A maioria das flores de outras plantas utiliza-se de ofertas de alimento aos agentes polinizadores para atraí-los. As orquídeas, sendo plantas tão econômicas, que vivem de recursos tão esparsos, desenvolveram outras técnicas de atração que raramente incluem estes prêmios em forma de alimento. As formas mais comuns são o mimetismo a alguma forma que interesse aos insetos, cores, perfumes ou cera.
Adaptaram-se também em sua forma de modo a forçar os agentes polinizadores a carregarem o pólen ao visitarem as flores, porém de maneira tão completa que somente o agente polinizador correto ajusta-se ao mecanismo da flor, outros visitantes não carregam o pólen. Isto ocorre devido ao fato de todo o pólen estar condensado em somente um polinário e este ser removida completo de uma vez, ou seja, a chance de polinização da flor é única.
Da mesma forma o labelo de suas flores apresenta grande variedade de estruturas que objetivam colocar o agente polinizador na posição correta para que as polínias aderidas a ele alojem-se na posição exata no estigma da flor.
Por serem plantas geralmente epífitas, o material disponível para sua nutrição é limitado e a água disponível somente a partir das chuvas ou umidade presente no ar, assim as orquídeas aprenderam a tirar o maior proveito possível dos poucos recursos disponíveis.
Adaptaram-se para o armazenamento de água em caules espessados, quase suculentos, chamados pseudobulbos, ou em raízes altamente porosas revestidas de uma camada esponjosa capaz de absorver umidade do ar, conhecida como velame, ou em folhas bastante espessas, ou ainda, quando terrestres, em pequenos tubérculos radiculares.
Pela mesma razão, geralmente são plantas que apresentam longo período de repouso com baixo metabolismo, e rápido crescimento ou floração somente durante a estação em que os recursos são mais abundantes. Muitas perdem as folhas para evitar a desidratação nos períodos mais secos ou durante o período de repouso.
Pela sua estrutura reprodutiva, as orquídeas obrigatoriamente necessitam do auxílio de agentes externos para o transporte de pólen ao órgão feminino de suas flores, uma vez que a massa polínica é pesada demais para ser levada pelo vento, e a parte receptiva do órgão feminino não é exposta o suficiente para recebê-la. Assim, as orquídeas selecionaram as estratégias mais fascinantes para promover a polinização.
As flores podem possuir cores e aromas que atraem a atenção de polinizadores diversos, como abelhas, borboletas, mariposas diurnas e noturnas, besouros e beija-flores. Sua forma e tamanho também correspondem ao tipo de polinizador.
Algumas flores podem assumir formas extremas. Orquídeas do gênero europeu Ophrys, por exemplo, apresentam a cor e a forma do labelo, ornado por cerdas, de maneira tal que se assemelham a fêmeas de uma certa espécie de abelhas. De forma que o macho, atraído pelo feromônio produzido pela própria flor e pela sua forma, copula com esta por engano, levando consigo as polínias, que depositará na próxima flor que visitar.
Outras, como o gênero africano Angraecum, com flores noturnas, produzem néctar em tubos extremamente longos na base dos labelos, de modo que somente certas mariposas noturnas com probóscides igualmente longas, podem alcançá-lo. Ao posicionar-se diante das flores, as mariposas esbarram sua cabeça nas anteras, fazendo com que as polínias sejam atiradas e presas em si.
As flores das orquídeas do gênero Coryanthes, continuamente secretam um líquido que se deposita em um recipiente formado por seu labelo. Ao tentar coletar este líquido os insetos caem dentro do labelo e somente podem sair por pequena abertura. Ao passar por este estreito espaço levam as polínias em suas costas.
O labelo das flores do gênero Bulbophyllum são presos à coluna por uma estrutura muito delicada que permite que ele balance com o vento mimetizando o movimento dos insetos.
As flores do gênero Catasetum podem ser masculinas, femininas ou hermafroditas.
As flores masculinas são mais vistosas que as femininas e apresentam duas antenas muito sensíveis próximas ao labelo, as quais, quando tocadas pelos agentes polinizadores, ejetam o polinário com força suficiente para, se não atingirem o inseto, percorrerem mais dois metros de distância em uma fração de segundo.
Algumas orquídeas, ainda, não produzem néctar, mas perfume. Certas abelhas visitam suas flores para recolherem este perfume, que se acredita ser usado por elas para a síntese de feromônio.
Algumas espécies auto polinizam-se com facilidade em um processo chamado cleistogamia. Enfim, há incontáveis exemplos de estratégias de polinização entre as orquídeas, descrevê-los todos transformaria esta página em um livro. Outros mecanismos de polinização são discutidos nos diversos artigos sobre as espécies de orquídeas.