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Darlingtonia

Uma planta é carnívora, atrai, captura, mata, digere animais (invertebrados e ocasionalmente pequenos vertebrados) e absorve seus nutrientes. Existem muitas plantas que possuem algumas dessas habilidades, mas não todas.
Por exemplo, flores atraem polinizadores (insetos, pássaros e outros animais), algumas plantas (orquídeas e lírios aquáticos) capturam insetos polinizadores para assegurar a transferência do pólen. Todas as plantas absorvem nutrientes seja pela raiz ou pelas folhas e todas são capazes de se “movimentar”, umas menos e outras mais, como é o caso da Mimosa pudica que recolhe suas folhas ao ser tocada para evitar que estas sejam devoradas por animais herbívoros.

Apesar disso, mesmo que algumas plantas sejam capazes de realizar algumas dessas funções, elas não realizam todas juntas.
Em primeiro lugar, é preciso dizer que elas não são monstros de casas mal-assombradas, nem devoradoras de exploradores inocentes perdidos em florestas tropicais africanas.
Pelo contrário, na maioria são plantas pequenas e delicadas que capturam pequenos insetos ou animais aquáticos microscópicos.

A sua beleza exótica engana muitas pessoas, levando-as a crer que suas folhas, altamente especializadas, são flores - mais ainda, nem se apercebem de que elas são carnívoras. Portanto, a menos que você tenha o tamanho de um inseto, elas lhe são perfeitamente inofensivas.

Para que uma planta possa ser considerada carnívora, é preciso que ela tenha a capacidade de:
- atrair,
- prender,
- digerir formas de vida animais.

Recentemente descobriu-se que algumas plantas são e não são totalmente carnívoras.

Existem muitas plantas que apresentam algumas destas características, mas não todas considerando umas carnívoras e outras não.

A Darlingtonia e Heliamphora não produzem enzimas para digerir suas presas, ficando na dependência da ação de bactérias e fungos, que é lenta, para absorver os nutrientes. Mas suas folhas altamente especializadas, ascídios na verdade, não deixam dúvidas que são plantas carnívoras.

As bromélias Brocchinia e a Catopsis são consideradas carnívoras basicamente por parecer que capturam muito mais insetos que outras bromélias. Na verdade, todas as bromélias capturam e matam muitos invertebrados por acidente.

A Roridula e Byblis, que embora capturem grande quantidade de insetos com suas folhas colantes, parece que não produzem enzimas para digeri-los. Mesmo assim, a absorção dos nutrientes ocorre a partir dos excrementos de outros insetos, que se alimentam das presas, mas nunca ficam presos nas folhas. Trata-se de uma relação de comensalismo entre estas carnívoras e os insetos imunes às armadilhas.

A Ibicella e a Proboscidea, que possuem glândulas colantes, capturam muitas presas, não produzem enzimas digestivas, e não escondem os insetos que se alimentam das presas e defecam nas folhas.
Fica meio difícil definir ao certo se são carnívoras, porque as glândulas colantes estão presentes em uma infinidade de plantas acredita-se que tenham o propósito de defesa.
Por exemplo, o Plumbago possui essas glândulas na face exterior de suas sépalas, o que supostamente impede que formigas e outros insetos roubem o néctar e pólen das flores, deixando-os para os verdadeiros polinizadores (insetos voadores).

Movimentos
Como foi dito anteriormente, todas as plantas possuem alguma capacidade de se movimentar. Mas plantas carnívoras se movem extremamente rápido se comparada com outras plantas. Já que plantas não possuem tecido muscular, como elas fazem isso?
Plantas carnívoras usam dois principais mecanismos de movimento. O primeiro tipo de movimento é aquele utilizado por papa-moscas para fechar suas armadilhas. Ele envolve mudanças na pressão da água. Quando a armadilha é acionada através dos “pêlos” sensitivos, as células da parede interna da armadilha transferem água para as paredes externas, tornado-se essencialmente flácida.
Isto faz com que as folhas se fechem. O segundo tipo de movimento é produzido pelo crescimento das células – os “tentáculos” da Drosera curvam-se sobre a presa porque em um dos lados do “tentáculo” as células crescem mais do que do outro lado.
Mas movimentos rápidos não são restritos as plantas carnívoras, existe o caso da Mimosa pudica, como já citado anteriormente, e nem todas plantas carnívoras possuem movimentos rápidos. Muitas (como as jarrinhas) capturam as presas devido a forma de vaso de suas folhas, nas quais os insetos caem e ficam presos, mas a planta não se move.

