A Maravilha (Mirabilis jalapa) é também chamada de Jalapa, Bonina, Boas-Noites, Belas-Noites, Beijos-de-Frade, entre vários outros. O nome científico Mirabilis quer dizer Maravilhoso, em latim, e Jalapa é uma região do México onde foi descrita pela primeira vez pela ciência.
Apesar de ter sido descrita pela primeira vez no México não há certeza de onde realmente ela é originária. Existe a suposição de que foi encontrada pelos europeus em zonas próximas aos Andes, no século XVI e daí levada para a Península Ibérica, onde foi introduzida como planta ornamental e medicinal. Mas considerando suas características supõe-se que seja nativa de zonas tropicais da América do Sul, Central e México.
Existem cerca de 50 espécies diferentes, todas presentes nas áreas de clima mais quente da América. Como se adaptou bem ao clima temperado também pode ser encontrada em zonas abrangidas por este clima.
A Maravilha é uma planta herbácea, que tem altura média de 70 cm, mas pode chegar a 1,20 m. Tem ciclo de vida perene, mas em áreas de clima temperado pode comportar-se como planta anual, já que com geadas fortes ou baixas umidades pode morrer. São comuns em áreas próximas ao mar, ou em áreas com influência marítima, por serem resistentes à salinidade.
Possui raízes tuberosas que facilitam sua sobrevivência durante os meses mais secos e frios. Tem um caule ramificado e ereto. As folhas são simples, afinadas na ponta, opostas, em tons de verde claro a escuro ou avermelhadas. A folhagem é densa dando um aspecto agradável à planta mesmo quando não está florida. Podem ter até 13 cm de comprimento e 8 cm de largura.
A floração ocorre na Primavera e Verão, podendo aparecer flores esporádicas, em menor quantidade no Outono e Inverno. As cores da Maravilha justificam seu nome. As cores básicas de suas flores são vermelho e branco, mas podem produzir flores das mais variadas tonalidades de rosa, amarelo e laranja. Podem apresentar diferentes combinações de cores, existindo flores de até três cores diferentes que se apresentam em listras, pintas ou manchas irregulares.
As flores tem a forma de uma trombeta coroada por cinco pétalas, podendo ter um perfume adocicado, podendo ser solitárias ou em grupos. Só se abrem ao final do dia, e em dias nublados também dão o ar da graça durante o dia. Atraem insetos noturnos e mariposas, responsáveis por sua polinização.
As sementes são ovais e têm entre 6 e 8 mm. São enrugadas e tem cor verde amarelada quando imaturas, tornando-se totalmente negras quando maduras.
Numa mesma planta podem nascer flores de diferentes cores ou mistura de cores. Uma mesma planta pode em um período de sua vida dar flores amarelas e com o passar do tempo começar a produzir flores rosas, ou brancas que depois passam a ser rosa claro. Foi estudada por Carl Correns, que a utilizou como exemplo num estudo sobre herança extra-nuclear, estudo segundo o qual pode-se ter um indivíduo sem predominância genética de um dos indivíduos dos quais teve origem. Estes e outros estudos resultaram no redescobrimento das Leis de Mendel (veja mais no link ao final do post).
Seu uso como planta ornamental é muito difundido, sendo utilizada na formação de maciços, conjuntos e borbaduras. Pode também ser plantada em vasos, mas tende a ter uma altura inferior do que uma que está diretamente no solo. Devido a sua rusticidade é de fácil cultivo, podendo, caso haja algum descuido, tornar-se uma praga pela facilidade com que volta a ser selvagem. Por ser resistente à salinidade é uma planta ideal para jardins próximos à praia.
Na medicina popular é utilizada como cicatrizante, para manchas na pele, sardas, problemas hepáticos, entre outros. Mas nunca se deve fazer uso interno de raízes e sementes pois são tóxicas.
Seu clico de vida é perene mas em regiões onde o Inverno é mais severo tende a morrer com as geadas, sendo cultivadas como plantas anuais. Em locais de Inverno mais rigoroso podem ser arrancadas no Outono, semeando novas sementes para o ano seguinte. Em áreas de clima mais quente uma planta pode durar anos sem qualquer problema. Onde o clima tem um Verão que seja extremamente seco a planta também pode morrer devido ao calor intenso e baixa umidade do ar, sendo essencial regas diárias nos períodos de maior calor, e frequentes em qualquer época do ano ou clima. Seu cultivo deve ser a sol pleno, apesar de adaptar-se bem à meia-sombra. Sob sol pleno tendem a ter um maior porte e floração mais intensa. O solo precisa ser fértil, rico em matéria orgânica e com boa drenagem. Quanto à adubação deve ser feita uma vez ao mês na Primavera e Verão, com adubo rico em potássio.
A reprodução desta planta é muito fácil. Pode-se fazê-la através das sementes que são abundantes ou pela separação de suas raízes. Por auto-reproduzir-se com facilidade não necessita de auxílio humano, mas se sua reprodução não for controlada torna-se uma praga. A semeadura deve ser feita em fins do Inverno e princípios da Primavera, podendo-se apenas jogar as sementes sobre a terra ou em covas rasas. Porém, para apressar a germinação, as sementes devem ser postas de molho durante 12 horas antes da semeadura.
Nos meses quentes mais chuvosos pode sofrer a infestação de fungos que costumam ser facilmente eliminados com um fungicida. Mas só deve ser usado antes do início da floração plena. Ácaros, pulgões e outras pragas podem atacá-la também, sendo necessária a utilização de inseticida de forma preventiva para evitar uma infestação, também quando a planta ainda não tenha flores.
Mas mesmo sem todos estes cuidados acima descritos, é possível ter lindas Maravilhas no jardim.
Friday, 7. September 2012
Olá, muito bom o site, estou aprendendo muito aqui!
Eu tenho em volta do meu sapotizeiro duas delas, uma rosa e outra amarela, talvez ela mude de cor, mas a variedade em que se encontra, está me deslumbrando…
Eu plantei ela com um pedacinho de galho, descasquei a casquinha até ficar bem clarinha e depois plantei, ela ficou murchinha durante uns 3 dias e depois deu uma revigorada e está linda com muitos brotos de flores!