O Substrato
Na maior parte dos casos, a turfa loira é o ingrediente principal das misturas para plantas carnívoras. Cuidado no entanto com as turfas enriquecidas com adubos, que podem causar danos ou mesmo por vezes a morte das plantas. O mal é que a turfa tem tendência a compactar-se e a asfixiar as raízes das plantas; é por isso que a devemos aligeirar com os elementos seguintes: Perlita; Vermiculita, Pouzzolane e Areia de quartzo
Uma mistura com 75% de turfa e 25% de matéria citada acima convêm à grande maioria das espécies. Durante este artigo verá que diversas receitas de substrato foram idealizadas para diferentes espécies.
Esfagno do Chile
O esfagno (sphagnum) pode também ser utilizada, vivo ou seco. A utilização do esfagno retirado a natureza é estritamente proibido, a venda é geralmente feita por pacotes compensados de esfagno seco (morto). O esfagno do Chile é o mais (e melhor) utilizado, cada kg representa 50 Litros depois de absorver água.
Este Esfagno está morto, mas algumas esporas podem encontra-se e nas condições ideais simplesmente fazer brotar de novo o musgo.
Permitindo assim utilizar esfagno vivo sem o ter retirado da natureza.
Turfa Loira
A turfa é constituída de matéria orgânica, principalmente de esfagno, mal decomposta. Pobre em substâncias nutritivas e de PH ácido (3,5-4,5), ela tem o defeito de ser muito difícil de molhar quando está demasiado seca. Uma turfa de boa qualidade retorna ao seu volume inicial depois de ter sido comprimida nas palmas das mãos. Constitui a base do substrato das plantas carnívoras.
Perlita
Esta sílica pura expande-se tipo pipocas e forma um granulado poroso quando aquecida a 1700ºC. Inerte e neutra, bem mais estável que a vermiculita, é a matéria ideal para aligeirar o meio. No inicia tem tendência a flutuar, fenômeno que desaparece quando já se encontra embebida em água.
A Vermiculita
Esta sílica de alumínio, magnésio e fero dilata-se em folha sobe o efeito do calor. Menos inerte que a perlita e ligeiramente alcalina (PH 8), a Vermiculita é excelente para aligeirar o substrato de plantas que necessitam uma mudança de pote frequente.
A Pouzzolane
Esta rocha vulcânica é composta de basalto. É vendida sob a forma de berlindes porosos, que constituem um excelente meio de drenagem e aeração do solo. No entanto, a pouzzolana liberta minerais, que podem ser causa de problemas em algumas plantas.
Areia
A areia de quartzo é a única que pode ser aplicada. Não utilize nunca areia calcária, que provoca a morte da maioria das plantas carnívoras. Prefira areia grossa, a fina tem tendência a compactar.
Rega
Um dos elementos mais importantes continua a ser a água. É imperativo utilizar água doce, isenta de calcário e de cloro. A água da chuva é indicada, muito embora seja favorável ao desenvolvimento de algas na superfície dos vasos se a utilizarmos frequentemente.
Para melhorar a rega podemos utilizar água “criada” por osmose inversa, bem mais limpa. Existe no mercado pequenos aparelhos que permitem “criar” essa água por um processo físico.
A água desmineralizada para baterias ou feros de passar convêm também muito bem.
A maioria das espécies necessita de um ambiente muito úmido durante o período de crescimento. Numa cultura com vasos, deixe os últimos embebidos em alguns cm de água. É preferível a rega na parte de baixo dos vasos do que molhando a planta. O substrato tem tendência a compactar se o regar.
Durante o período de Inverno, deve ter o solo somente úmido. nunca ter água nos vasos. Pode nesse período regar o solo tendo cuidado de nunca molhar as plantas, os rebentos molhados são facilmente e rapidamente atacados por cogumelos. No entanto esta técnica não é aconselhada para todas as espécies, outros artigos neste site falam nas alternativas específicas a cada planta.
A luz, intensa luminosidade
Essencial ao crescimento porque permite a fotossíntese, a luz é um fator chave para conseguir uma boa cultura. As carnívoras, plantas pioneiras, estão em intima relação com os habitats de vegetação baixa. Com isso, elas precisam de uma forte intensidade luminosa para mostrar as suas magníficas cores e uma aparência saudável. Se excluirmos as nepenthes e as pinguicularias, que prosperam em meios com intensidade luminosa mediana, todas as outras suportam o sol direto. Cuidado no entanto ao colocar as plantas atrás de uma janela entre Maio e Setembro, o vidro pode fazer de lupa e queimar as plantas. Utilize um filtro para minimizar a intensidade.
Colocar perto de uma janela virada a norte não é aconselhado.
Se tiver as plantas numa estufa, uma exposição a oeste é mais favorável durante os meses de verão, devido à subida de temperatura (efeito de estufa)
A utilização de luz artificial deve reger-se por certas regras. Escolher o tipo de iluminação adequado, existem duas possibilidades: tubo fluorescente e a lâmpada a vapor de sódio.
