Subscribe to PlantaSonya Subscribe to PlantaSonya's comments




Posts para categoria ‘Orquídeas e Bromélias’

trocando vaso

Todos os dias, alguém desperta animado para começar na jardinagem e vai tendo seu entusiasmo travado por dezenas de dúvidas básicas. Como o universo da jardinagem é muito amplo e variado, nem tudo tem uma explicação rápida.

Muitas coisas estão interligadas e fatores externos como incidência de sol, estações do ano ou mesmo a temperatura média na sua cidade podem interferir diretamente na forma como cuidamos das plantas, no que podemos plantar em cada região e época, no tipo de vaso e substrato que vamos escolher

Para que você não veja sua animação evaporar como rega ao meio-dia, aqui vão algumas respostas simples que podem servir de campo fértil para brotar sei lado verde.

Estão organizadas como se fossem receitas, mas não se engane, é possível modificar muito os ingredientes a medida que sentir a prática da jardinagem mais enraizada no seu dia a dia

Escolha um local com pelo menos 5 horas de sol direto. Pegue um vaso furado, com 30 cm de profundidade, coloque dois dedos de pedrinhas no fundo e cobra com duas folhas de jornal.

Coloque um pouco de substrato para mudas, tire a hortaliça do vaso em que veio com cuidado e acomode o torrão de raízes em cima desse leito de terra preta. Complete com mais substrato nas laterais e cubra com casca de pínus, folhas secas trituradas ou qualquer outro tipo de palha.

plantando-orquideas

Regue sempre que sentir a terra seca na superfície. Adube mensalmente com Bokashi, um adubo orgânico facilmente encontrado na internet. Quando mudar a orquídea de vaso

Cheire o substrato atual da orquídea e avalie se o odor é agradável (de terra molhada) ou um pouco azedo (como feijão velho). Se estiver com cheiro ruim, é hora de trocar, mas somente faça isso quando a planta estiver sem flores.

vaso novo

Escolha um vaso de barro com furos laterais que seja uns três dedos mais largo do que o vaso no qual a planta está. Prenda um arame firme e longo na borda do vaso e faça com que ele desça até o fundo, para então subir.

Ele servirá de tutor para orquídea não ficar balançando depois do transplante. Tire a orquídea do vaso em que veio, remova todo substrato velho e corte apenas as partes secas ou doentes (não remova nada que esteja verde, mesmo que não tenha.

nostalgia

Dendrobium victoriae-reginae

Esta orquídea de rara coloração carrega a realeza em seu nome, bem como em suas exóticas flores quase azuladas. O Dendrobium victoria-reginae foi assim batizado em homenagem à Rainha Vitória, que ocupou o trono do Reino Unido de 1837 até a sua morte, em 1901.

Orquídea típica das densas florestas filipinas, a espécie foi descoberto por um coletor de orquídeas inglês, de nome Loher, em 1897, poucos anos antes do falecimento da monarca por ele homenageada.

Além de suas flores exóticas, de colorido único, raro entre as orquidáceas, o Dendrobium victoria-reginae tem um aspecto vegetativo bem curioso. Seus pseudobulbos são bastante afilados na base, aumentado de calibre à medida que se desenvolvem.

Quando completamente maduros, perdem todas as folhas, assemelhando-se a estruturas sem vida. A surpresa vem com a floração, que surge nas pontas destes caules pendentes, em forma de delicados bouquets de flores azuladas, cuja aparição pode ocorrer em qualquer estação.

É comum, inclusive, que o Dendrobium victoria-reginae floresça várias vezes no mesmo ano, a partir de diferentes pseudobulbos, ou em vários, simultaneamente.

Dependendo da fase de desenvolvimento dos botões florais, bem como das condições climáticas e da intensidade de luz fornecida, a coloração das pétalas e sépalas desta orquídea pode variar entre o lilás, passando pelo púrpura, e culminando em um belo e raro tom azulado.

As orquídeas do gênero Dendrobium são conhecidas pela sua incrível variedade de formas e cores. Trata-se de um dos gêneros com maior número de espécies, dentro da família Orchidaceae.

Dendrobium victoria-reginae55

Também fazem parte deste gênero representante híbridos bastante populares, tais como a famosa orquídea olho-de-boneca, descendente do Dendrobium nobile. A orquídea Denphal também é um exemplo de Dendrobium, assim como o híbrido Dendrobium Stardust.

Estes foram os representantes do gênero que já cultivei, aqui no apartamento. São todas orquídeas epífitas, originárias de países do sudeste asiático.

