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mini samambaia havaiana

Existem inúmeras variedades de samambaia disponíveis no mercado. As mais comumente encontradas são a americana, paulistinha, de metro e a renda francesa, apenas para citar algumas.

Estas plantas, quando bem cultivadas, ficam enormes e frondosas. Muitas são mantidas em suportes suspensos, lançando suas folhas em todas as direções, que podem chegar até o chão.

O que vem chamando a atenção do público a mini samambaia havaiana. Ao contrário de suas parentes mais exuberantes e selvagens, ela não atinge grandes proporções, permanecendo compacta e felpuda por toda a vida.

Esta miniatura de samambaia fica bem em qualquer lugar dentro de casa, desde que tenha luminosidade e umidade suficientes para seu desenvolvimento. Um local próximo a uma janela com luz indireta, como um parapeito, já é apropriado para o cultivo da samambaia havaiana.

É a planta ideal para os lares modernos, com pouco espaço. Além de requerer uma baixa manutenção, esta samambaia é bastante decorativa, apresentando folhas delicadamente trabalhadas.

O curioso é que a mini samambaia havaiana originou-se a partir de uma das diversas variantes existentes da samambaia americana, também conhecida como samambaia de Boston (Nephrolepis exaltata).

Vários cruzamentos, melhoramentos genéticos e mutações originaram esta pequena joia felpuda, bastante diferente da espécie original e que vem se tornando extremamente popular aqui no Brasil.

mini-samambaia

Para diferenciar esta forma compacta e anã da longa samambaia americana, convencionou-se chamar a mini samambaia havaiana de Nephrolepis exaltata ‘Marissa’. Trata-se de uma planta pertencente à família botânica Davalliaceae.

É importante não confundir esta miniatura de samambaia com o musgo tapete, do gênero Selaginella. A aparência semelhante não é mera coincidência, uma vez que samambaias e selaginelas são aparentadas.

Uma pergunta que muitos fazem é se ela vai crescer. As folhas desta planta permanecem compactas durante todo o ciclo de vida, não crescendo em comprimento. O tamanho não costuma ultrapassar aquele observado nas fotos que ilustram este artigo.

A planta é geneticamente miniaturizada, de modo que apenas desenvolve novas folhas, à medida que perde as mais antigas.

Assim como acontece com todas as samambaias, o crescimento ocorre na horizontal, com o adensamento da touceira e desenvolvimento do rizoma. De tempos em tempos, pode ser interessante desenvasá-la e fazer a divisão da planta, de modo a fornecer mais espaço às raízes.

Nesta ocasião, as folhas mais antigas e secas podem ser removidas e novas mudas podem ser produzidas através da separação da touceira. Logo após o replante, é importante manter a mini samambaia em um local bem sombreado, protegido do sol, com bastante umidade ambiente. Estas condições vão ajudar na recuperação da planta.

Sempre fui apaixonado por esta miniatura de samambaia. Embora seja popularmente conhecida como samambaia havaiana, ela é originária de várias localidades de clima tropical ao redor do mundo, em diferentes continentes.

Em comum, estes habitats costumam fornecer elevados níveis de umidade ambiente às plantas que neles se desenvolvem.

A mini samambaia permanecerá compacta, com sua aparência escultural e felpuda, sendo extremamente dócil e companheira, visto que pode ir para qualquer lugar.

samambaia havaiana

Como cuidar da mini samambaia
A mini samambaia havaiana aprecia um solo rico em matéria orgânica. Há muito tempo, era costume se cultivar samambaias em xaxim. Hoje em dia, esta prática não é mais aceitável, já que a planta que produz o xaxim encontra-se sob risco de extinção.

Por lei, a extração e comercialização de xaxim encontra-se proibida. Atualmente, estão disponíveis no mercado diferentes substratos e misturas de materiais alternativos, incluindo a fibra de coco, nos quais podemos cultivar a mini samambaia havaiana.

Geralmente, ela ficará muito bem no vaso em que vem do produtor. Uma mistura de terra vegetal e substrato para plantas epífitas, com casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco pode produzir um bom substrato para o cultivo da samambaia havaiana.

Como o vaso de barro seca muito rapidamente, ele não costuma ser apropriado para o cultivo das samambaias em geral. O vaso de plástico apresenta a vantagem de ser leve, poder ser pendurado em qualquer lugar, além de reter a umidade do substrato por mais tempo.