Barata, e econômica em termos de energia, o tubo fluorescente á largamente utilizado pelos principiantes (e outros). Tem a grande vantagem de ser relativamente fria, não aquecendo assim em demasia as plantas. No entanto, a qualidade da luz diminua com o aumento da distancia entre o tubo e as plantas. Para um Terrarium do tamanho de um aquário até 200 L, dois tubos fluorescentes 12 horas por dia é uma boa solução.
As lampejado de vapor de sódio aquecem e consomem muita energia, são geralmente utilizadas por especialistas e/ou para grandes superfícies.
Comprar lâmpadas de uma marca reconhecida permite assegurar uma maior durabilidade das mesmas. As lâmpadas devem ter um valor em K. Para simular ao máximo a luz solar utilize lâmpadas com um valor superior a 6000K sendo 6500K um valor ideal.
A temperatura
É um parâmetro delicado, não é fácil adaptar as nossas exigências de conforto as das plantas. A maior parte das carnívoras necessita de um período de descanso invernal, entre 5-7ºC ou 12-15ºC dependendo das espécies. Esta paragem é vital para o bom desenvolvimento das plantas, sem ela, as carnívoras esgotam-se e a sua vida fica assim reduzida.
Coloque as plantas num local pouco aquecido mas luminoso durante o Inverno, o ideal seria uma estufa.
Em função do su habitat natural, podemos classificar as plantas em três grupos:
Espécies Rústicas
São aquelas que suportam as condições climatéricas das nossas regiões européias. Ideais para espaços de jardim especialmente acomodados para elas ou estufas não aquecidas. Estas espécies necessitam um grande período de descanso durante o Inverno.
Neste grupo encontramos as dioneas, Darlingtonia, a maior parte das droseras do hemisfério norte bem como as sarracenias (algumas até suportam temperaturas baixíssimas). Algumas espécies aquáticas também podem passar o Inverno no exterior, se a água não congelar na sua totalidade, são as utricularias e a aldrovanda da América do norte.
Espécies das zonas Temperadas
Não suportam o gelo, mas necessitam no entanto um período fresco. É possível guardá-las numa estufa ou varanda ou até mesmo no interior se a temperatura não ultrapassar 15ºC durante o Inverno. A partir da primavera quando retomam o crescimento, necessitam de muita luminosidade para se desenvolveram saudáveis. A maioria das Carnívoras ocupam este grupo, Aldrovanda,Byblus giganteam Cephalotus, Deonea, a maior parte das droseras, Drosophyllum, Heliamphora, pinguiculia, Sarracenia, Utricularia e as Nepenthes de altitude.
Espécies Tropicais
Estas suportam mal as temperaturas inferiores a 15ºC. E prosperam com atmosfera saturada de umidade. São as plantas para estufa ou terrariums. Este grupo inclui as Adrovanda (tropicais) Byblis liniflora, droseras da Austrália do norte, as genliesea, nepenthes de planície.
Aeração
É muito importante dispor de aeração sobretudo em estufa ou terrarium, para evitar o desenvolvimento de doenças criptogâmicas devo a uma atmosfera não renovada.
Ventilação
Coloque aberturas no terrarium ou mesmo uma pequena ventoinha de 12V. Um modelo de ventoinha que suportasse bem a umidade seria o ideal.
Em estufas ou marquises, abra as portas assim que a temperatura exterior o permita. Dentro de casa, entreabra a janela quando existir bom tempo e, sobretudo durante a noite, para fazer baixar a temperatura, as plantas iram desenvolver-se melhor.
De notar que ventilação não é sinônimo de grandes movimentos de ar, as plantas não vão apreciar ventos frescos durante tudo o dia.
Tratar com cuidado
Para evitar problemas, temos que estar atentos e limpar as plantas. Geralmente todo e qualquer fragmento de planta seco devem ser retiradas. As partes secas têm tendência a apodrecer rapidamente, especialmente numa cultura em vasos, sem grandes movimentos de ar. Assim que alguma parte da planta começa a apodrecer, devemos retirá-lo imediatamente. Os restos de insetos também devem ser retirados, visto poderem também ser atacados por fungos, propagando-se para as plantas levando à morte.
As urnas da sarracenia secam durante o Outono, e são frequentes ataques de parasitas, para evitar esses ataques é preferível cortar as urnas deixando as partes estreitas e verdes.
As algas e musgos (não confundir com o esfagno) abafam as plantas, retirar as plantas do seu vaso para um novo, evita esse problema. Este fenômeno atinge todas as espécies de tamanho modesto como também as sementes.
Bem que as plantas Carnívoras desenvolvem se em ambientes úmidos, poucas suportam ser vaporizadas com água (a não ser a nepenthes) e muito menos regadas. A rega deve ser feita por baixo quer nos vasos quer no terrarium.