Ter sempre à mão ervas aromáticas, que podem ser utilizadas em temperos, chás, remédios ou doces é, além de um prazer, uma medida que pode ser bastante econômica e prática. Durante o ano todo você terá ervas frescas, de ótima qualidade, cuidadas por suas próprias mãos, praticamente de graça.
Essas ervas podem ser cultivadas até em vasos ou jardineiras, dando um efeito de decoração muito interessante. Vasos com alecrim , arruda, manjericão, por exemplo, são bonitos e dão um aroma todo especial ao ambiente.
Você poderá cultivar as ervas em grupo, ou então junto a outras plantas ornamentais. Dentro de casa, o melhor lugar para o cultivo de ervas é na varanda ou num peitoril de janela, ou ainda perto dela, por causa da luz solar e do ar fresco. O cerefólio, por exemplo, prefere sombras, mesmo quando plantado ao ar livre.
Se você quer uma horta, escolha um lugar no seu quintal, jardim, chácara, sítio, onde haja luz do Sol durante pelo menos seis horas do dia. Mesmo não havendo um pedaço de terra, poderão ser usadas jardineiras, vasos grandes, caixotes, caixas d’água, latas, desde que essas vasilhas tenham, no mínimo, 20cm de profundidade.
Além do Sol, o cultivo dessa erva exige que o terreno ou terra a ser utilizada contenha uma grande quantidade de matéria orgânica; seja bem drenado, fofo e de preferência plano, sendo que para canteiros o mais aconselhados são os ligeiramente mais elevados, aproximadamente dez centímetros, do nível geral do terreno.
No caso de espaços cimentados, pode-se obter uma horta sem quebrar o calçamento. Para isso, basta construir os contornos dos canteiros, com tábuas ou tijolos, deixando nas bases pequenos buracos para que a água escoe. O canteiro deve ter de vinte a vinte e cinco centímetros de profundidade e um metro de largura. Para facilitar a movimentação das pessoas, no trato de vários canteiros, convém deixar um espaço de no mínimo quarenta centímetros um do outro.
Preparo da Terra
Por tratar-se de plantios domésticos, não é imprescindível, mas você poderá adicionar calcário dolomítico, numa proporção de 200 g. para cada metro quadrado de terra, misturando por igual em todo canteiro. Essa mistura deverá ser feita com antecedência de um mês do plantio. Antes de plantar, é importante distribuir o adubo orgânico de maneira uniforme.
Técnicos e agricultores garantem que o adubo orgânico curtido, que pode ser de restos de alimentos, esterco de animais de procedência conhecida ( isto é, que não usaram antibióticos e outros medicamentos químicos ), húmus de minhoca, folhagem e outros restos de vegetais é o mais aconselhável, porque é natural e de excelente qualidade.
Como fazer o adubo
Para se obter o esterco animal curtido deve-se colocar o material numa esterqueira, podendo ser qualquer cercadinho, para que ele fermente e se transforme em adubo. É necessário resolver o material periodicamente de modo que se transforme numa pasta homogênea.
Os restos de plantas, animais domésticos e alimentos também podem virar adubos de ótima qualidade. São os chamados compostos. Eles precisam, também ser curtidos, em local que pode ser um buraco ao chão, ou um caixote. Deposite, em camadas, as cascas de legumes, de ovos, de frutas, papéis, pó de café ou chá, poda de grama, folhas verdes ou secas, serragem, cinzas e restos de culturas, importante alterar as camadas de material úmido e seco, separadas por uma fina camada de terra. Para evitar o mal cheiro e as moscas. Espalhe uma camada de calcário dolomitico por cima do monte. Isso servirá também para diminuir a acidez do composto. A composteira deve permanecer tampada e úmida, mas não encharcada. Este composto preparado, após 45 dias, pode-se colocá-lo no minhocário e de 15 em 15 dias retirar o húmus.
Limpe o terreno
Antes de semear, é importante limpar bem o canteiro, retirando o mato, entulho, pedras, restos de plásticos, pedaços de panos, vidros, etc. Com a enxada, cave todo espaço escolhido até um palmo de fundura. Depois de desfazer os torrões e afofar a terra, coloque o adubo ou composto orgânico, numa proporção de vinte litros para cada metro quadrado de canteiro, misturando bem.
