A cobertura morta pode ser formada a partir de culturas, principalmente gramíneas, consorciadas ou não com leguminosas, com alta capacidade de produção de matéria seca, semeadas para este fim na própria área onde se deseja ter a cobertura ou com uso de materiais ou palhadas transportadas de outros locais.
O cultivo de culturas de cobertura em vinhedos é uma prática viável e eficiente para reduzir a infestação de invasoras. As espécies utilizadas devem ser adaptadas a região (recomenda-se dar preferência para espécies nativas), produzir grande quantidade de matéria seca e não competir em nenhum momento com a cultura da videira. Estas culturas devem proporcionar no final do ciclo quantidade de matéria seca capaz de formar uma camada de cobertura morta com espessura superior a 8 cm.
A cobertura morta também pode ser formada no local com materiais orgânicos transportados de outros locais, como cascas, sabugos, palhas, serragem entre outros. A espessura da camada deve ser suficiente para formar uma barreira física capaz de impedir a emergência das invasoras. Em geral isso é possível com camadas de 8-10 cm de espessura. Entretanto, vale salientar que algumas coberturas podem favorecer a ocorrência insetos e pragas indesejadas, até mesmo ratos e cobras. A cobertura morta não controla espécies invasoras perenes.
Afinal o que é cobertura morta? Vou explicar: qualquer palha picada ou aparas de grama, ou mesmo folhas secas trituradas, quando colocadas por cima do solo, protegem-no da incidência direta do sol, do impacto das chuvas e das ervas invasoras, todos estes problemas típicos do verão.
A vantagem é que, ao se decompor, esta camada funciona como adubo e condicionador, diminuindo a evaporação da água e reduzindo o gasto com as regas.
Deve-se apenas tomar cuidado com os restos de mato que, se utilizados na cobertura, irão proliferar com muita intensidade.