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plantas e animais 5

Embelezando os jardins e sendo fonte de grande admiração, as flores exibem na natureza uma grande diversidade de formas, cores e cheiros. Tanta exuberância não é por acaso. Elas tem o papel crucial de atrair polinizadores. E para atraí-los utilizam diferentes mecanismos, desde a oferta do néctar, como alimento altamente energético; cores nas tonalidades melhor enxergadas por determinado animal; ao uso de cheiros fortes, tudo de acordo com o gosto do cliente, ou melhor do polinizador. Tudo isso é possível porque elas evoluíram junto com seus polinizadores (co-evolução), assim, o ambiente selecionou aquelas flores que melhor atraem o polinizador, e este possui as melhores estruturas para usufruir dos recursos alimentares oferecidos e de quebra fazer a polinização.

Os polinizadores, que podem ser animais ou o vento, são responsáveis pelo transporte do pólen de uma flor para a outra. Após ser polinizada, a flor formará os frutos e as sementes que garantirão a perpetuação da espécie no ambiente.

Dessa forma, muitas espécies que são polinizadas principalmente ou unicamente por besouros possuem flores tipicamente brancas ou com cores pouco vistosas, mas com odor forte. Isso porque os besouros não retiram seus alimentos exclusivamente das flores mas, principalmente, de outras fontes, tais como seiva, frutos, fezes e carniça. Por isso, eles possuem o olfato mais desenvolvido do que a visão, o que explica o fato das flores polinizadas por eles gastarem mais energia para produzir cheiros do que cores. Estas podem ser grandes e solitárias, como nas magnólias, algumas espécies de lírios, papoulas e rosas selvagens; ou pequenas e agregadas em inflorescências, como nas Araceae e em alguns membros da família da cenoura e erva-doce (Apiaceae). A família das Anonáceas (graviola, araticum, pinha, fruta-do-conde) também são exemplos de espécies polinizadas por besouros.

As moscas que se alimentam de matéria orgânica em decomposição, também são atraídas por flores mal cheirosas e frequentemente escuras, como por exemplo, a planta suculenta africana Stapelia gigantea e outras espécies da família Asclepiadaceae.

Aproveitando-se dessa atração por cheiro desagradável, plantas do gênero Arum têm flores que formam uma engenhosa armadilha natural. A flor abre à noite e libera substâncias com cheiro de fezes, que atraem moscas e besouros de esterco. Estes penetram na flor e não conseguem sair devido a secreções de óleo que os fazem escorregar. Isso para que em seus movimentos, transfiram pólen dos órgãos masculinos para os órgãos femininos da flor fazendo a polinização. Algum tempo depois, ocorrem mudanças anatômicas que provocam o enrugamento da flor, fornecendo como que uma “escadinha” para o inseto sair. Além de ter autopolinizado a flor, o inseto ainda sai carregando o pólen que acabará levando para uma outra planta dessa espécie polinizando-a.

As flores polinizadas por borboletas e mariposas ao contrário, possuem odores adocicados. Algumas espécies de borboleta enxergam o vermelho como uma cor bem distinta, por isso, algumas flores polinizadas por borboletas são vermelhas ou alaranjadas.

Borboletas e mariposas possuem o aparelho bucal longo, como um tubo, que fica enrolado quando elas não estão se alimentando. Para se alimentar, elas esticam esse longo “tubo” e sugam o néctar (como pode ser observado na imagem acima). Por isso, as flores polinizadas por estes insetos possuem estruturas longas, em forma de tubo, onde está guardado o néctar. Assim, apenas borboletas e mariposas, por possuírem aparelho bucal longo, conseguirão alcançar. São exemplos de flores polinizadas por borboletas e mariposas: As margaridas, Ixora (ixora sp), Barba-de-barata (Caesalpinia pulcherrima), Justícia (Justicia carnea), dentre outras.

Um exemplo de como a relação planta e polinizador pode ser altamente especializada é o caso das mariposas fêmeas da espécie Tageticula yucasella. Durante a noite, elas polinizam as flores de iúca (Agavaceae). Mas em troca da realização deste trabalho, a mariposa põe seus ovos na flor. Isso para que quando desenvolver as sementes, suas larvas possam utilizá-las como alimento. Estima-se que apenas 20% das sementes produzidas sejam consumidas pelas larvas em desenvolvimento, demonstrado que esta estratégia é vantajosa tanto para as mariposas que garantem alimento para que suas larvas sobrevivam, como para a iúca que é polinizada garantindo a formação de suas sementes.

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