Habitat
As plantas carnívoras crescem em solos pobres em nutrientes. A maioria, em solos encharcados , de pH baixo (ácido), às vezes pedregosos.

Captura de presas
Inicialmente, elas precisam de algum mecanismo para atrair as presas às suas armadilhas.
Muitas carnívoras atraem-nas da mesma forma que as flores atraem seus polinizadores: com vívidas cores e odor de néctar. Outras se aproveitam de padrões de luz ultravioleta de suas armadilhas para atrair insetos voadores.
As plantas carnívoras aprisionam suas presas de vários modos.
A Utriculária (Utricularia vulgaris) é uma pequena planta aquática livre-flutuante com armadilhas, que são urnas pequenas e achatadas, em forma de pêra.

Existem vários tipos de armadilhas utilizadas pelas plantas carnívoras para capturar suas presas:
- armadilhas tipo “jaula”,
-
armadilhas de sucção,
-
folhas colantes,
-
acídios.

As armadilhas “jaula” são as mais famosas por serem a própria representação da ação carnívora por meio de vegetais. As folhas são modificadas em duas metades com gatilhos no interior. Quando os gatilhos são tocados por presas potenciais, as metades da folha se fecham em incríveis frações de segundo, esmagando a presa e digerindo-a. Esse tipo de armadilha é encontrado na Dionaea e Aldrovanda.

Armadilhas do tipo folhas colantes são as mais simples, e encontradas em algumas famílias sem parentesco próximo. Basicamente, são glândulas colantes espalhadas pelas folhas ou até pela planta toda.
As presas são, na maioria, pequenos insetos voadores.
Esse tipo de armadilha é encontrado em Byblis, Drosera, Drosophyllum, Ibicella e Triphyophyllum.
Dentre estas, a Drosera apresenta movimento nas glândulas, às vezes na folha toda, enrolando-se sobre a presa para colocar mais superfície em contato com ela, portanto ajudando a digestão e subsequente absorção.

Armadilhas de sucção são utilizadas por todas as espécies de Utricularia.
Elas consistem de pequenas vesículas, cada qual com uma diminuta entrada cercada por gatilhos que, quando estimulados, provocam a abertura desta entrada.
Devido à diferença de pressão entre o interior e o exterior da vesícula, quando a entrada é repentinamente aberta, tudo ao redor é sugado para dentro, incluindo a presa que estimulou o gatilho.

Ascídios são folhas altamente especializadas, inchadas e ocas, como se fossem urnas, com uma entrada no topo e líquido digestivo no interior.
Novamente, estão presentes em algumas famílias sem parentesco próximo: Cephalotus, Darlingtonia, Heliamphora, Nepenthes, Sarracenia, etc.
Capturam desde pequenos vertebrados até diminutos invertebrados. As presas caem no líquido digestivo, aonde se afogam e são digeridas; seus restos se acumulam no fundo, às vezes enchendo a armadilha até o topo.!

A Brocchinia e a Catopsissão são bromélias típicas que aprisionam suas presas na água acumulada entre suas folhas. Embora suas folhas não tenham formato especializado como com os gêneros acima, o funcionamento da armadilha é basicamente o mesmo.

Já a Genlisea possui armadilhas relativamente pequenas, localizadas no subterrâneo ou na água. Capturam pequenos organismos que nadam para dentro delas, provavelmente atraídos por alguma substância liberada pela planta. Embora sejam únicas morfologicamente falando, apresentam paralelos interessantes aos ascídios.

