O nome desperta atenção especial e até um pouco de magia, pois indica uma flor fina, com características sofisticadas e tão cheia de nuances, que surpreende até colecionadores experientes. Mesmo para o público leigo ela não é apenas um ornamento da natureza.
Quando uma orquídea enfeita ornamentando ambiente, produz uma impressão diferenciada, logo atraindo olhares e suscitando comentários. Quer em seu habitat natural, quer em jardins, em galpões próprios para seu cultivo ou apenas em um simples vaso, ela irradia beleza e oferece cores, por vezes tão variadas, que tendem a enfeitiçar seu observador. Essa a primeira razão da existência do orquidófilo ou daquele que cuida das orquídeas.
A flor da orquídea é assimétrica, ou seja, seus segmentos florais, em números diferentes, não permitindo que todas as divisões sejam iguais.
A orquídea possui três sépalas, duas pétalas e um labelo (que é uma pétala modificada).
As sépalas, que na flor, estão na parte posterior, quase sempre apresentam o colorido das pétalas, por vezes se aproximando das mesmas, em tamanho e até surpreendendo-as, como nos casos dos Gêneros Bifrenaria e Stanhopeae.
As pétalas, em formas destacadas, principalmente em Gêneros como Cattleya, dão aumento e contorno à flor.
O labelo, contudo é quem dá o colorido especial à flor e a faz diferente de todas as outras. Pode surgir simples, como no Gênero Siphronitis, embora completando o conjunto florífero; lindo, como nos Gêneros Cattleya e Laelia, ou mesmo extravagante como no Gênero Stanhopeae.
A orquídea é uma hermafrodita (Órgãos masculinos e femininos na mesma flor) e só em poucos casos, como no Gênero Catasetum, as plantas ostentam flores masculinas e femininas, separadamente (aqui, para a fecundação, quase sempre é preciso haver mais de um indivíduo, pois embora um mesmo exemplar possa apresentar flores de ambos os sexos, dificilmente elas vêem ao mesmo tempo).
Outro fator importante é o tamanho da flor em função da planta. As orquídeas são plantas relativamente pequenas, com flores muito grandes, guardando-se as devidas proporções. Este é outro motivo de agrado dos colecionadores, mais pela facilidade de transporte e possibilidade de ocupação de áreas menores, para que sejam cuidadas.
E porque todo esse comentário?
Apenas algumas noções sobre essa flor diferente, repleta de carisma e que é colecionada, admirada e cuidada por milhares de pessoas, no Brasil e em todo o mundo.
O Estado do Espírito Santo, abençoado em seu próprio nome, foi celeiro, incomparável, de orquídeas, por muitos e muitos anos. Agora restam bem menos, pois as matas, de onde são originárias, foram dizimadas, em derrubadas e pelo fogo, mas mesmo assim, devido o cuidado e espírito protecionista de alguns proprietários rurais e principalmente pelos orquidófilos (colecionadores ou produtores), as espécies capixabas subsistem e podem ser reproduzidas, por técnicas especiais, em laboratórios ou outros locais.