O bom deste material  é porque pode-se aferir o peso do vaso como uma indicação do nível de umidade em seu interior. Um vaso leve é um indicativo de que o substrato já secou e pode ser regado novamente. Este procedimento evita que reguemos a mini samambaia em excesso.

A adubação pode ser química ou orgânica, dependendo da preferência do cultivador. Particularmente, gosto da adubação química, do tipo NPK, por ser inodora e bastante prática.

samambaia_havaiana

Adubos orgânicos necessitam ser decompostos para a liberação dos nutrientes às raízes da planta. Durante este processo, é comum que o material exale odores desagradáveis, além de atrair insetos. Quando a mini samambaia é cultivada dentro de casa, estes adubos podem causar problemas.

Como é bastante antiga, a samambaia havaiana não produz flores nem sementes. Sendo assim, não necessita de uma adubação muito sofisticada nem intensa. Qualquer fórmula para jardinagem amadora, aplicada a cada quinze dias, dará conta do recado.

Existem no mercado formulações próprias para a manutenção de folhagens. É sempre bom salientar que o excesso de adubação, seja de qual tipo for, pode fazer mal à mini samambaia. Um sinal de que há sais acumulados no solo é que as pontas das folhas ficam queimadas.

Por este motivo, é importante sempre regar a planta em abundância, até que a água escorra bem a partir do fundo do vaso, de modo a eliminar materiais em decomposição e excesso de sais minerais da adubação.

O aspecto mais importante no cultivo da mini samambaia havaiana é a manutenção do correto nível de umidade relativa do ar. Isto não quer dizer que o vaso deva ser encharcado, nem regado com muita frequência.

Deve-se evitar apenas que ele fique completamente seco, por muito tempo. A samambaia havaiana, como todas as suas parentes, aprecia uma fina borrifada de água em suas folhas, de tempos em tempos.

A ocorrência de pragas, como cochonilhas e pulgões, não é muito comum na mini samambaia. De qualquer forma, é sempre bom inspecioná-la periodicamente.

Estes parasitas costumam chegar às plantas através do vento, além de serem trazidas por outros insetos vetores, como formigas.

Nephrolepis-exaltata-04

Samambaia havaiana secando
Caso sua mini samambaia esteja secando ou morrendo, algumas condições de temperatura e pressão devem ser verificadas. É importante que ela não esteja tomando sol direto, pois esta radiação excessiva provoca queimaduras nas folhas.

Algumas poucas horas de sol no comecinho da manhã podem ser toleradas e são até benéficas à maioria das plantas. Da mesma forma, o sol ameno do final da tarde é inofensivo à planta.

A samambaia havaiana, assim como suas parentes, não tolera vento, que rouba umidade do ambiente em torno da planta, desidratando-a. Além disso, o roçar das pontas das folhas contra a parede faz com que elas queimem e parem de crescer.

Também é necessário verificar se o ambiente em que a samambaia está não é muito seco. Um termo higrômetro pode ajudar bastante, neste quesito.

Caso os níveis de umidade relativa do ar estejam muito baixos, o que é comum no interior de casas, apartamentos e escritórios, convém utilizar uma fonte de água nas proximidades, com o intuito de aliviar os sintomas da seca sobre a mini samambaia.

Uma bandeja umidificadora, frequentemente utilizada no cultivo de orquídeas em interiores, é outro item que ajuda bastante a manter a planta hidratada.

O ideal é evitar cultivar a samambaia havaiana em ambientes com ar condicionado, por esta questão do ar muito seco. Uma solução para casos como este é a utilização de umidificadores de ar, que corrigem a umidade relativa do ar, trazendo-a para níveis mais adequados, não somente para o cultivo de plantas, mas também para a saúde humana.

Durante invernos muito secos, nas grandes cidades, há quem recomende o uso de bacias com água e toalhas molhadas, no interior do quarto, para ajudar a elevar a umidade no ambiente.

Caso esteja tudo certo externamente, e a samambaia havaiana continue secando, convém retirar a planta do vaso e verificar o estado de suas raízes.

Pode ser necessário remover o substrato antigo, dar uma boa lavada nas raízes e plantar a mini samambaia em um novo vaso, com terra preparada adequadamente e com dreno no fundo.

O ideal é usar uma mistura de substrato para plantas epífitas, geralmente composto por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco, com terra vegetal adubada.  Uma camada generosa de pedrisco, brita ou argila expandida no fundo do vaso ajuda na drenagem.