Digestão – como é feita
Algumas poucas espécies de plantas são capazes de utilizar proteína animal diretamente como fonte de nitrogênio.
As plantas carnívoras digerem os organismos capturados, absorvendo os compostos nitrogenados que eles contêm, assim como outros compostos orgânicos e minerais, tais como potássio e fosfato, para complementar sua nutrição, já que a maioria dessas plantas são encontradas em pântanos, um habitat que é geralmente muito ácido e assim não favorável ao crescimento de bactérias nitrificantes (que convertem o amônio em nitrito e este em nitrato, forma na qual quase todo nitrogênio é absorvido pela maioria das plantas que crescem em terra seca).
Plantas carnívoras devem possuir enzimas para digerir suas presas e assim poder absorver mais facilmente seus nutrientes. A maioria, como as papa-moscas e jarrinhas produzem suas próprias enzimas digestivas. Após a presa ter sido digerida, tudo o que sobra é o exosqueleto vazio. É importante salientar que as plantas carnívoras capturam suas presas e absorvem seus nutrientes apenas para complementar sua nutrição, já que o solo onde vivem nem sempre é fértil.Outras plantas carnívoras são auxiliadas por bactérias que produzem as enzimas apropriadas.
Nesse caso, as plantas não produzem as enzimas digestivas. Muitas outras plantas, como a Sarracenia (jarrinhas), utilizam suas próprias enzimas e também as produzidas por bactérias. Isto é chamado relação simbiótica (mutualismo), pois ambos os organismos se beneficiam da cooperação.
As plantas conseguem “alimento”, e as bactérias um local seguro para viver; situação semelhante ocorre entre o homem e a bactéria Escherichia coli, que vive em nosso estômago.
Tendo sido capturada a presa, dá-se início ao processo de digestão.
A digestão das presas é realizada por enzimas proteolíticas (enzimas que digerem proteínas), elas quebram as substâncias em moléculas menores, estas últimas podem ser absorvidas pelas folhas. É um processo similar ao que acontece, por exemplo, no estômago humano, aonde, depois da quebra das moléculas, ocorre absorção pelas paredes do intestino.
Essas enzimas são muito fracas, não causam dano algum à pele humana ou qualquer animal de médio à grande porte.
Apenas algumas espécies não produzem suas próprias enzimas.
Elas dependem de bactérias para a digestão das suas presas, um processo bem mais lento.
De forma alguma pode-se dizer que as plantas carnívoras são plantas “meio vegetal, meio animal“.
Como qualquer planta, elas realizam fotossíntese.
As presas são nada mais que um complemento alimentar, uma fonte de nutrientes para compensar o que as raízes não obtêm do solo. Esta adaptação chegou a tal ponto que essas plantas nem sequer toleram solos ricos em nutrientes.

Reprodução
Plantas carnívoras possuem o mesmo ciclo de vida das plantas com flores (angiospermas).
Resumidamente, os principais passos são:
A semente germina.
A planta cresce até a “maturidade”. Algumas levam menos de um ano, mas outras levam vários anos.
A Papa-moscas levam cerca de quatro anos para começar a produzir flores.
A planta floresce. A planta é polinizada – por insetos ou vento – originando uma semente. A semente cai no chão. Ou invés de florir, a planta pode também se reproduzir vegetivamente (assexual).
Por exemplo a papa-moscas ou outras carnívoras geralmente produzem pequenas plantas extras na base da planta principal. Essas plantas crescem.

flor219

Obrigada pela sua visita. Se você tem sugestões ou dicas sobre o assunto, coloque aí nos comentários, eles podem acabar virando temas para novos posts.

OBS: Este site não trabalha com vendas de plantas,sementes e afins, apenas são postados artigos com informações sobre como cultivar as plantas. Você pode adquirir sua planta desejada em qualquer bom Garden Center de sua região.



2 Responses

  1. #1
    Valmor Junior 
    Wednesday, 1. February 2012

    Gostaria de saber como posso fazer o controle da mimosa pudica, (dormideira) se é falta de nutrientes no solo?

  2. #2
    JULY ANNY 
    Wednesday, 27. June 2012

    EU ADOREI ESSE SITE…
    POIE EU TENHO UMA PLANTA CARNIVORA NA MINHA CASA