O Dendrobium victoria-reginae é endêmico das Filipinas, o que significa que ele somente é encontrado nativamente neste país, e em nenhum outro lugar do mundo. Trata-se de uma orquídea típica de florestas localizadas em regiões de elevadas altitudes, onde o clima é ameno e a luminosidade é filtrada pelas densas copas das árvores.

Esta é uma orquídea que aprecia ser cultivada em vasos bem pequenos, apertados, cujo substrato é mantido úmido durante a maior parte do ano. À medida que crescem, os pseudobulbos do Dendrobium victoria-reginae começam a pender e precisam ser tutorados, uma vez que sua base é bastante fina e delicada, com a porção mediana mais encorpada.

Dendrobium victoria-reginae86

Apesar do suporte, a parte distal do pseudobulbo acaba pendendo naturalmente. Muitos iniciantes se assustam com o amarelamento das folhas, que secam e caem. Neste gênero de orquídeas, no entanto, trata-se de um processo natural, que ocorre com a maturação dos pseudobulbos e costuma anteceder a floração.

Há cultivadores que costumam manter o Dendrobium victoria-reginae em placas de madeira ou pedaços de troncos, com suas raízes protegidas apenas por um pequeno chumaço de musgo sphagnum. Sob estas condições de cultivo, no entanto, as regas devem ser mais frequentes.

Além disso, a umidade relativa do ar precisa ser elevada, para que a orquídea não se desidrate. O cultivo em vasos visa facilitar a manutenção, de modo que o substrato retenha a umidade por mais tempo.

No entanto, deve-se tomar o cuidado de não regar em excesso. O importante é que o material seque bem, entre uma irrigação e outra.

Dendrobium victoria-reginae

O Dendrobium victoria-reginae não precisa de luminosidade intensa para se desenvolver e florescer, uma vez que seu habitat de origem é bastante sombreado. No entanto, ele precisa de altos níveis de umidade relativa do ar. Também é importante que haja uma boa ventilação no local, para evitar o surgimento de doenças fúngicas.

Para que o Dendrobium victoria-reginae floresça de forma mais contínua, uma adubação mais rica em fósforo é recomendada. Existem formulações específicas para induzir a floração de orquídeas.

De modo geral, as aplicações são semanais, com metade da dose recomendada pelo fabricante. É sempre importante lavar bem o substrato, periodicamente, para evitar o acúmulo de sais minerais provenientes da adubação.

passaro_2

cymbidium_11

Aqueles que convivem com animais de estimação logo aprendem que pequenos sinais corporais, como um movimento de orelha ou o balançar de uma cauda, traduzem perfeitamente os sentimentos e pensamentos destes entes queridos.

Com as nossas orquídeas, as coisas não são diferentes. Embora mais discretas e silenciosas, estas fascinantes criaturas estão constantemente dialogando conosco, relatando suas alegrias e dificuldades, através de seus componentes físicos.

Entender os sinais que as orquídeas emitem, através de folhas murchas ou amareladas, pseudobulbos enrugados ou raízes secas, é de suma importância para que as devidas ações sejam tomadas a tempo de remediar a situação.

De modo geral, a principal dúvida que assola o cultivador iniciante é o porquê de sua orquídea estar com as flores e folhas murchas. Existem algumas situações diferentes que causam este fenômeno, normais ou não, como veremos a seguir.

flor murcha

Orquídea com flores murchas
Após a alegria de ganhar uma orquídea, geralmente uma Phalaenopsis, e apreciar a beleza das flores por alguns meses, pouco a pouco a pessoa vai percebendo que algo está errado.

O fato de as flores começarem a murchar e secar, para alguns iniciantes, costuma causar preocupação. No entanto, este é um fenômeno natural, que segue o ciclo de vida da orquídea. As flores murcham após terem cumprido seu papel.

Na eventualidade de serem polinizadas, produzirão frutos e sementes. Caso contrário, as flores murcham, secam e caem. No ano seguinte, uma nova floração surgirá.

A duração das flores varia de acordo com a espécie de orquídea. Algumas são famosas por durarem meses, como é o caso da Phalaenopsis. Outras duram poucos dias. Portanto, é importante saber o nome da orquídea que estamos cultivando, para adequar nossas expectativas.

A seguir, costuma surgir a dúvida sobre o que fazer com a haste floral. Leia o artigo abaixo:

folha murcha

Orquídeas com folhas murchas e enrugadas
Prosseguindo nos cuidados habituais é frequente que a pessoa comece a sentir que sua orquídea está murchando. Este fato, infelizmente, é muito observado em orquídeas do gênero Phalaenopsis.