Por cima deste material, convém colocar um pedaço de manta geotêxtil, para evitar que a terra e as raízes escapem e misturem-se ao pedrisco.

Em resumo, para evitar que a mini samambaia seque ou morra, o principal cuidado a ser tomado é não regar em excesso. Por outro lado, é importante evitar que o solo permaneça seco por muito tempo.

Mais do que as regas, a umidade relativa do ar no ambiente de cultivo é o fator crucial para um bom desenvolvimento deste tipo de planta.

mini samambaia havaiana

Por estar sempre presente no ambiente doméstico, existe o risco de que a mini samambaia havaiana seja ingerida acidentalmente, seja por animais ou crianças pequenas.

Algumas plantas pteridófitas possuem substâncias tóxicas aos mamíferos, mas este não é o caso da samambaia havaiana. Ainda assim, claro que é sempre conveniente tentarmos evitar que estes incidentes de ingestão ocorram. Mas não há relatos de que a mini samambaia seja venenosa.

Tomadas estas devidas precauções, a mini samambaia havaiana viverá por anos a fio, emitindo novas folhas compactas e felpudas, tornando-se uma verdadeira escultura em forma de planta.

É natural que as folhas mais antigas, próximas à base, venham a amarelar e secar. Podem ser podadas, para que novos brotos em forma de feto surjam e cresçam.

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episcia

Nativa de florestas tropicais da América do Sul, a planta tapete é conhecida pela beleza de suas folhas e abundância de floração.

A espécie pertence à mesma família da violeta-africana e possui flores avermelhadas, em forma de pequenas trombetas. Ela é uma ótima opção ornamental para casas e apartamentos, principalmente em ambientes com sombra.

O melhor solo para seu cultivo é a terra vegetal com boa drenável e matéria orgânica. Deve-se utilizar vasos que mantenham maior umidade.

A espécie é tipicamente tropical, portanto se desenvolve bem em clima quente e não suporta temperaturas muito baixas. A episcia é uma opção para compor jardins verticais, devido ao seu cultivo em vasos como planta pendente.

Podendo alcançar de 15 a 20 cm, a planta-tapete tem folhas verdes acinzentadas, com tons de verde escuro a claro, aveludadas, e flores vermelhas em formato de pequenas trombetas.

No paisagismo, a planta-tapete tem lugar como forração, principalmente em clima tropical e em local semi sombreado e protegido dos ventos. Apesar do hábito trepador, tende a ser conduzida mais como uma espécie rasteira ou pendente, pelo pequeno porte.

Ela cria um belo tapete de folhagem e textura atrativa, pontuado com suas flores vermelhas. No entanto é mais frequente seu cultivo como planta de interior, em belos vasos de cerâmica, adornando diferentes espaços, desde que seja em local bem iluminado, seja por luz natural ou lâmpadas artificiais.

É excelente também em jardineiras, terrários e cestas suspensas, assim como em jardins verticais semi-sombreados, em varandas, pátios, jardins de inverno e sacadas, protegidos dos ventos.

episcia-cupreata

Deve ser cultivada sob luz difusa ou meia sombra em substrato leve, drenável e com boa capacidade de retenção de umidade, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente.

Pode-se utilizar misturas feitas com turfa, esfagno, casca de arroz carbonizada, perlita e terra vegetal, para que o substrato retenha a umidade sem encharcar. Os substratos prontos próprios para violetas-africanas são ótimos para a planta-tapete também, assim como os fertilizantes.

Jamais colocar sob sol direto nas horas mais quentes do dia, o que lhe provoca sérias queimaduras nas folhas. Não tolera o frio invernal, no entanto, por ser uma planta de ambientes internos, pode ser cultivada sem problema próximo a uma janela bem iluminada ou em estufas tanto em clima subtropical, como em temperado.

Aprecia o substrato úmido, deixando secar superficialmente entre as regas. Reduza as regas no inverno. Ao irrigar, deve-se evitar  molhar as folhas. Caso as folhas comecem a apresentar bordas secas e os botões caiam antes de abrir, aumente a umidade ambiental.

Planta-Tapete-

Sua multiplicação é feita por separação dos estolões formados entorno da planta mãe, assim como por divisão das touceiras enraizadas. A mergulhia dos estolões facilita o pegamento das novas mudas.

