As rosas são pertencentes à família Rosaceae e os verdadeiros conhecedores são estudiosos profundos desta espécie botânica considerada por muitos como a rainha das flores.
Tratarei aqui apenas os aspectos principais da cultura de uma roseira, independentemente da espécie, do tipo, se é antiga ou moderna, brava, arbustiva, trepadeira, de canteiro, híbrida ou de caules eretos.
Conheceremos os principais traços que nos permitirão cultivar uma roseira, sem maiores preocupações. Para essa finalidade, basta conhecer algumas práticas essenciais.
Mas se se pretender mais do que ter uma roseira, por puro gosto e prazer, então será necessário estudar cada espécie, pois na realidade cada planta tem exigências próprias. Existe aliás, muita informação tanto on line como publicada em livros sobre esta matéria.
Origem
Do cruzamento das chamadas rosas antigas européias com rosas provenientes da China no século XVIII, resultaram muitas das espécies que hoje existem na floricultura moderna. No mercado encontram-se para venda plantas com ou sem torrão junto das raízes.
No primeiro caso basta abrir um buraco no local definitivo onde se pretende colocar a roseira, regar primeiro para que as raízes encontrem umidade durante os primeiros dias da plantação, colocar o torrão ao centro alinhando a superfície para que o torrão fique todo enterrado e tapar com solo de preferência já preparado para jardim.
No caso de não existir torrão junto à raíz, a roseira chama-se de raíz nua e requer um pouco mais de atenção, porque corre o risco de secar senão for devidamente tratada. Neste caso, convém colocar a raíz dentro de um balde com água 2 horas antes de ser plantada, preparar o buraco colocando turfa e terra de jardim no fundo, segurando o caule, e puxando um pouco para cima antes de encher o buraco com mais terra que deve ser calcada com cuidado para que não fiquem bolhas de ar. Rega-se abundantemente.
Cultivo
Se o plantio for feito com mudas “envasadas” (normalmente vendidas em sacos plásticos), não há restrição para o plantio: pode ser feito em qualquer época do ano, mas os especialistas recomendam evitar os meses mais quentes, sempre que possível. Já para o plantio com mudas chamadas de “raiz nua”, o período mais indicado vai da segunda metade do outono à primeira metade da primavera.
Depois de plantada, é provável que a planta esteja um ano sem florir. A planta não necessita de adubo nesta fase, apenas quando começarem a surgir os primeiros rebentos verdes avermelhados com novas folhinhas, ou seja, quando as raízes se fortalecerem e começarem a desenvolver.
Se, porém, der flor no mesmo ano, aí sim convém providenciar algum fertilizante orgânico, que deve ser colocado em volta do caule principal, sem tocar no mesmo.
Como as roseiras precisam em geral de pouca umidade nas raízes, basta regar quando estiver muito calor e sempre junto ao solo – nunca nas folhas e flores – de preferência de manhã ou à tarde.
Água a mais e umidade nas folhas pode contribuir para o surgimento de pragas e doenças, por isso evite deixar uma planta na sombra e com água ao fim do dia, pois é um convite para a proliferação de doenças.
Caso utilize adubo químico, certifique-se que o solo foi previamente regado e proceda ainda a uma rega após a fertilização, evitando queimaduras devido a eventuais excessos do produto junto ao caule e também para que os nutrientes atuem mais depressa. A partir do verão – de dezembro à final de marco – não se aplica qualquer adubo.
Luz
As roseiras são grandes amantes de sol e calor, embora devam ser protegidas do calor em excesso que pode queimar as folhas e mesmo as flores, sobretudo se estas estiverem molhadas durante as regas.
Umidade
Como já foi citado, em geral as roseiras não apreciam umidade a mais, indo buscar a água de que necessitam através das raízes de profundidade e não à superfície.
Apenas as roseiras recém-plantadas pedem um cuidado especial nos primeiros tempos, enquanto se desenvolvem, podendo ser regadas nessa época com mais frequência. Ao longo do ano eliminam-se as ervas daninha que se vão encostando ao caule principal.