Suas folhas, outrora carnudas e suculentas, começam a perder o viço e tornam-se meio amolecidas. Também é possível notar que as folhas estão enrugando. É neste ponto que o sinal amarelo acende-se, desta vez, com razão.

Folhas moles, murchas e enrugadas são um grande sinal de preocupação. Elas indicam que a orquídea está se desidratando, perdendo água através de suas folhas, em um ritmo maior do que suas raízes conseguem captar. É nesta hora que um equívoco por parte do cultivador iniciante pode piorar a situação.

Por acreditar que a orquídea está murchando por falta de água, a pessoa passa a regá-la com mais frequência. E, no entanto, as folhas continuam a enrugar e amolecer, em ritmo até mais acelerado.

O que acontece, de fato, é que as raízes estão apodrecendo por excesso de água, não por falta. Paradoxalmente, as folhas da orquídea murcham e se desidratam devido à quantidade exagerada de regas, não pela falta delas.

Para consertar a situação, o ideal é diminuir a frequência das regas. Concomitantemente, é importante colocar a orquídea em um local mais sombreado, protegido do sol direto e de ventos excessivos.

É de suma importância fornecer altos níveis de umidade relativa do ar, o que não significa dar mais água. O ambiente em torno da orquídea deve ser úmido, o que pode ser conseguido através de umidificadores de ar, fontes de água próximas ou bandejas umidificadoras.

Caso a situação seja grave e as folhas estejam muito murchas e enrugadas, é bom desenvasar a orquídea e observar o estado das raízes. Caso não tenham salvação, uma saída é recorrer à técnica de UTI de orquídeas, geralmente feita de forma caseira em garrafas plásticas. Nem sempre funciona e é meio arriscado, mas é uma última tentativa.

Dendrobium-Thyrsiflorum

Orquídeas com crescimento acelerado
Por vezes, assistimos orgulhosos ao crescimento vigoroso e bastante rápido de uma orquídea, sem suspeitarmos que algo de errado possa estar acontecendo. Quando submetidos a pouca luz, ou em ausência total dela, os vegetais sofrem um processo denominado estiolamento.

Todos os seus componentes, caule, folhas e pseudobulbos, passam a se alongar aceleradamente, em busca de luz. Como resultado, estas estruturas estioladas tornam-se frágeis e delgadas, devido ao seu crescimento anormal. Observamos este fenômeno claramente quando cultivamos uma planta suculenta, que gosta de sol pleno, em local muito sombreado.

Nas orquídeas, o mesmo fenômeno ocorre. Portanto, toda vez que verificarmos folhas e pseudobulbos muito finos e compridos, é bom atentarmos para a quantidade de luz que a planta está recebendo.

Cada gênero de orquídea requer um nível diferente de luminosidade para um bom desenvolvimento e floração. Por isso, é importante que todas as nossas plantas sejam corretamente identificadas, para podermos pesquisar suas necessidades de cultivo.

folhas amareladas

As cores das folhas das orquídeas
Ainda em relação à luminosidade, outra mensagem clara que as orquídeas nos enviam vem através da coloração de suas folhas. A principal fonte de preocupação dos iniciantes é quanto ao fato de as folhas de suas orquídeas estarem amarelando.

Podemos observar uma grande variabilidade de tons de verde, que podem chegar até o amarelado, de acordo com os níveis de luz que a orquídea recebe. Por outro lado, cada orquídea tem sua cor característica, própria de cada espécie.

Como existe uma grande variação individual nos tons de verde das folhas de cada orquídea, bem como seus híbridos, novamente é importante sabermos sua identificação, para averiguarmos se aquela coloração é normal e saudável.

De modo geral, o tom de verde ideal é aquele que se aproxima à cor da alface, nem muito escuro, nem muito claro. Orquídeas com as folhas em um verde muito escuro, via de regra, estão recebendo menos luz do que deveriam.

No outro extremo, um verde muito claro ou amarelado pode ser sinal de excesso de luminosidade. Há ainda aquelas folhas que podem apresentar tons avermelhados, devido aos pigmentos coloridos que suas flores possuem.

Orquídeas com pseudobulbos enrugados
Este é um sinal que costuma ser mal interpretado. Orquídeas com os pseudobulbos em forma de cana, como as do gênero Dendrobium, costumam perder todas as folhas, tornando-se completamente secas e enrugadas.

Muitos acreditam que suas orquídeas estão doentes ou morrendo, mas trata-se de um fenômeno normal, que antecede a floração.

Portanto, neste caso específico, folhas amarelas, que estejam secando, caindo ou com manchas, não são sinal de que há algo de errado no cultivo da orquídea.

