Família: Commelinaceae
Origem: Sul e Sudeste do Brasil
É catalogada e citada pelos especialistas como erva rizomatosa, formando touceiras, revestida por pilosidade castanho-avermelhada (exceto nas pétalas), sem caule aéreo visível. Inflorescências no centro da roseta de folhas.
Vegeta sem muita raridade na Mata Atlântica do Sul e Sudeste brasileiros, entre 200 e 400m acima do nível do mar. Sempre em solos úmidos e cobertos de detritos da vegetação. Vivem bem na sombra discreta onde ainda alguns raios de sol conseguem chegar.
Nos lugares onde se estabelece, sempre inspiram uma impressão de muita tranquilidade. É uma planta que cresce com muita morosidade, por fim ao atingir volume termina por esconder por completo o topo do vaso, formando densa folhagem que dificulta até o molhamento.
As folhas e o aspecto geral são únicos. É a única espécie do gênero, as outras parentes da mesma família botânica, parecem simplórias perto dessa sedutora. Em comum com elas, tem apenas a mesma cor das flores e a forma conspícua das 3 pétalas em evidência.
Devem ser cultivadas apenas em locais à meia-sombra e protegidos, além de serem sensíveis às baixas temperaturas das épocas frias. É recomendada a aplicação de fertilizantes granulosos, deixados sobre a turfa, ao redor do vaso, longe de onde saem as folhas, de preferência no início da primavera.
Há quem indique regar com água morna e cal virgem para evitar a coloração das folhas, mantendo assim a planta sempre arbustiva.
Seu método de propagação é obtido pela divisão de rizomas, tubérculos, bulbos ou touceiras.. Adequada para o cultivo em ambientes fechados, sua necessidades de água é média, mantendo a rega regularmente e não excessiva, e seu crescimento é perene, aglutinando rosetas.
Embora seja cultivada principalmente por suas folhas (recoberta de finos pêlos), a trapoeraba-peluda tem atraentes flores roxas, de até 1 polegada de diâmetro (2,5 cm). A temperatura ambiente ideal ao cultivo varia de 10 a 24°C, sob alta umidade. Na natureza, vegeta em turfa. É muito utilizada em paisagismo.
A espécie é conhecida popularmente e no comércio como Violeta Silvestre, de fato e sem muito esforço, nos faz lembrar uma violeta africana gigante. A cor e disposição das flores na planta também nos ajudam nessa inevitável comparação; mas nem de longe a Siderasis é parente dessa, os pontos em comum são mera convergência evolutiva.
Mundialmente é conhecida também como Brown Spiderwort (ninho de aranha marron, por seu miolo aparentar uma aglomerado de aranhas) e Bear Ears (orelhas de urso, pela aparência das folhas grossas e peludas).
Sem dúvida é uma das plantas mais surpreendentes, magnífica em sua formação e um tanto quando estranha quando expõe anualmente suas flores, pois elas abrem e fecham sem momento certo.
O epíteto de Orelha de Urso é devido aos conspícuos pelos vermelhos que cobrem as folhas dessa planta, aliás, é sempre bom lembrar que cobrem a planta inteira.
Os botões florais e os frutos, que ficam bem ocultos dentro da folhagem, sugerem – pelo seu aspecto agregado, hirsuto, truncado e queratinoso – um ninho cheio de venenosas e temidas aranhas-marrom.
Especificamente nas hastes de botões florais e depois nas de frutos, vê-se sem dificuldade a ilusão de umas 5 aranhas agarradinhas e aninhadas, escondidas dentro da planta. É uma visão desagradável, dá receio mesmo.