Cymbidium
É necessário conhecer os hábitos endêmicos de uma orquídea para definir quais os melhores substratos em recipientes para cultivo. Aqui serão abordados as condições e os elementos necessários para o cultivo do Cymbidium e do Dendrobium, para indispensáveis para qualquer coleção, e de fácil cultivo. Ambas as espécie são originárias da Ásia, mas se aclimaram bem no Brasil.
A Cymbidium, que é muito popular como uma flor de corte, apresenta grande durabilidade e, por isso, é um presente que sempre agrada aos amantes de orquídeas.
Outra característica que justifica sua comercialização frequente é a permanência em um mesmo recipiente por três a quatro anos, o que facilita a sua manutenção.
Vale lembrar que há diferentes tipos e tamanhos desta planta: miniaturas, híbridos, com flores pendentes e de cores diversas. Mas seja qual for, o Cymbidium pode ser cultivado com um tipo de substrato semelhante ao das orquídeas terrestre, ou seja, que permite boa drenagem e é composto por matérias orgânicas em decomposição.
Também são indicados casca de pinus., fibras, areia, farinha de osso e substrato com nitrogênio. Deve-se estar atento, porém, ao aparecimento de bactérias, que devem ser combatidos.
O Cymbidium pode ser encontrado, originalmente em países como a Índia, Austrália, China, Japão e outras regiões do Sudeste da Ásia, onde é utilizado com bastante frequência na decoração de templos e em esculturas de rochas.
Muitas espécies são terrestre e vegeta em solo bastante drenado, com grande quantidade de húmus: outras vivem em fendas das rochas ou em pedaços de árvores em que há acúmulo de matéria orgânica, como folhas mortas, mistura de húmus e insetos.
Poucas espécie do Cymbidium são epífitas, mas, mesmo para estas, o substrato mais indicado é aquele formado por casca de pinus e esfagno. Em países como Coréia, China e Japão, é comum plantá-lo em vasos cerâmicos com boa drenagem.
No caso os híbridos não há muita exigência em relação ao substrato. Eles se acomodam bem em recipientes plásticos com ótima drenagem e materiais como o pinus, carvão, fibra de coco e bolinhas de isopor.
Dendrobium nobile
O Dendrobium nobile habita copas de árvores tanto nas planícies quanto nas finas montanhas do Himalaia, aproximadamente 1.400 m de altura. Visto com frequência em jardins e interiores, essa orquídea é bastante disseminada pela sua beleza e pelo fácil cultivo.
Uma das condições necessárias para o desenvolvimento adequado do Dendrobium é a umidade. Em seu habitat natural, a orquídea está em contato constante com as precipitações, o orvalho e a umidade relativa do ar.
Quando o substrato se encontra em condições ideais de textura e drenagem, a água é absorvida por uma estrutura esponjosa, que recobre as raízes, denominada velame – formada por camadas sobreposta de células mortas. Essas plantas sobrevivem à estiagem prolongada, mas podem morrer se não houver drenagem apropriadas.
Portanto, este é um quesito que não pode ser deixado de lado quando o assunto é o cultivo dessa espécie. Contudo, não é preciso exagerar na água, como aponta um outro estudo sobre orquídeas.
O substrato é a base de uma boa cultura de orquídeas: é o suporte para as plantas, devendo apresentar qualidades básicas indispensáveis, como consistência para suporte, boa aeração das raízes e capacidade de retenção de água sem encharcar.
Em estudos dessa espécie, pesquisadores avaliaram e aceitaram o uso de uma série de elementos comuns em orquidários do Brasil, como esfagno, carvão vegetal, piaçava, coxim (casca de coco industrializada), além da drenagem de recipientes com brita, argila expandida e cacos cerâmicos. Alguns ainda tiveram êxito com o uso de blocos de casca de coco pura ou em mistura de carvão vegetal e casca de Eucaluptus grandis, em diferentes proporções.
As plântulas de Dendrobium nobile foram adaptadas a um tipo de substrato comporto de casca de arroz carbonizada, vermiculita, plantmax (composto de vermiculita expandida, perlita, casca de árvores e turfa), carvão vegetal e isopor moído.
O estudo constatou, ainda, que esses dois componentes de substratos, associados ao carvão vegetal e isopor moído, podem ser excelentes alternativas para o tradicional xaxim, que se encontra em vias de extinção.
Foi verificado também que no Brasil nobile se desenvolve bem entre 15 a 25 ºC, regas regulares na primavera e verão e mais espaçadas no outono e inverno.
Outra pesquisa desenvolvida foi realizada com substrato de coco: em pó, desfibrado, em cubos e em recipientes plásticos com drenagem de argila expandida. Nesse experimento, a cada 30 dias, foi realizada uma adubação foliar de NKP 10-10-10 1,/1; e , a cada 90 dias, uma adubação orgânica utilizando farinha de osso e torta de mamona 1g/vaso na proporção de 1:1(Silva 1986).
Um bom substrato deve ter as seguintes características : economia hídrica aeração, permeabilidade, e capacidade de retenção de nutrientes. Além disso, deve ser um meio com alta estabilidade de estrutura, a fim de se evitar compactação, alto teor de fibras, resistência à decomposição e estar livre de agentes causadores de doenças, pragas e propágulos de ervas daninhas.