O termo “suculenta” é utilizado genericamente para designar plantas que, de alguma forma, armazenam grande quantidade de água em seu interior. Isso ocorre por viverem em ambientes, na maioria, de clima seco e temperatura elevada. Tais plantas desenvolveram mecanismos especiais para se protegerem das intempéries, assim como de predadores (algumas se assemelham a rochas dificultando sua localização). As Crassulaceas, uma das famílias mais cultivadas, possuem uma roseta de folhas que pode se fechar em caso de falta de água, diminuindo a transpiração e protegendo o meristema. Alguns gêneros como Hoya (flor-de-cera), Pereskia e Senecio, armazenam água em suas folhas para períodos de estiagem.
Outra característica das suculentas é a coloração forte de algumas espécies, o que as protege de raios luminosos muito intensos. Podem também paralisar seu desenvolvimento quando as condições ambientais se tornam impróprias.
Algumas espécies da família EUPHORBIACEAE costumam ser confundidas com plantas da família CACTACEAE, pois apresentam estruturas parecidas com espinhos. No entanto, estes “espinhos” são ramos modificados, diferente do que acontece com os cactos, onde são encontrados espinhos “verdadeiros”, ou seja, folhas modificadas que ainda apresentam circulação. Uma observação: entre as suculentas também podem ser encontrados espinhos verdadeiros em Aloe e Euphorbia milli.
Como foi citado acima, tais plantas são adaptadas a diferentes climas, muitos deles nocivos a maioria das plantas. Estes fatores ambientais fazem das suculentas em geral plantas de fácil cultivo e manutenção, o que tem, cada vez mais, atraído a atenção de novos cultivadores.
- Reprodução – Outro fator que torna o cultivo atraente, é o modo de produção de novas plantas. Pode ser feita por meio de estacas foliares ( ex.: Crassulaceae – ver pág. 19) ou caulinares (ex.: Euphorbiaceae), ou ainda separação de brotos laterais (ex.: Gasterias). Muitas podem ser propagadas facilmente por sementes.
- Distribuição das suculentas no mundo – Indivíduos de cerca de 50 famílias botânicas com mais de 600 gêneros e milhares de espécies podem ser consideradas suculentas. Muitas destas espécies habitam as áreas ensolaradas do globo, especialmente África (Região de Cabo) e Karvo (África do Sul), deserto de Namaqualand (África do Sul e Namíbia), deserto da Namíbia, áreas secas do leste da África, parte do sul de Marrocos e também nas ilhas de Madagascar e Socotra.
Na Ásia podem ser encontrados representantes do gênero Euphorbia, Stapelia, Aloe, Kalanchoe, entre outros.
Nas Américas, seus representantes estão, principalmente, entre as famílias botânicas CRASSULACEAE, AGAVACEAE, CACTACEAE e APOCYNACEAE.
Na Europa muitas suculentas são cultivadas, mas são nativas apenas algumas espécies, principalmente de Sedum e Sempervivum.
Quanto às suculentas de clima úmido, temos como exemplo as espécies de Aloe, Peperomia e plantas trepadeiras como Hoya do sudoeste da Ásia e Austrália.
- Usos e curiosidades de algumas suculentas – A mucilagem de algumas espécies de Aloe é cicatrizante e antimicrobiana, usada em pequenos cortes e queimaduras. Tem seu uso consagrado na cultura ocidental como hidratante de cabelos.
Euphorbia cereiformis, E. heptagona e E. virosa eram fervidas até alcançarem uma consistência viscosa e, então, usadas como veneno na ponta de lanças para a caça.
Tubérculos de Ceropegia e Brachystelma são parte da dieta do povo Bantu do Sul da África.
Algumas espécies de Agave são usadas para a produção de tequila e pulque.
A Agave sisalana (Kênia e Madagascar) é uma das suculentas mais importantes economicamente.
Sarcocaueilon burmannii (Namíbia) possui uma resina inflamável, que pode ser utilizada em tochas.