Outro processo que também assusta muita gente, mas é natural, consiste no enrugamento dos pseudobulbos mais antigos.

À medida que a orquídea de crescimento simpodial avança pelo vaso, as estruturas mais antigas vão perdendo sua função e naturalmente acabam enrugando. As folhas caem e estes pseudobulbos por fim secam e morrem.

No entanto, quando este fenômeno ocorre com pseudobulbos mais novos, na linha de frente do crescimento da orquídea, é sinal de que algo vai mal. Aqui, mais uma vez, estas plantas costumam ser mal compreendidas.

As pessoas vêem a orquídea murchando e logo concluem que lhes falta água. Na maioria dos casos, está ocorrendo exatamente o inverso. Por excesso de água, as raízes acabam apodrecendo e morrendo, processo que leva à desidratação da planta, como já mencionado anteriormente.

raízes secas

Orquídeas com raízes secas
Quando comecei a cuidar de orquídeas, o que mais me fascinava era observar o crescimento das raízes. Chegava a olhar várias vezes por dia. No entanto, o que me deixava frustradíssima era perceber que elas não costumavam ir muito longe.

Após alguns centímetros de crescimento para fora do vaso, invariavelmente, aquela bela pontinha verde acabava secando.

Cheguei a me conformar, achando que era assim mesmo, até que visitei um orquidário de verdade, com a umidade relativa do ar em níveis corretos. Para minha surpresa, conheci a Laelia e a Cattleya em vasos suspensos, ostentando raízes que iam até o chão.

Mais compridas do que as de muitas Vandas que vi por aí. O segredo é que elas só se desenvolvem adequadamente quando os níveis de umidade relativa do ar estão acima de 60%. No apartamento, como é difícil controlar este parâmetro, as raízes só se desenvolvem enterradas no substrato.

Outro fator que prejudica o desenvolvimento das raízes de orquídeas é o excesso de adubação química. Os sais acumulados queimam as pontas verdes em crescimento. Os adubos orgânicos, por serem muito concentrados, também podem queimar estas estruturas, quando em contato direto com as mesmas.

Além disso, se plantamos nossas orquídeas muito soltas no vaso, permitindo que balancem, acabamos impedindo que as raízes progridam. Na fase inicial do desenvolvimento, as pontas verdes destas estruturas são muito frágeis. O constante atrito com o substrato faz com que elas sequem e parem de crescer.

Por fim, o grande inimigo mortal de todas as raízes de orquídeas é o excesso de água, como já enfatizado nas seções anteriores. Na natureza, as orquídeas de hábito epífito, que vivem sobre outras plantas, estão com as raízes permanentemente descobertas, aderidas aos troncos das árvores.

Nesta condição, elas têm a possibilidade de captar a umidade do ambiente, ao mesmo tempo em que podem secar rapidamente, após uma chuva.

No cultivo doméstico, principalmente quando as orquídeas são cultivadas em vasos, com as raízes abafadas pelo substrato, há o perigo de o excesso de regas causar o apodrecimento destas estruturas.

manchas

Orquídeas com manchas nas folhas
Nem todas as manchas nas folhas de nossas orquídeas são sinais de doenças. Existem máculas perfeitamente normais, como as pintas vermelhas que surgem nas orquídeas cujas flores têm um colorido mais intenso.

Esta pigmentação da flor também se revela nas folhas, pseudobulbos e pontas das raízes, principalmente quando expostas a altos níveis de luminosidade.

Outro sinal bastante comum, infelizmente, é aquele causado pela exposição excessiva da orquídea ao sol. Neste caso, as folhas adquirem inicialmente um aspecto esbranquiçado, que com o tempo vai se tornando mais escuro.

A aparência é típica de queimadura, mas pode ser confundida com um ataque de fungos. O fato é que a lesão causada pelos raios solares acaba abrindo as portas para que infestações oportunistas se instalem na folha.

Insetos, tanto os sugadores quanto os raspadores, também costumam causar grandes estragos às folhas das orquídeas. A lista é interminável: pulgão, cochonilha, tenthecoris, tripes, lagartas, etc.

Os ácaros, embora não sejam insetos – são parentes das aranhas e carrapatos – também causam lesões na superfície da folha e são difíceis de serem identificados, devido ao seu tamanho microscópico.

Por fim, existe uma legião de fungos, bactérias e vírus que podem deixar suas marcas e malefícios nas nossas orquídeas. Para saber exatamente do que se trata, somente com a ajuda de um profissional da área, o engenheiro agrônomo.

Também é ele a pessoa credenciada para receitar os medicamentos apropriados para cada situação.

