Elas surgiram há milhões de anos, atravessaram eras, conviveram com os dinossauros, esteve presente desde o início da humanidade e ainda hoje persistem na natureza para que possamos admirá-las!
Estima-se que a possível ocupação inicial do ambiente terrestre pelas plantas tenha sido há 510 milhões de anos. Essas primeiras plantas eram muito parecidas com aquelas que chamamos de “musgos” ou até mesmo “lodo”, que vivem em locais úmidos, perto de cachoeiras, rios, ou desenvolve-se até mesmo onde não desejamos, perto de ralos ou outros locais úmidos da nossa casa.
A limitação delas viverem apenas nestes ambientes é devido a características que elas ainda mantêm de seus ancestrais aquáticos, as algas. Esta limitação é devido a sua reprodução, pois o gameta masculino da planta (equivalente ao espermatozóide nos homens) necessita da água para nadar até ao órgão feminino da planta para fecundá-la. Além disso, não conseguem crescer além de alguns centímetros.
A cavalinha (Equisetum sp), que pelo seu diferente aspecto é muito utilizada em projetos paisagísticos (foto ao lado), pertence ao grupo de plantas que podem ser considerado o mais antigo sobrevivendo na Terra que conseguiu ter um crescimento significativo, datando 300 milhões de anos. Em tempos mais recentes eram muito utilizadas para polir potes e panelas (por possuir sílica em seu corpo), particularmente nas épocas colonial e de expansão de fronteiras nos Estados Unidos, sendo conhecidos por lá como “juncos-de-polimento”.
No mesmo período das cavalinhas surgiram as samambaias, que hoje são cultivadas em diversas variedades para uso ornamental. Muitas samambaias são relativamente abundantes no registro fóssil e são reconhecidas como membros de famílias primitivas das samambaias atuais. Hoje, as samambaias incluem cerca de 11.000 espécies. Elas são o maior grupo de plantas depois das plantas com flores, e o mais diversificado em forma e hábito.
A diversidade de espécies de samambaias é maior nos países tropicais, sendo muito abundante nas florestas crescendo sobre troncos ou ramos de árvores. Algumas samambaias são muito pequenas enquanto outras possuem folhas que podem atingir até 30 metros (o equivalente a um prédio de aproximadamente 10 andares) ou mais de comprimento!
Mas, se seguirmos mais adiante no curso da história iremos nos deparar com as primeiras plantas a produzirem sementes, um salto na evolução. E ainda hoje há representantes vivos deste grupo de aproximadamente 290 milhões de anos e que já são nossos velhos conhecidos, podemos citar: as cicas, tão usadas nos projetos paisagísticos; os ginkgo, com a espécie Gingko biloba, reconhecida como medicinal e símbolo de longevidade; e as coníferas, que abrange as espécies de Pinus, por exemplo.
Estas plantas são denominadas gimnospermas, isto é plantas que possuem sementes, mas não formam flores, formam estróbilos, como pode ser observado em algumas fotos abaixo. Junto com as samambaias estas plantas compunham o cenário das florestas da era dos dinossauros!
As cicas ou palmeiras-de-sagu (como também são conhecidas por lembrarem as palmeiras em suas formas) apareceram há pelo menos 250 milhões de anos, e eram abundantes na era em que viveram os dinossauros. As cicas apresentam crescimento muito lento e por isso as plantas maiores são muito valorizadas no mercado de paisagismo.
A Gingko biloba, é a única sobrevivente de um grupo de plantas que existiam há 150 milhões de anos, tornou-se muito conhecida devido a varias propriedades medicinais atribuídas a ela. E é símbolo de paz e longevidade, por ter sobrevivido às explosões atômicas no Japão. São árvores atrativas e imponentes, de crescimento lento, mas que podem alcançar 30 metros de altura (equivalente a um prédio de aproximadamente 10 andares) ou mais. Antigos indivíduos de Gingko foram preservados em templos na China e no Japão, e atualmente esta espécie já foi introduzida em várias partes do mundo. S
ão árvores decícuas e suas folhas exibem bela coloração dourada antes de caírem no outono. Há aproximadamente 200 anos esta espécie tem sido usada em regiões temperadas para ornamentar parques urbanos, jardins e ao longo das ruas, sendo especialmente resistente à poluição do ar.
As coníferas incluem diversas espécies, algumas de grande valor comercial, como espécies de Pinus, por exemplo, cultivadas como importante fonte de madeira e polpa para papel. Incluem-se nesse grupo as gigantes sequóias, da espécie Sequoia sempervirens, conhecida como “a grande árvore” pelos norte-americanos.
Um dos indivíduos desta espécie é considerado a maior árvore do mundo, com mais de 80 metros de altura e peso estimado em pelo menos 2.500 toneladas. Outros importantes gêneros de coníferas são: abetos (Abies), lariços (Larix), espruces (Picea), ciprestes (Cupressus), juníperos (Juniperus, Tsuga e Pseudotsuga) e teixos (família Taxaceae).
Agora você já sabe que olhando para essas plantas você está vendo um fóssil vivo! São relíquias presentes no seu jardim!