Classificação
Gênero: Dendrobium Sw.
Espécie: Dendrobium nobile Lindl.
Tribo: Epidendreae.
Subtribo: Dendrobiinae.
Etimologia: Dendrobium, do grego “dendron”, árvore; “bios”, vida; portanto “árvore da vida” ou ainda “o que sobrevive em árvore”.
Gênero com mais de 1000 espécies, nativa da Índia e Sri Lanka, leste do Japão, inclusive Filipinas, Malásia, Nova Guiné até Austrália, Ilhas do Pacífico e Nova Zelândia.
A maioria é epífita e em menor escala, litófitas, como o Dendrobium speciosum, originário da Austrália.
Muitas pessoas iniciantes no adorável mundo do cultivo de orquídeas, iniciam-se nessa paixão, através da compra ou presente de uma Dendrobium nobile Lindley, conhecido por alguns como “olho de boneca”, pois sua flor lembrar na coloração interna do labelo, o olho desse brinquedo.
A espécie Dendrobium, em geral, na época de floração, necessita de maior variação de temperatura entre frio e calor, assim como maior luminosidade e principalmente estresse pela falta de irrigação.
Se você tem um exemplar de Dendrobium nobile Lindley (esse é o nome correto da planta e da centena de híbridos que encontramos por ai), cujas flores variam em muito quanto ao tamanho e coloração devido a quase incontável quantidade de cruzamentos, pode observar que ao comprá-la numa floricultura ou exposição de orquídeas, a planta apresentava-se linda com dezenas de flores saindo próximas de suas folhas laterais intercaladas. O ano inteiro, depois da queda das mesmas, você cuidou dela com carinho, seja nas regas, adubação e controle de pragas, mantendo-a viçosa. Provavelmente surgiram novas mudas na sua base ou na haste, as quais, ainda grudadas nela, soltaram raízes. Afinal foi ótimo o resultado, aquilo que era uma única planta de repente te presenteou com outros tantos filhotes, que você diligentemente arrancou torcendo e girando as novas mudas pra soltarem-se ou usou alguma faca para cortá-la rente a planta mãe, plantando noutras estacas de madeira ou vasos.
Você esperava no ano seguinte que na época de floração, normalmente entre julho e agosto que sua planta mãe e as novas mudas dessem as mesmas floradas do ano anterior mas, estranho, ao invés de saírem flores, no lugar apareceram outras tantas novas mudas que enraizaram-se!
Por que isso aconteceu? O que fazer? Afinal você gostou e gosta da planta em razão de suas flores!.
É muito fácil resolver isso. Como foi dito no início, para que um Dendrobium nobile Lindley floresça precisamos controlar as regas, provocando-lhe o estresse pela falta d’água. Primeiro coloque o vaso num lugar onde receba uma boa luminosidade praticamente direta dos raios solares, preferencialmente da manhã e do entardecer, nunca do sol a pino que pode queimar as folhas da planta, que não está adaptada a essa mudança brusca e intensa de luminosidade direta. Assim a partir do mês de maio, passe a apenas borrifar a planta sem encharcá-la duas ou três vezes por semana. A partir de junho uma única vez na semana. Provavelmente começarão a aparecer aquelas “verruguinhas” laterais, transformando-se em formato de “esporão” mais crescido com uns dois ou três centímetros de comprimento. Não se empolgue querendo encharcar a planta com água. Ela entrou num processo de dormência para floração! A reserva que ela tem armazenada de água e nutrientes em suas hastes é o bastante para garantir a transformação dos esporões em lindas flores durante fins do inverno e início da primavera. Lembre-se, se você irrigá-la demais na época da floração, com certeza você terá sempre mudas novas e dificilmente as flores que tanto gosta. Essa técnica é aplicada na maioria das plantas do gênero, e não apenas a espécie Dendrobium nobile Lindley.
Sabia que o nome da espécie define-se como “árvore da vida”? Talvez porque como já vimos e sabemos, ela produz de sua própria haste outros tantos “filhotes” que prosseguem o curso da vida com novos indivíduos, e mesmo no estresse com falta d’água, naquilo que poderia ser um ultimatum em sobreviver, solta novas flores que polinizadas poderão render cápsulas com milhares de sementinhas, que teoricamente produzirão outra centena de exemplares (apesar do mais comum no cultivo doméstico ser a divisão da haste em estacas para se obter novas mudas ou as novas plântulas chamadas “keikis” que surgem nas hastes).
É possível obter novas mudas com estacas obtidas pelo corte da haste após floração e queda das flores.
Saturday, 18. June 2011
Noossa! Parece que você selecionou tudo o que eu tinha de dúvida e postou no seu blog. Ótimo…
Me auxiliou bastante com a minha menina. Obrigado.