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Espaçamento de plantio:
Não existe um valor fixo de espaçamento. Devemos usar o bom senso, considerando o máximo estético e o mínimo biológico entre as forrações.
- Mínimo biológico: espaçamento mínimo de modo que uma planta não prejudique a outra (competição por luz, água e nutrientes).
- Máximo estético: espaçamento máximo que não venha a comprometer esteticamente o jardim.

Um bom exemplo, considerando esses dois quesitos, é o da begônia, que pode ser plantada num espaçamento entre 15 e 25 cm. Se plantada a menos de 15 cm, haverá competição excessiva entre as plantas, prejudicando-as, e se plantada a mais de 25 cm, o canteiro ficará com falhas.

Se o canteiro estiver num lugar de destaque, como na entrada de um imóvel, pode-se plantar num espaçamento mais próximo (15 cm). Se for secundário ou nos fundos do imóvel, poderá ficar mais espaçado (25 cm).
Em termos práticos, para grande parte das forrações de menor porte (que não ultrapassam 30 cm), adota-se o espaçamento de 20 cm ou aproximadamente, de um palmo.

Tipos de mudas:
Podemos encontrar forrações comercializadas nas seguintes formas:
- Sementes: pouca aplicação em paisagismo, mais utilizada por produtores de forrações anuais.
- Mudas de raiz nua: são vendidas em sacos a custos mais baixos, por exemplo: grama preta, agapantus e lírios.
- Mudas enraizadas em saquinhos: forma mais comum de comercialização das mudas de forração, vendidas em caixas de 15 unidades. São mais fáceis de serem plantadas e não sentem o transplante por estarem bem enraizadas.
- Bandejas de plástico: recentes no mercado representam uma forma econômica de produção. Cada bandeja vem com 50 a 60 unidades. As forrações já vêm enraizadas, facilitando o plantio, pelo tamanho da muda.

Disposição das mudas:
O plantio das mudas deve ser feito sempre em zigue-zague, de modo que cada quatro mudas formem um losango. Assim, evita-se que a chuva ou a água das regas acabe formando sulcos no solo, principalmente se o terreno for muito inclinado. Além disso, essa disposição conduz a um melhor fechamento do canteiro, que fica mais compacto.

Plantio:
As mudas devem ser retiradas de seus recipientes. No caso de forrações em raiz nua, suas touceiras devem ser divididas em unidades menores.

As covas podem ser abertas com pazinhas de jardim se as forrações forem de pequeno porte, e ferramentas maiores, como sachos e enxadões, para forrações de maior porte, como moréias e helicônias. As covas devem ser abertas facilmente, pois indicarão um bom preparo de solo.

Distribuição homogênea: para uma distribuição e espaçamento mais homogêneo nos canteiros, devemos espalhar as mudas e adotar um espaçamento apropriado para a quantidade em questão, para não faltar nem sobrar. Em terrenos maiores, deve-se subdividir a área em varias áreas de menor tamanho para ter uma boa distribuição.

Cobertura com terra: terminado o plantio, pode-se colocar uma camada leve de terra preta para dar uma melhor aparência ao canteiro.

Escolha da espécie:
A escolha as espécie depende de diversos fatores, e representa uma fonte de insegurança para o paisagista iniciante, pois diferentemente dos gramados, que só têm poucos representantes, as forrações são em grande número e características bastante variadas.
Assim, é bastante difícil definir um método de escolha da espécie, pois envolve uma série de fatores relacionados com Projeto e Orçamento.

Alguns fatores são:
Gosto pessoal - O fato de existir um grande número de opções, adequadas às mais diversas possibilidades paisagísticas, faz com que, em algumas situações, o critério de escolha acabe sendo o gosto pessoal. Muitos paisagistas possuem plantas preferidas, criando até um estilo pessoal. Apesar de ter uma grande carga de gosto pessoal, a escolha é fundamentada também em aspectos técnicos, como ambiente, combinação de cores e texturas, proporcionalidade, etc.

Terreno disponível:
É interessante que o porte das forrações a serem utilizadas no jardim cause um efeito proporcional à dimensão do terreno:
Se for grande, forrações mais altas: acima de 30 cm, tais como:
- Agapanto (Agapanthus africanus) – até 80 cm
- Moréia amarela ou branca (Dietis bicolor) – até 70 cm.
- Íris-azul (Iris germanica)- até 60 cm.
- Lírio-amarelo (Hemerocallis flava) – até 60 cm.
- Camarão-vermelho (Justicia brandegeana) – até 1,0 m.

Se pequeno, forrações mais baixas, como:
- Azulzinha (Evoulvulus glomeratus) – até 30 cm.
- Falsa-érica (Cuphea gracilis) até 20 cm.
- Dinheiro-em-penca (Callisia repens) – até 10 cm.
- Gazânia (Gazania nivea) – até 20 cm.

Luminosidade:
Podemos encontrar forrações adaptadas para diferentes condições de luminosidade,de modo que é possível classificá-las em:

Pleno sol: a planta precisa ficar exposta ao sol, no mínimo 6 horas diárias. A maioria das espécies deste grupo é bastante colorida e se destaca tanto pelas variadas cores, formas e texturas de suas folhas como pela beleza de suas flores.

Meia sombra:
espécies que não requerem muita luz. Precisam de 3 horas diárias de sol, no mínimo, principalmente no verão, mas não suportam o sol direto entre 11h e 17h. Devem ficar sob luz indireta, filtrada por árvores ou plantas mais altas. Os locais mais propícios para o plantio dessas espécies são: canteiros próximos a muros; locais que passam metade do dia com sol e metade com sombra, como em fachadas de casas e prédios; terrenos com muitas árvores ou arbustos altos.
A maioria das espécies deste grupo é valorizada pela beleza de suas folhagens, poucas têm destaque por suas flores.

Sombra: precisam de no mínimo 2 a 3 horas de luz indireta, do contrario podem ficar raquíticas, estioladas e até adoecerem.

Pleno sol e meia sombra: versáteis, se adaptam muito bem tanto em locais a pleno sol quanto meia sombra. Recomendadas para áreas onde há diferentes tipos de incidência de luz, permitindo a utilização da mesma espécie nesses locais e também pela praticidade na manutenção. Um exemplo interessante é o da grama-preta (Ophiopogon japonicus), capaz de se adaptar à condição de pleno sol, meia sombra e sombra.

Solos áridos ou secos:
Utilizam-se forrações suculentas, com boa adaptação à seca e solos pobres. São utilizadas em jardins de pedra, jardineiras e vasos.
As cactáceas são muito utilizadas nestes casos, sendo que a maioria é de pleno sol.
Tem de ter solo bem arenoso para poder drenar rapidamente o excesso de umidade que poderia causar apodrecimento das raízes.
O solo para cultivá-las pode ser preparado com 50% de areia e o restante com terra mista.

Forrações claras para formação de mosaicos:
Algumas espécies provocam um efeito interessante pela cor clara, textura e forma.
Espécies como clorofito, acorus e ofiopogon, com seu aspecto espetado e cores claras predominantes, são muito utilizadas com outras forrações para promover contraste.
Podem ser utilizadas também para aumentar a luminosidade de um local mais sombreado, como uma varanda de face sul.

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