O gênero Catasetum agrupa mais de 170 espécies epífitas. São encontradas desde o México, América Central, América do Sul – Brasil até a Argentina.
O maior número de espécies encontradas é na Amazônia, cerca de 100 espécies. Híbridos são cada vez mais comuns e já ultrapassam a quantidade de espécies.
Apresentam pseudobulbos carnudos, de folhas decíduas e nervuradas. A inflorescência é produzida das gemas dos nós nas laterais dos pseudobulbos, perto da base, racemosa, ereta, curvada ou pendente, em regra apresentando muitas flores quando masculinas e poucas quando femininas.
Este grupo de orquídeas de flores exóticas tem o hábito peculiar e as vezes agressivo de lançar suas massas de pólen (políneas) sobre o corpo dos seus visitantes, através de um gatilho na flor. Podem emitir três tipos de flores: masculinas femininas e hermafroditas e até mesmo dois tipos em uma única haste floral.
Além disso, possuem dois tipos de raízes, aéreas que são bem finas e curtas e outras que são recobertas por um velame (como uma capa esponjosa envolvendo as raízes para ajudar na absorção).
A planta tem um crescimento vigoroso e tem épocas do ano para crescimento, floração e períodos de descanso, que podem chegar a três meses, sendo uma das espécies de orquídeas mais evoluídas dentre as mais de 35 mil espécies catalogadas. Costuma florir depois que os bulbos se formam e podem emitir mais de quatro hastes florais consecutivas, mas para isso a luz deve ser forte, especialmente perto do fim do período de crescimento e a agua abundante.
É necessário refletir sobre a maneira de cultiva-las, pois o fato é que estas orquídeas são nativas de áreas tropicais quentes e crescem bem durante os meses chuvosos de verão. Durante este período de crescimento, temperaturas diurnas de 25º a 40º C e noites com temperaturas de 15º a 20º C são benéficas.
A água é um fator crítico para a produção de grandes pseudobulbos que resultam em melhor floração.
Uma grande quantidade de água deve ser armazenada pela planta em um relativamente curto período de crescimento. Água abundante quando as folhas novas estão se formando até quando o pseudobulbo amadurecer.
Depois de meses de crescimento e floração quando as folhas começarem a amarelar e cair ela estará entrando em período de dormência, já no final do ciclo e neste momento a rega deve ser diminuído. Água durante este período de dormência somente para que os pseudobulbos não murchem severamente, pois deles se inicia a nova brotação no fim do período de dormência.
A umidade relativa do ar deve ser alta para manter as folhas verdes e retardar o período de dormência. Este pode ser fornecido, no caso, colocando as plantas em potes plásticos, apenas com um reservatório cheio de água (em 1 dedo e meio de altura em média), de modo que as plantas não se sintam na água.
No fundo desse reservatório pode ser usado pedras ou isopor que é inerte e não possui reciclagem. A ventilação do ambiente de cultivo é um segredo no sucesso do estado fitossanitário da planta como também para se evitar a queima dos brotos novos que cozinham literalmente sem ventilação adequada, pois fica muito abafado durante o dia e a água parada acaba esquentando demais. O ar deve sempre estar se movendo em torno das plantas para evitar também fungos e doença bacteriana, especialmente na alta umidade.
Fertilize a água com adubo liquido orgânico frequentemente e em uma concentração mais diluída, pois são mais eficazes do que as aplicações ocasionais de concentrações fortes, além desse tipo de adubação o bokashi e o húmus de minhoca ajudam a manter uma temperatura estável no vaso e completam a nutrição.
Todo adubo deve ser esterilizado antes de colocado na planta, por isso tanto o bokashi como o húmus tem que passar pelo processo de esterilização. Uma maneira simples é a de assar no forno em temperatura alta, dessa forma os fungos, as bactérias, as possíveis sementes e ovos de minhoca, morrem.
O envasamento deve ser programado para coincidir com o início de um novo crescimento, normalmente desde o fim do outono até o final do inverno, antes do inicio da primavera. Dessa forma novas raízes serão produzidas rapidamente em pouco tempo, e as plantas vão experimentar revés mínima.
Estas plantas têm sistemas de raízes vigorosas e precisam de um substrato rico e úmido durante a estação de crescimento. O musgo sphagnum é usado com sucesso no cultivo das Catasetuns em muitos estados brasileiros.
Trata-se de um substrato que fornece uma enorme capacidade de retenção de água e fertilizante ideal para a fase de crescimento. Algumas plantas podem ser cultivadas em placas madeira ou vaso plástico normal com furos e também em vaso cerâmico e cachepôs, o que o torna mais fácil de mantê-los secos durante a dormência; no entanto, é mais difícil de mantê-los úmidos, enquanto crescem, necessitando regas frequentes.
Outros substratos usados são: chips de coco casca de pinus e carvão vegetal, e muitos outros, pois a planta é bem versátil no cultivo.
Os ácaros são uma praga comum destas orquídeas atacando as folhas. Controle ácaros, mantendo a umidade elevada.
Este gênero tem a capacidade de reduzir seu metabolismo frente a qualquer ataque de pragas ou variações climáticas, esse processo é chamado de dormência, no qual o Catasetum perde as folhas e reduz a absorção de água e nutrientes, permanecendo latente até que as adversidades passem, brotando normalmente logo após. Esse período de dormência pode chegar a três meses consecutivos não necessitando adubações.
As regas nesse período devem ser bem menos frequentes, apenas para os bulbos não desidratarem muito. O gênero Catasetum é extremamente adaptável, mas requer umidade constante além de alta quantidade de Nitrogênio, para o seu desenvolvimento rápido, desde o inicio da brotação.
O gênero Catasetum pertence a subtribo Catasetinae que também agrupa mais sete gêneros : Clowesia, Cyanaeorchis, Cycnoches, Dressleria, Galeandra, Grobya, Mormodes .Estes gêneros são atualmente cruzados entre si por produtores obtendo excelentes híbridos que florescem durante mais tempo e com muito mais flores.