Oportunamente, em um artigo específico, falaremos detalhadamente sobre pragas em orquídeas. Existem também uma série de sintomas causados por deficiência ou excesso de nutrientes. No entanto, estes sinais são mais complexos e geralmente são corrigidos por profissionais.

Se fornecermos uma adubação balanceada, os riscos de que estes problemas aconteçam são mínimos.

Em resumo, nem sempre flores e folhas murchas, amarelando, secando ou caindo são motivo para preocupação. É importante que saibamos distinguir quando estes fenômenos são normais, fisiologicamente falando, ou quando são consequência de alguma anomalia ou equívoco no nosso cultivo.

Sophronitis cernua_1

Muitos afirmam que é necessário falar com as plantas, para que elas cresçam e floresçam. Há até quem toque música para elas, jurando que este procedimento melhora a produção de frutos e flores.

Não sei se é verdade. O que posso afirmar, com certeza, é que o inverso é verdadeiro. Elas é que falam, com toda a certeza. Talvez não possamos ouvir, mas o fato é que as orquídeas estão constantemente emitindo sinais visíveis sobre seu estado de saúde.

Cabe a nós tentarmos compreender esta linguagem, de modo a corrigir nossas falhas e aprimorar nosso cultivo.

agua xzO

Sophronitiscernua

Esta pequena orquídea alaranjada, de nome científico Sophronitis cernua, é bastante pontual. Todo final de verão, começo de outono, ela dá início aos preparativos para uma bela floração, a cada ano mais abundante.

Durante a época em que não está florida, ela se dedica ao crescimento vegetativo, emitindo novos pseudobulbos. Estas estruturas se esparramam pelo substrato, criando uma touceira de grandes proporções, em forma de tapete.

Quando a floração acontece, o conjunto todo nos proporciona um espetáculo memorável. Dentre as orquídeas do gênero Sophronitis, esta é a mais generosa quanto ao número de flores.

Estas florações, no entanto, em nada se assemelham às clássicas orquídeas vermelhas, representadas pela icônica Sophronitis coccínea. As flores da Sophronitis cernua também são bastante diferentes das grandes florações pink produzidas pela Sophronitis wittigiana, outra parente próxima.

Outro híbrido famoso, a Sophronitis Arizona, também apresenta flores muito maiores e geralmente solitárias, quando comparadas à espécie cernua. Embora a Sophronitis cernua seja assim conhecida desde o século XIX, atualmente há quem diga que nem Sophronitis ela é mais.

Sophronitiscernua

A Sophronitis cernua é uma orquídea presente em vários estados do território brasileiro. Há relatos de que também ocorra na Bolívia e no Paraguai. No Brasil, sua ocorrência concentra-se na região sudeste.

Descoberta em 1828, nas imediações da cidade do Rio de Janeiro, esta espécie foi utilizada por Lindley para descrever todo o gênero Sophronitis. Atualmente, há quem a considere parte do gênero Cattleya, sendo assim classificada como  Cattleya cernua.

A Sophronitis cernua é uma orquídea que aprecia elevados níveis de umidade relativa do ar em seu ambiente de cultivo, de forma similar à condição em que se encontra em seu habitat de origem.

Por esta razão, é tão complicado cuidar desta micro orquídea em apartamentos ou em interiores de modo geral. O ambiente urbano em que vivemos, notadamente os cômodos de nossas casas, costumam apresentar um ressecamento mais acentuado do ar.

A falta de ventilação também é outro entrave para o cultivo de orquídeas como a Sophronitis cernua.

Existem alguns artifícios que ajudam a elevar os níveis de umidade relativa do ar, em ambientes internos. O uso de fontes de água, próximas ao local de cultivo das orquídeas, ajuda neste quesito.

Sophronitis Cernua

Alternativamente, pode-se fazer uso das bandejas umidificadoras. Qualquer recipiente raso pode ser utilizado, até mesmo o pratinho. Contudo, ele deve contar uma camada de areia, pedrisco ou brita.

A lâmina de água fica no fundo e o vaso vai por cima deste sistema. Não há contato direto da água com as raízes da Sophronitis cernua.

Embora apreciem umidade no ambiente, as orquídeas detestam ficar com os pés molhados por muito tempo. Por isso, é fundamental evitar o uso de pratinhos sob o vaso, que acumulam a água das regas.

Estas devem ser espaçadas e somente realizadas quando o substrato estiver bem seco. Como orquídea epífita, o ideal é que a Sophronitis cernua seja cultivada em pedaços de madeira ou troncos de árvore. Nestes casos, as regas precisam ser mais frequentes.

olhodeágua