Canteiros ou Vasos
Para fazer o cultivo em pequenos espaços, você poderá usar canteiros utilizando tubos plásticos, de vinte centímetros de diâmetro, cortados pela metade no sentido horizontal. Nesse caso, é preciso colocar nas canaletas 20 partes de terra para 7 partes de adubo orgânico. Cada metro de canaleta, de 10 centímetros de diâmetro, precisa de, mais ou menos, 10 litros de mistura de terra e adubo. Se você quiser pode ter várias canaletas, montando um suporte de madeira ou ferro.
As canaletas podem ficar penduradas no teto, com arame, correntes ou fio de nylon.
Você poderá fazer, ainda, outro tipo de horta, usando tubos de zinco, como os de chaminés de fogões a lenha. Os tubos devem ser colocados na posição vertical, tendo sempre o cuidado de tampar a parte de baixo, mesmo que se vá apoiá-los no chão. Eles podem ser pendurados no teto também com buchas bem grossas. Faça aberturas alternadas, ao longo do tubo. Esses recipientes devem ser enchidos com camadas uniformes de terra peneirada e fofa. As regas podem ser feitas com irrigação por gotejamento. Para tanto, enterre no seu canteiro, deixando a boca a vista, um tubo não muito grande, com dois furinhos nas paredes. Encha-o de água e tampe-o para que a água não evapore. A medida que a terra precisar ela vai retirando água do tubo. Cuide para que o tubo esteja sempre cheio, e enterre-o com a terra umedecida.
Para plantar nos vasos, você deve preparar a terra da mesma maneira que para o canteiro. Encha-os com a terra bem fofinha. Procure escolher os vasos de tamanho compatível com o número e tipo de plantas que escolher para o plantio.
O Plantio
A maneira mais comum de se plantar é através de sementes. Porém, alguns tipos de ervas, como alecrim, manjericão ou estragão, são plantados a partir de mudas, cultivadas por você mesmo, ou então compradas em loja ou chácaras especializadas.
Semeadura, mudas ou touceiras
Para semear ao ar livre, primeiro é preciso alisar bem a terra e depois abrir sulcos com 2 centímetros de fundura, deixando um espaço de meio palmo entre um e outro. As sementes devem ser distribuídas uniformemente nos sulcos e cobertas com terra fina do próprio canteiro. A plantação deverá ser regada pela manhã e à tarde, até brotarem as sementes. Depois disso, basta regar uma vez por dia, sendo mais conveniente à tarde, para impedir que o calor evapore o líquido. É importante proteger o local contra o Sol muito forte e da destruição de animais e pássaros, colocando uma cobertura feita com ramos ou tela, que deve ficar a mais ou menos dois palmos acima da terra.
As ervas devem ser plantadas, tanto ao ar livre, como em canteiros, com espaçamento de 20 a 30 cm. A terra deverá estar bem fofinha, e a profundidade em vasos, canteiros ou ao ar livre deverá ser a mesma – 15 a 20 cm.
Há certos tipos de ervas que não podem ser plantadas diretamente no canteiro definitivo. Para esses tipos será preciso fazer uma espécie de pré-plantio, semeando-as numa terra bem fofa e porosa e regar periodicamente até a germinação completa, e depois transplantar as mudinhas mais vigorosas para o lugar definitivo.
O plantio através de estacas de plantas adultas é feito da seguinte forma: enterre, com profundidade de 10 cm, um pedacinho do caule da planta e aperte a terra na parte mais inferior da estaca, para que esta fique firme, tendo o cuidado de deixar uma parte da estaca para fora, de onde sairão os brotos.
Transplante
Para conseguir bons resultados na colheita de ervas é preciso dar atenção especial ao transplante, no caso daquelas espécies que não podem ser plantadas diretamente. Para transplantar as mudas, convém escolher um dia nublado ou, então, um fim de tarde, tendo o cuidado de molhar bem a sementeira.
Escolha preferencialmente as mudas melhores, mais fortes e maiores, retirando-as da sementeira, de modo que um pouco de terra permaneça nas raízes. Coloque-as nas covas previamente preparadas no local definitivo. Depois, é só cobrir com terra e apertar um pouco, para que fiquem firmes. É sempre bom molhar os canteiros depois do transplante.