O Brasil é dividido em seis principais climas. Assim, muitas plantas que vegetam bem numa região com clima equatorial, como a Amazônia, não resistirão ser cultivadas em Porto Alegre, de clima subtropical. Da mesma forma, espécies da caatinga, de clima semi-árido, poderão terão dificuldades em vegetar no Rio de Janeiro, de clima tropical, e assim por diante.
Em se falando de clima, podemos considerar que o Brasil tem muitas diferenças e isso deve ser levado em consideração na escolha das plantas. E isso, que não estamos considerando as plantas exóticas, que podem ser climas ainda mais diversos.
O Brasil é tão extenso e diverso em clima, que permite jardins externos totalmente tropicais ou desérticos. Dependendo da região.
Por este motivo, não se pode plantar Sansão-do-campo do Paraná ao Rio Grande do Sul. É uma planta que apesar da grande rusticidade, não tolera a mínima geada. Outro exemplo clássico é a tentativa, sempre infrutífera, de fazer vicejar ano após ano Tulipas ou Jacintos-uva no Brasil. Mesmo no nosso clima mais temperado, o frio não é suficiente para a formação das flores e saúde dos bulbos.
Todas as plantas requerem um certo conjunto de condições de crescimento. As condições do seu terreno vão determinar quais plantas vão crescer e se desenvolver bem lá.
Solos:
Estes variam muito em pH, textura, drenagem e fertilidade. Solos arenosos são geralmente bem drenados, enquanto solos argilosos podem se tornar encharcados. Algumas plantas se dão bem em ambas as situações. Assim, use sempre as informações da análise de solo da sua área na seleção das plantas. É muito melhor e mais fácil selecionar plantas para o seu tipo de solo, do que tentar modificar seu solo.
As plantas variam também em suas necessidades de luz solar. Por exemplo, a samambaia-paulista vai muito bem sob sol pleno, mas a grande maioria das samambaias não tolera a incidência solar direta. Quando você avaliar idéias alternativas ao seu projeto, considere os padrões de sombra criados pelas construções e por outras plantas.
Algumas árvores e arbustos de folhas perenes podem não tolerar os ventos frios de inverno, com efeito desidratante. No entanto, a maioria das plantas decíduas (caducas – que perdem as folhas no inverno) resistirão a exposição total, em campo aberto. Um exemplo são as Helicônias, com suas folhas grandes e macias, devem ser plantadas em locais protegidos de ventos fortes.
Topografia:
Algumas plantas são adaptadas a regiões de vales, com umidade, enquanto outras são ideais para cobrir taludes e áreas com risco de erosão. As variações são muitas, portanto respeite a topografia do seu terreno, resistindo a tentação de aplainar tudo com uma retroescavadeira. Muitas vezes o terreno acidentado propicia a criação de caminhos e pontos focais interessantes, além de manter a estrutura do solo e criar diferentes microclimas, permitindo o cultivo de plantas com requerimentos diferentes nas partes mais altas e nas partes mais baixas do terreno.
Esteja também atento a possível poluição do solo ou do ar do local. Muitas espécies de coníferas, não resistem à poluição do ar, e acabam secando. Áreas com solo salino, comum em regiões litorâneas, podem impedir o desenvolvimento de diversas espécies. Você deve selecionar plantas que irão crescer bem sob as condições do seu terreno. Do contrário, você terá muito trabalho para mantê-las saudáveis desde o início.
Uma boa idéia é percorrer a vizinhança e anotar quais plantas estão bonitas e viçosas. Mas não se prenda a isso, limitando sua criatividade. Outra dica interessante é buscar por espécies que pertencem à mesma latitude da sua cidade. É comum, por exemplo, espécies da África do Sul ou da Austrália, crescerem bem nos estados do sul do Brasil. Visite as floriculturas e garden centers da região e converse com os viveiristas. Eles terão dicas valiosas de plantas para vocês.