A floração da episcia acontece durante o ano todo, sendo mais predominante no verão.. Por não ser uma flor tóxica, pode ser cultivada próximo a animais de estimação e crianças.

Fazer adubações semestrais com NPK 04.14.08 ou aproximado, seguindo a orientação do fabricante. Sempre regar primeiro antes de fertilizar para evitar a queima das raízes.

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Disocactus flagelliformis1

O cacto rabo-de-rato é uma suculenta de clima tropical e subtropical floresce na primavera, presenteando-nos com suas flores lindas, em forma de funil, nas cores vermelha ou rosa, que se distribuem ao longo dos ramos.

De beleza exótica, suas características instigam a criatividade quanto as possibilidades para fins paisagísticos.

O cacto rabo-de-rato é uma herbácea, da família das Cactaceae. Originária do México, é uma espécie muito ornamental e florífera.

Por ser uma epífita, essa espécie escultural dá certo quando plantada em tronco de árvores e é ideal para ser usada em jardineiras suspensas, além de compor muito bem jardins de estilo árido.

As hastes do rabo-de-rato são verdes, cilíndricas, alongadas, cobertas de espinhos, que mais parecem pêlos, com diâmetro aproximado de 2,5 cm e podem chegar até 1,5 m de comprimento.

Disocactus flagelliformis

Elas ramificam desde a base, crescendo inicialmente eretas, mas, posteriormente, tornam-se pendentes. Essas características são o que as difere dos cactos rabo-de-macaco, por exemplo.

A espécie é uma planta rasteira e pode ser cultivada como forração de outras espécies maiores, ou em vasos como espécie pendente. As flores possuem um rosa intenso e se destaca com o verde amarronzado da planta.

Apesar de não ser uma planta tóxica, é necessário ter atenção em seu manuseio. O rabo-de-rato possui espinhos pontiagudos e perigosos, por isso use luvas grossas quando for mexer com ele e mantenha fora do alcance de crianças pequenas.

Cultivo
As flores da Disocactus flagelliformis são duráveis e o seu período de florescimento pode durar dois meses. Para plantar em outro lugar, deve-se fazer um corte e retirar um pouco das folhas para colocar na terra. Todas as suculentas se enraizam muito rápido.

Além do solo arenoso, é recomendável o uso de substrato próprio para cactos, suculentas ou, ainda, substrato para bromélias e orquídeas, já que a rabo-de-rato também é uma epífita.

Em regiões muito quentes, o cacto deve ser cultivado sob meia sombra, evitando a exposição direta ao sol intenso; nas demais regiões pode ser cultivado à meia-sombra ou a sol pleno.

Disocactus flagelliformis

O maior cuidado é nas baixas temperaturas, por não tolerar frio intenso, muito menos geada. Como todo cacto, com esse não é diferente, aprecia substrato bem drenável e arenoso.

Sua rega deve ser espaçada, permitindo que o substrato seque bem antes de regar novamente.

Sempre é bom lembrar que os cactos são vulneráveis a pragas, como pulgões e cochonilhas, por isso eles devem ser retirados com inseticidas. Coloque sua muda em um lugar ventilado e iluminado.

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Aeonium haworthii

As plantas suculentas tornaram-se as queridinhas dos amantes de plantas. De elegantes floriculturas a feiras e supermercados, elas podem ser encontradas em todos os tipos, cores, tamanhos e preços.

Hoje em dia, elas já ocupam lugares de destaque, antes dominados pelas flores. Tem sido bastante frequente o uso de suculentas na decoração de eventos, fazendo parte de bouquets de noivas ou sendo ofertadas como lembrancinhas de festas de aniversário. Já foram parar até em ímãs de geladeira, plantadas dentro de rolhas. É uma febre.

Se analisarmos o volume de buscas que as pessoas efetuam na internet, veremos que o termo ’suculentas’ já ultrapassa em muito as orquídeas.

Este aumento na procura, evidentemente, reflete-se no comércio. Já há, inclusive, espaços reservados às plantas suculentas no meio de algumas exposições de orquídeas. Da mesma forma, as áreas destinadas a cactos e suculentas vêm aumentando nos garden centers e floriculturas.

A beleza, diversidade, exotismo e facilidade de cultivo estão entre as razões para este sucesso das plantas suculentas junto ao público consumidor.

