramo em um substrato já preparado para o plantio, cubra com terra toda a parte de onde você retirou as folhas.
Algumas pessoas usam plantar a muda primeiro na água, para depois que o ramo enraizar ser plantado na terra. Desse jeito, dá pra ver se o ramo está se desenvolvendo ou não.
Ramos semi-lenhosos:
É bastante comum esse tipo de estaquia em plantas arbustivas. É feito quase da mesma forma que o de ramos novos, mas a estaca deve ser um pouco maior, com uns 15 cm. Nesse caso, o que deve mudar é que as outras folhas que você não cortou, deve cortá-las pela metade, isso diminui pela metade a perda de água da planta por transpiração. Depois de plantar no vaso é só esperar brotar.
Ramos lenhosos:
Esse é mais usado para fazer com árvores, a maioria frutíferas, roseiras e arbustos também. Para algumas espécies que perdem folhas em alguma estação, é preferível fazer estacas delas quando estiverem sem as folhas. Também é feito quase da mesma forma, mas com ramos também um pouco maiores, com 30 cm.
Como esse tipo de planta geralmente fica muito grande, você pode plantar a estaca no local fixo logo de cara, mas é aconselhável o vaso primeiro, ou sacos de mudas, dá pra manter o cuidado mais apto pro local onde você pretende plantá-la futuramente.
Folhas:
É uma metodologia usada mais para plantas ornamentais e principalmente com suculentas, esse tipo de estaquia gera plantas muito parecidas com a original, o que é muito interessante.
Depois de escolher as folhas saudáveis da planta e tirando-as da base, um terço dela deve ser enterrado no substrato já tratado. Também pode ser feito na água primeiramente, e depois passado pra terra. O processo acontece da mesma forma, as folhas enraízam e formam o começo da nova planta.
Para espécies como o Pínus, a propagação feita por estaquias é usada a décadas pelas empresas que preferem adotar o sistema de estacas enraizadas para a propagação progressiva do eucalipto.
Para o Pínus ainda é um pouco difícil o enraizamento por causa da recuperação da idade fisiológica da planta. Como a estaquia é conhecida como clonagem, é preciso utilizar as partes novas das plantas matriz para fazer as estacas, e ter êxito com o enraizamento.
O que é difícil no enraizamento do Pínus é a incapacidade que as cepas têm de rebrotar depois do corte, e essa espécie também não responde a outras técnicas de brotações. Por isso o material madura da copa dessas árvores é mais usado na hora de fazer a enxertia, devido ao rejuvenescimento da futura planta.
A propagação por estaquia em Pínus depende de diversos fatores que podem influenciar ou não o desenvolvimento da pequena muda, assim como o enraizamento. A idade da planta de onde será feita a estaca, a umidade do local, a turgidez da planta matriz, o estado nutricional, a lignificação, temperatura ambiente e a composição do substrato também pode influenciar.
O uso de hormônios pode induzir o enraizamento, eles agem nos propágulos que são coletados dos ramos laterais das matrizes que enraízam melhor que ramos que contenham gemas apicais.
Assim como feita em eucaliptos, a mini-estaquias também é usada para propagação de várias espécies. Este método mostra vantagens em relação à estaquia comum, economizando mão de obra pelos procedimentos de preparação e tudo o mais, que se deve ter com a idade das estacas, e a porcentagem de sucesso com o enraizamento é maior também, geram plantas de excelente qualidade e acabam saindo mais barato e gerando menos custo.
Dicas para obter sucesso fazendo estacas
Depois de fazer todos os processos que devem ser feitos para fazer a estaquia, algumas coisas ainda podem ser feitas para melhorar, ajudar, e acelerar o crescimento da nova planta.
Corte as estacas em diagonal, isso acelera o enraizamento e evita o armazenamento de água na ponta superior.
Para acelerar o processo, molhe a estaca em um hormônio, não é muito usado para fazer estaquias domésticas porque é muito caro, mas para produção em larga escala funciona muito bem.
Depois de plantar a muda, deixe-a na sombra por 15 ou 30 dias e ela já poderá ser replantada em outro local.