Todos nós já sabemos das belezas que são as flores das orquídeas. São tantas variedades de cores, formatos e aromas, que às vezes fica difícil identificar aos olhos comuns que tipo de planta é essa. O texto hoje é sobre as orquídeas Stanhopea.
Stanhopea é um gênero de orquídeas epífitas, ou seja, se desenvolvem e crescem sobre outros vegetais, as espécies possuem crescimento simpodial (crescem para os lados). Até o momento esse gênero possui 66 espécies descritas.
A maioria dessas espécies possuem flores em formato de espiral, além de apresentarem um perfume que muito agrada a quem o sente, o único problema é que essas flores duram apenas alguns dias.
As orquídeas Stanhopea podem ser encontradas em ambiente natural que possuem até 4.000 metros de altitude em relação ao nível do mar.
Ainda sabemos pouco sobre a origem das orquídeas mas, acredita-se que elas tenham se originado na Austrália há aproximadamente 112 milhões de anos.
Sim, é bastante tempo! Em seguida elas se espalharam pela Antártica e mais tarde para o restante do mundo, onde atualmente está presente em todos os continentes.
Pesquisadores descobriram que a grande quantidade de espécies de orquídeas que podem ser encontradas em ilhas vulcânicas, depende em grande parte da área e da altitude em que se encontram. Por elas estarem presentes em todo o planeta, isso comprova que possuem ampla variedade de adaptações para os mais diferentes habitats.
Cultivo das Orquídeas Stanhopea
A melhor maneira para se realizar um bom cultivo de uma orquídea Stanhopea é, abrigá-las em vasos vazados ou cestas suspensas, devido ao crescimento das suas hastes florais que normalmente crescem para baixo.
Assim os buracos do recipiente onde a planta estiver serão essenciais para o seu desenvolvimento. Os recipientes para cultivo podem ser comprados diretamente em alguma loja especializada em plantas ornamentais, ou feitas através de artesanato com madeira e metal dobrável para se fazer um tipo de rede de sustentação.
Aqui vai algumas dicas sobre as principais variáveis à se preocupar:
* Luz: As orquídeas estão mais bem adaptadas a uma forte incidência luminosa, geralmente uma potência de 3000fc é o suficiente para o seu melhor crescimento.
A maior recomendação é que elas nunca sejam expostas diretamente a luz solar, isso pode causar sérios danos a planta e prejudicar o seu desenvolvimento.
* Umidade: Como padrão estabelecido para a maior parte das espécies do gênero, é necessário manter umidade em torno de 70-90%.
Em alguns casos, é necessário deixar a orquídea em descanso seco durante o inverno, se essa for a ocasião, você deve regar apenas o necessário para que as pequenos brotos não murchem, isso deve ser feito até que eles retomem o crescimento e volte a normalidade. Passado essa fase, a rega pode retomar normalmente ao seu padrão.
* Temperatura: Esse fator é muito importante quando tratamos de orquídeas. As Stanhopea geralmente se adaptam melhor a uma temperatura média entre 21-25 °C durante os períodos da manhã e tarde, situação um pouco diferente durante a noite, onde a melhor temperatura está entre 10-15°C.
Sabemos que é difícil fazer todo esse controle de temperatura funcionar perfeitamente, mas basicamente o que os especialistas afirmam é que se você tem uma temperatura ambiente agradável para você, provavelmente estará agradável para as Stanhopea também.
* Rega: Como vimos no tópico acima sobre umidade, deu pra perceber que elas gostam realmente de água. Elas se desenvolvem melhor em condições mais úmidas, nesse caso é necessário ficar atento quando a terra estiver seca ou começando a ficar seca.
Uma dica que auxilia bastante na retenção de água pelo solo, é usar substratos como musgo, lã de rocha ou fibra de osmunda (gênero de samambaias principalmente de região temperada da família Osmundaceae).
Naturalmente irá haver um grande fluxo de ar em contato com a planta e o substrato, provenientes das aberturas do recipiente em que estiver, sendo assim, tome muito cuidado com a rega, pois você ainda pode acabar sufocando-as acidentalmente com excesso de água.
Algumas curiosidades sobre as Orquídeas
Apesar da maior parte das pessoas não conhecerem todas as orquídeas e muito menos ter se deparado com uma grande quantidade delas, provavelmente devido a não comercialização das mesmas, a ciência já descreveu milhares de espécies desse grupo de plantas.
Cerca de 70% das orquídeas, aproximadamente 18.850 espécies, são epífitas e representam aproximadamente 70% de todas as espécies de plantas epífitas do mundo.
As flores das orquídeas podem ter uma vida notavelmente longa, chegando até a alguns meses de vida, porém, algumas duram apenas um dia. Atualmente já se sabe que quando as flores são polinizadas de forma incorreta, ou seja, pelo pólen de outra planta que não seja da mesma espécie de orquídea, essas flores tendem a viver mais do que as polinizadas corretamente.
Isso está diretamente relacionado a variação genética que é adicionada ao genoma natural da determinada espécie.
Na natureza, estima-se que talvez 60% das orquídeas sejam polinizadas por abelhas. Elas são o principal animal que realiza a polinização das orquídeas Stanhopea, e além disso muitos insetos fazem uso do aroma da flor que fica impregnado em seu corpo, como uma das táticas de atração de fêmeas para cópula.
Isso nos faz pensar bastante na posição ecológica em que as abelhas ocupam, e a necessidade de preservá-las para continuarmos desfrutando das belezas da natureza.
As sementes das orquídeas são extremamente pequenas, impossível de se ver uma semente ao olho nu, o que podemos ver é apenas uma nuvem de “poeira de sementes” se chacoalharmos a planta.
O tamanho de uma semente de orquídea é algo em torno de 150 micrômetros, isso é o equivalente a 0,00015 m. Frequentemente as orquídeas produzem uma grande quantidade, até 4 milhões de sementes por fruto, ou 74 milhões de sementes por cada planta. Esses fatores tornam as orquídeas um grupo bem diferenciado das suas plantas parentes.
Existem milhares e milhares de espécies de orquídeas, e isso se deve ao seu longo histórico de vida em nosso planeta. Algo que começou a milhões de anos atrás em algum lugar da Terra e continua até hoje.
Acontece que quanto maior o tempo que elas sobrevivem, maiores são as adaptações aos diferentes habitats. Sem dúvidas são plantas que sempre irão despertar interesse pela sua beleza e aroma, em qualquer parte do globo.