Segue abaixo algumas informações interessantes sobre estas plantas, bem como dicas de cultivo e manutenção dessas apaixonantes.

colar-de-rubi

Classificação das plantas suculentas
Ao contrário do que muitos imaginam, não existe uma classificação botânica formal para todas as plantas suculentas. Elas não fazem parte de uma família específica. Diferentes gêneros e espécies, pertencentes a várias famílias botânicas, são popularmente agrupados sob a denominação comum de suculentas.

De forma bastante simplista, plantas suculentas são todas as espécies vegetais capazes de armazenar água em seus tecidos, quer sejam raízes, caules ou folhas. Nestes casos, as estruturas tornam-se mais espessas, adquirindo a aparência típica de uma suculenta. Em latim, sucus significa suco ou seiva.

Todos os membros da família Cactaceae, por exemplo, apresentam esta característica. Portanto, cactos são plantas suculentas. O inverso, no entanto, não é obrigatório. Nem todas as suculentas são cactáceas.

Para exemplificar, cito alguns cactos famosos, tais como o cacto-amendoim (Echinopsis chamaecereus), cacto orelha-de-Mickey (Opuntia microdayse), cacto dedo-de-dama (Mammillaria elongata) e  cacto-dedal (Mammillaria gracilis)

Muito parecidos com os cactos, os membros da família Euphorbiaceae também são exemplos de suculentas. Neste grupo, talvez a representante mais conhecida seja a Euphorbia millii, popularmente conhecida como coroa-de-Cristo.

Kalanchoe marmorata

Características das plantas suculentas
Foi visto anteriormente que todos os cactos são exemplos de plantas suculentas. Por outro lado, nem todas as suculentas são cactos. Afinal, o que faz com que uma planta seja considerada suculenta?

Além do espessamento dos tecidos vegetais, causado pelo armazenamento de água, e a consequente aparência suculenta de folhas, caules e raízes, estas plantas típicas de ambientes áridos realizam a fotossíntese CAM (Crassulacean Acid Metabolism).

Trata-se de um metabolismo diferenciado, que foi inicialmente descoberto em plantas da família Crassulaceae, que visa atenuar os efeitos da falta de água sobre as plantas.

Plantas suculentas que habitam regiões de clima árido apresentam este comportamento evoluído, CAM, no qual os estômatos ficam fechados durante o dia, a fim de evitar a perda de água por evaporação.

Durante a noite, ocorre a abertura destas estruturas, que então permitem a captação de gás carbônico. No entanto, neste período, não há luz para a realização de fotossíntese. O CO2 coletado durante a noite é armazenado sob a forma de ácidos orgânicos.

Durante o dia, quando os estômatos se fecham, estes ácidos liberam o gás carbônico necessário à fotossíntese.

Para evitar a perda de água, muitas plantas suculentas têm um número reduzido de estômatos em suas folhas. Outras, mais radicais, apresentam folhas rudimentares ou ausência total destas estruturas, como acontece com a maioria dos cactos.

Kalanchoe-luciae

Folhas cilíndricas ou esféricas, mais espessas, são características de plantas suculentas.

Além de armazenarem água, estas estruturas apresentam uma geometria que diminui a superfície de exposição ao sol, reduzindo a evaporação da água. Também com esta finalidade, as folhas das suculentas costumam ser cobertas por cera ou pelos.

Muitas espécies de plantas suculentas possuem o termo tomentosa no nome, referente à lanugem que cobre suas folhas, como é o caso da famosa suculenta orelha-de-gato ( Kalanchoe tomentosa) ou da suculenta patinha-de-urso (Cotydelon tomentosa).

Por fim, muitas espécies representantes deste diversificado grupo de plantas suculentas possui a aparência típica de uma rosa-de-pedra. Suas folhas espessas costumam ser organizadas sob a forma de rosetas, de modo muito similar às pétalas de flores petrificadas.

Sempervivum

Vasos e substratos para suculentas
A escolha do melhor vaso para cultivar suculentas passa por uma série de questões inerentes ao ambiente de cultivo e às preferências de cada colecionador.

A suculenta já sofre um grande stress ao ser retirada das estufas de produção, onde as condições climáticas são idealmente controladas, para ficar exposta à toda sorte de maus-tratos no ambiente de comercialização.

Depois, ainda é transferida ao nosso ambiente doméstico, que também é diferente da estufa. Particularmente, acho que um transplante nesta etapa só piora a situação da planta.

Para esconder a aparência não muito bonita do vaso plástico, podemos sempre recorrer a cachepots decorativos. Lembrando que é importante retirar o vaso de dentro destas peças, para que a água da rega não se acumule no fundo.

