Eis uma das questões mais pertinentes quando toca a enfrentar as operações de manutenção das plantas nos nossos jardins: A poda.
A maior parte das roseiras dos nossos jardins podam-se com os seguintes objectivos:
Supressão total dos ramos secos, doentes, danificados e fracos que enchem a parte interior da copa ou que se cruzam uns com os outros;
Formar a planta em vaso aberto de forma a torná-la mais eficiente em termos fotossintéticos e promover a sua resistência a pragas e doenças;
Estimular o desenvolvimento regular de novos caules, onde geralmente se dá a produção de flores em maior abundância.
Tipos de poda:
a) Poda curta ou forte - Se as hastes forem cortadas a 15 cm do terreno ou do tronco (no caso das roseiras de pé alto), não ficando com mais de 3 gomos. Recomenda-se para as roseiras recém plantadas e é usada para as variedades de rosa-chá hibridos quando o principal interesse é a produção de flor;
b) Poda média ou moderada - Quando os ramos se cortam sensivelmente a meio. Aplica-se na maioria das roseiras-chá híbridas com boa formação e em plena produção. Se as plantas estiverem em boas condições de vigor, a poda média é suficiente, mesmo para a obtenção de flores de primeira qualidade;
c) Poda longa ou fraca - Quando se procede a uma simples desponta. As plantas são cortadas a mais de dois terços do seu comprimento, ou seja, são apenas despontadas. Usa-se em variedades antigas ou nas plantas extremamente vigorosas. De um modo geral, não se recomenda por induzir arbustos esguios, produzindo flores embora temporãs mas de qualidade inferior ano após ano.
O tipo de poda não depende exclusivamente do vigor da planta, mas também do tipo de roseira. O equilíbrio entre a força das hastes deixadas e os novos rebentos de base é essencial para um normal desenvolvimento de toda a planta.
Durante a poda eliminam-se todos os ramos que rebentem do porta-enxerto (ladrões), os quais se distinguem com facilidade pela diferença de diâmetro e cor das hastes, folhagem e acúleos.
Embora a poda contribua para aumentar o número de flores, essa missão cabe fundamentalmente à fertilização.
Corte – Faz-se em bisel, ou seja, inclinando em relação ao eixo do ramo logo acima de um gomo voltado para o lado exterior da planta, mais baixo do lado oposto ao botão. O corte deve ficar 5 a 10 mm do gomo. Se ficar mais próximo a acumulação de hormonas de cicatrização do corte ocasiona normalmente a secagem e queda do gomo. Se se afasta, o caule acima do gomo acaba por secar por falta de alimento e os tecidos secos são porta de entrada para fungos e bactérias.
Época de poda
a) Roseiras acabadas de plantar — poda de formação. Depende da época de plantação;
b) Roseiras estabelecidas (um ano ou mais) — poda de produção. É aconselhada após terminar o período de repouso invernal. A seiva começa a sua ascenção, que se traduz exteriormente como um primeiro sintoma de novo crescimento, pelo engrossar e avermelhar dos gomos (geralmente em Março). Defendo uma situação intermédia, com podas no Inverno (Janeiro/Fevereiro) pois não só permite a floração tardia (outonal), como estimula uma floração temporã primaveril, o que não aconteceria se se podasse em Março.
A poda muito tardia provoca o enfraquecimento das plantas, porque a seiva após o desabrochar dos botões é fortemente atraída para os topos e os cortes eliminam parte dela.
O corte da flor é feito a não mais de um terço da haste e sempre acima do primeiro gomo, colocado do lado exterior da planta. Aconselha-se o corte de todas as flores secas, pois estas ao desenvolverem as sementes esgotam inutilmente algumas reservas.