Pode-se fazê-lo com uma pequena enxada, tendo o cuidado de não ferir o caule. Cava-se ligeiramente de tempos a tempos para arejar a camada superior do solo. Se começarem a nascerem rebentos laterais junto ao caule principal, retiram-se o mais abaixo do solo possível, pois são “ladrões” que roubarão à planta o vigor essencial.
Resistência
Dependendo das espécies, as roseiras não precisam de grandes cuidados, exceto aqueles já referidos quanto ao sol e à umidade nas folhas. Por vezes são susceptíveis aos ácaros e a cochonilhas, podendo tentar-se inicialmente afastá-los com uma mangueirada forte numa manhã de sol e se não resultar, trata-se com produtos adequados para esse fim à venda nos centros de jardinagem.
Vale ressaltar que estas pragas e doenças só surgem se a planta não tiver os cuidados essenciais de tratamento, ou seja, se não tiver solo adequado, rega em quantidade certa, adubagem na época própria e sol na medida exata.
As pragas e doenças resultam sempre de desequilíbrios na envolvente da planta, pelo que se possível deve evitar-se chegar ao ponto de ter que aplicar químicos, tratando a planta de forma adequada ao longo de todo o ano.
Propagação
A roseira é uma daquelas plantas que beneficia grandemente se for podada todos os anos. Quando? A primeira poda deve ser feita cerca de um ano após o plantio e repetida todos os anos, entre os meses de julho e agosto. Para isso existe um sinal inequívoco: quando os botões começam a brotar na parte inferior da planta, está na época de podar.
A poda faz-se de fora para dentro, retirando todos os caules secos e mortos no ponto mais perto do solo possível, ou se forem laterais, quando partem do caule principal.
Comece pelos caules exteriores, procure localizar o primeiro nódulo entumescido do caule contando do chão, corte em oblíquo um centímetro acima de modo a que a parte mais baixa fique para o lado de fora da planta permitindo que a água que cair nesse corte escorra para o chão, eliminando a acumulação de umidade que pode dar lugar a doenças.
Nesse mesmo caule corte todos os ramos laterais finos e secos. Corte também os ramos que estejam crescendo para o lado de dentro da roseira, pois formarão um emaranhado desajeitado e contra produtivo, não permitindo o arejamento interior necessário.
Repita este procedimento em cada um dos caules que a planta tenha, ficando no final com um “esqueleto” curto e baixo, embora com troncos verdes e tenros, dos quais brotarão em breve novos rebentos, naquilo que constitui um despertar induzido pela poda realizada.
Com o tempo e experiência aprenderá a realizar melhor a poda, que aliás difere de planta para planta, mas que é indispensável para obter uma planta equilibrada, sem hastes longas e desagradáveis, providenciando ainda uma melhor e mais abundante floração. Os rebentos devem crescer para fora, portanto elimine tudo o que seja crescimento para dentro da planta ou cruzamentos de ramos interiores.
Utilizações
Existem roseiras trepadeiras, ótimas para dar sombra em pátios, junto a uma parede, muro ou varandas; roseiras isoladas em canteiro ou vaso, com grandes flores, perfumadas ou não; rosinhas pequenas, bravas e híbridas.
A escolha do tipo depende do local onde se pretende ter a roseira, se existe luz suficiente, calor e sol, e por essa razão convirá estudar as opções de plantas existentes no mercado antes de se decidir por uma das espécies disponíveis.
Na verdade, algumas espécies são mais resistentes do que outras e consequentemente mantê-las saudáveis dará menos trabalho. Leia a embalagem, verifique se a origem é confiável e certifique-se de que o produto que adquire corresponde ao que pretende para o local pretendido.
Características
As roseiras beneficiam da eliminação dos botões secos depois da floração, pois este procedimento evita a formação de novas sementes e estimula a produção de mais flores durante a mesma estação, como se o “instinto” de procriação de sementes da planta a levasse a produzir mais flores e por via delas, mais sementes.
Apenas nas roseiras de grandes frutos se evita retirar os botões secos, porque crescendo, eles são tão vistosos que se deixam na roseira por uma questão estética ou se retiram apenas para completar buquês destinados a flores de corte.