O material plástico também facilita o desenvase, durante os replantes necessários quando a planta se torna grande demais. Outra vantagem é que o peso é menor, em relação aos vasos de barro. Para quem tem grandes coleções, principalmente em apartamentos, o peso somado de todos os vasos é uma questão a ser considerada.

Por fim, vale lembrar que os vasos de plástico retêm a umidade por mais tempo, em relação aos vasos de cerâmica.

Dependendo do ambiente em que ficam as suculentas, é preciso adequar a frequência de regas, levando-se em consideração a natureza do material com o qual o vaso é fabricado. Independentemente desta questão, o importante é que o vaso possua uma boa drenagem, que impeça o acúmulo de água no substrato.

Substrato este que pode ser composto por diferentes materiais. O importante é que seja bem aerado, não compactado, bastante drenável.

echeveria

A mistura mais comumente utilizada no cultivo de suculentas é a de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. Mas há quem adicione esterco curtido, húmus de minhoca e outros elementos orgânicos à mistura.

É importante lembrar que plantas suculentas são originárias de regiões desérticas, de solo arenoso, geralmente pobre em nutrientes. Não é necessário utilizar um substrato muito rico em matéria orgânica, nem utilizar materiais argilosos, ou que retenham muita umidade.

Uma solução segura para quem está iniciando é comprar substratos prontos, especialmente desenvolvidos para o cultivo de cactos e suculentas.

Além da mistura clássica de terra e areia, há quem utilize casca de pinus, carvão vegetal, fibra de coco, perlita, e até mesmo musgo sphagnum. É sempre bom lembrar que, neste caso do musgo, a retenção de água é enorme e as regas devem ser feitas com muita cautela.

O importante é encontrar uma composição em proporções que apresentem uma boa performance no ambiente de cultivo de cada colecionador, levando-se em consideração seu estilo de vida e hábitos de rega.

suculenta-pedra-da-lua

Frequência de regas
Nesta questão de quão frequentemente regar as plantas suculentas, não há uma regra fixa. Não podemos nos prender a uma frequência semanal ou quinzenal. O importante é sempre verificar, com o dedo, o nível de umidade do solo.

Ele só deve receber água novamente quando estiver completamente seco. Outra maneira bastante prática de se perceber que o material no interior de um vaso secou bem é aferindo seu peso. Quanto mais leve estiver, mais seco o substrato estará.

O vaso de plástico, por ser bem leve, ajuda nesta verificação. Com o tempo, vamos nos acostumando a distinguir o peso de um vaso recém-regado, comparado ao de um completamente seco.

Por este motivo, eu particularmente evito colocar aqueles pedriscos brancos decorativos, na superfície dos meus vasos. Eles me atrapalham na verificação da umidade do solo.

Frequentemente, percebo quando uma suculenta precisa ser regada apenas pela aparência da terra, que se torna mais clara e esbranquiçada, aspecto bem distinto de um solo úmido.

Durante as regas rotineiras, no dia a dia, eu evito molhar as folhas e rosetas das suculentas, para que não haja acúmulo de água e consequente apodrecimento nos interstícios destas plantas, geralmente bem compactas.

No entanto, uma vez por semana ou a cada quinze dias, principalmente durante os meses mais quentes do ano, eu costumo levar todas para a banheira e dar uma boa chuveirada.

O importante é deixar as suculentas secarem bem, depois do banho. Este procedimento evita o acúmulo de sujeira e, eventualmente, pragas nas folhas das plantas.

Sedum multiceps

Luminosidade para suculentas
Alguns iniciantes têm a impressão de que só é possível cultivar suculentas e cactos sob pleno sol. Isso não é verdade. Muitos gêneros e espécies de suculentas adaptam-se ao cultivo em interiores, desde que próximos a janelas bem iluminadas.

Neste caso, é importante saber quantas horas de sol cada janela recebe, bem como sua orientação. As janelas e varandas com face norte são as mais iluminadas e propícias ao cultivo de cactos e suculentas. Aquelas voltadas a leste recebem o sol da manhã, que também é ótimo.

Janelas face oeste tendem a ser muito quentes, podendo provocar queimaduras em suculentas mais sensíveis. Já as aberturas voltadas ao sul precisam abrigar plantas que necessitem de menos luz para seu desenvolvimento.

