É uma belíssima planta herbácea vivaz pertencente à família das borragináceas, que pode crescer até 1 metro de altura e um diâmetro equivalente, de forma muito rápida.
Comum na Europa, exceto na região mediterrânica, surge no nosso país em alguns jardins e hortas, onde é cultivada de forma a tirar partido das suas inúmeras características: em consociação com outras plantas hortícolas, melhora a produção e a qualidade, por melhorar a disponibilidade de fósforo e potássio, além de poder proporcionar sombra, o que se revela, por exemplo, nos morangueiros.
Rica em cálcio, potássio, fósforo, ferro e magnésio, possui uma relação C/N semelhante ao composto curtido (9,8/1)!!!; O chorume fermentado obtido a partir das folhas fermentadas acelera a compostagem.
Prefere solos leves, úmidos e bem drenados, embora se adapte a qualquer tipo de solo desde que não encharcado, situação que pode levar ao apodrecimento e morte da planta.
Desenvolve-se bem ao sol embora prefira situações de meia-sombra.
Gosta de ser bem irrigada de Verão e desenvolve-se muito rapidamente, produzindo uma enorme massa foliar.
Resistente ao frio, floresce entre Maio e Junho e as suas sementes ficam maduras entre Julho e Agosto. As flores são cor-de-rosa, em grande número, hermafroditas e polinizadas por abelhas.
Pode tornar-se invasiva pois possui um sistema radicular muito profundo e difícil de erradicar, mesmo pequenas porções de raiz no solo podem dar origem a novas plantas. Convém por isso escolher um local definitivo para a plantar, não se adaptando à permanência em vaso ou floreira por muito tempo, a não ser em contentores grandes e bem drenados.
A propagação pode fazer-se por sementeira no Outono ou Primavera ou por divisão durante toda a Primavera/Verão.
O enraizamento de caules herbáceos também é possível nesta altura.
Pode ser atacada por doenças como a ferrugem e o míldio, que podemos combater removendo as folhas atacadas e podando sistematicamente a planta, de forma severa, já que reage rapidamente, produzindo novas folhas em abundância.
Os caracóis também representam um problema, mas nalguns casos esta situação pode transformar-se em vantagem, já que a planta representa uma excelente “armadilha” para os apanhar em grande número.
O confrey foi usado ao longo da história enquanto planta medicinal, no tratamento de vários problemas.
As partes mais utilizadas são a raiz e as folhas, sendo a raiz, a partir dos 2 anos de vida, mais ativa.
É especialmente utilizada no tratamento externo de cortes, contusões, entorses, eczemas, psoríase, fraturas de ossos, etc…
A planta contém uma substância chamada alantoína, que acelera o processo de cicatrização de feridas e é reepitelizante, sendo muito utilizada para acelerar a formação de calo ósseo depois das fraturas. Esta substância é já sintetizada pela indústria farmacêutica e utilizada numa enorme panóplia de fármacos e cosméticos. Contém também mucilagens que atuam como hidratantes e anti-inflamatórias.
Não deve ser utilizada durante a gravidez ou aleitação nem aplicado externamente sobre feridas abertas.
Existem muitas espécies e variedades de Confrey, uma das mais comuns é a Bocking 14, pela sua elevada disponibilidade em alantoína e potássio, embora seja menos interessante enquanto planta comestível.
Nos últimos anos é cada vez mais procurada para agricultura ou jardinagem biológica, onde deve ter um lugar de destaque, pois pode facilmente substituir a aplicação de fertilizantes de síntese, algo muito difícil de conseguir com qualquer outra planta.