Nem todas as suculentas são iguais, no quesito luminosidade. Existem gêneros mais propícios a serem cultivados em ambientes internos, de meia sombra. Também existem aquelas que são mais resistentes ao sol direto.

Antes de montar sua coleção, o importante é avaliar o quanto de luz seu ambiente recebe. Depois desta verificação, basta fazer uma pesquisa e adquirir as suculentas que melhor se adaptam às condições que podemos oferecer.

Além disso, muitos gêneros de plantas suculentas adaptam-se tanto ao cultivo sob sol pleno como à meia sombra. O curioso é que sua morfologia e coloração mudam completamente, dependendo do nível de luminosidade ao qual são expostos. Nestes casos, o importante é fazer a transição gradualmente, de um ambiente para outro.

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A propagação de Suculentas
Plantas suculentas podem ser multiplicadas com grande facilidade e rapidez. Qualquer folha que é destacada da planta mãe pode gerar uma nova muda.

Basta que os segmentos sejam removidos corretamente, antes que comecem a murchar ou secar, e que sejam colocados em um berçário de suculentas.

Além disso, o processo de poda drástica, popularmente conhecida como decapitação, pode gerar uma grande quantidade de novas plantas.

Já o processo de propagação através de sementes é mais difícil e demorado. Existem algumas empresas que comercializam sementes de cactos variados. Sementes de suculentas são mais difíceis de serem encontradas comercialmente.

Embora a germinação ocorra com relativa facilidade, é complicado obter indivíduos adultos a partir de sementes, já que muitos morrem no caminho. Também é preciso ficar atento para anúncios fraudulentos de sementes, principalmente de plantas suculentas alegadamente raras.

Suculentas tóxicas
Apesar de as plantas suculentas esbanjarem beleza e fofura, há alguns cuidados a serem tomados. O perigo mais evidente são os espinhos. Não somente os cactos, mas também várias eufórbias costumam apresentar espinhos agressivos, que podem ferir crianças e animais domésticos.

Além disso, as plantas suculentas podem exsudar um líquido leitoso, quando cortadas. O caso mais típico é o das representantes da família Euphorbiaceae, como a coroa-de-Cristo. Esta seiva branca é tóxica se ingerida acidentalmente.

coroa-de-cristo

Além disso, o simples contato desta substância com a pele pode causar irritações e alergias. Ainda mais perigoso é o contato inadvertido com os olhos e mucosas.

Menos evidentes, mas igualmente perigosas, são as suculentas do gênero Kalanchoe. A planta mãe-de-milhares, popularmente conhecida como aranto, é uma suculenta famosa por causar envenenamento em animais domésticos e até em gado.

É importante tomar cuidado com esta suculenta porque muitos atribuem a ela diversas propriedades medicinais. Contudo, experimentos científicos ainda não comprovaram estas alegações.

Outro exemplo clássico de suculenta tóxica é a espada-de-São Jorge. Vários membros do gênero Sansevieria podem causar intoxicação em crianças e animais domésticos, se ingeridos acidentalmente.

A famosa planta-jade, Crassula ovata, é outra suculenta bastante comum na decoração de ambientes, que pode causar acidentes, graças à toxicidade de seus tecidos vegetais.

planta-jade

Há vários outros exemplos. De maneira geral, plantas ornamentais e suculentas devem ser protegidas do contato com crianças e animais domésticos. É importante fazer uma boa pesquisa antes de adquirir novas plantas, sempre tendo em vista os perigos potenciais para nossos entes queridos.

As suculentas são particularmente perigosas para crianças porque são fofas e suas folhas gorduchas destacam-se com facilidade, sendo um atrativo irresistível para ser colocada na boca. Todo cuidado é pouco.

As suculentas além de belíssimas e decorativas, são relativamente baratas, podendo ser encontradas em qualquer lugar. Como se não bastasse, são plantas de fácil cultivo e ideais para quem mora em apartamento.

Não é necessário fazer um curso ou ler uma enciclopédia para aprender a cuidar de suculentas. Qualquer pessoa que adquira uma pequena planta logo conhecerá os principais cuidados a serem tomados, sem muita frescura ou enrolação.

O único problema destas plantas suculentas é que não é possível parar em uma, duas ou meia dúzia. Sem que percebamos, logo estaremos contaminados pelo vírus e não sossegaremos enquanto não preenchermos cada espaço disponível com uma incrível coleção de plantas gorduchas.

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