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Posts para categoria ‘Orquídeas e Bromélias’

orquídea do samurai

Quem vê essa pequena orquídea com folhas em forma de leque e flores perfumadas de 2 cm não entende a origem de seu nome popular.

É preciso remontar ao Japão antigo, da época dos samurais, para entender os altos riscos que envolviam coletar uma Neofinetia falcata de uma das selvagens ilhas locais.

Ir até o berço dessas plantas fazia parte do treinamento dos guerreiros bushido, a elite dos lutadores japoneses, que demonstravam coragem e valentia ao enfrentar mares bravios, escalar montanhas escorregadias, avançar em meio ao vento e ao frio para simplesmente buscar uma dessas orquídeas – e fazê-la chegar intacta à viagem de volta.

A orquídea-samurai saiu do Japão para o mundo
Graças às modernas técnicas de produção de plantas, não é mais preciso arriscar a vida (ou a carteira) para ter em casa uma dessas diminutas flores brancas – a orquídea-samurai é facilmente encontrada até mesmo pela internet, a preços bem camaradas.

Seu cultivo, no entanto, continua exigindo algum conhecimento em jardinagem, já que a planta requer ambiente com bastante luz, mas não sol direto, e boa umidade nas raízes, especialmente no período de crescimento dos brotos.

Prefira cultivá-la em esfagno, um musgo que ajuda a reter a água. Só regue novamente quando a superfície do substrato estiver ligeiramente seca, para evitar que as raízes fiquem constantemente molhadas. Para ter uma florada abundante, diminua a água e a o adubo durante o inverno.

orquídea-samurai

Orquídea-samurai lembra uma miniatura da orquídea-cometa
A floração acontece várias vezes ao ano, em especial no outono e no verão. A planta tem cultivo semelhante ao de Vanda e Ascocenda, com crescimento vertical e mudas surgindo de ramificações laterais.

luar

Seu “rabinho” com néctar lembra o da orquídea-cometa, atraindo mariposas e outros polinizadores de hábitos noturnos.

Coelogyne fimbriata

Com 150 espécies nativas de vários países asiáticos, da Índia às Ilhas Fiji, o gênero Coelogyne tem orquídeas com gostos bem variados de clima e cultivo. Esta Coelogyne fimbriata, típica das florestas do Nepal e da China, por exemplo, pouco lembra a irmã Coelogyne cristata, de flores brancas e fã do frio das montanhas do Himalaia.

Nome das partes quem compõe a flor de uma orquídea
Planta mais rústica, a Coelogyne fimbriata gosta de clima quente e úmido, produz flores amarelas com duas pétalas fininhas semelhantes a “antenas” (chamadas “sépalas” pelos botânicos) e uma pétala marrom felpuda que lembra uma grande língua, o “labelo”, uma estrutura especial cuja principal função é atrair o polinizador. Seu perfume é suave e costuma passar despercebido.

Coelogyne fimbriata

Como acontece com todas as Coelogyne, esta também possui caules gordinhos (os famosos V) que armazenam água e nutrientes – na época da floração, é normal que essas estruturas fiquem com um aspecto enrugado, uma vez que a planta extrai dali o que precisa para florir.

As flores nascem em pares, de botões que surgem juntos, cobertos por uma “capinha”, e só se dividem quando um deles já abriu.

Coelogyne fimbriata

Orquídea se desenvolve em rochas e necessita de poucos nutrientes
De crescimento horizontal (chamado “simpodial” pelos botânicos), a Coelogyne fimbriata produz brotos distantes uns dos outros, que logo enchem o vaso.

Em seu habitat natural, desenvolve-se diretamente sobre rochas, onde há pouquíssimos nutrientes. Por isso, procure adubá-la apenas com NPK 20-20-20 ou Bokashi, uma vez a cada 15 dias, suspendendo tanto a adubação quanto as regas assim que notar o surgimento dos primeiros botões, no verão e no outono.

Em plantas com muitos pseudobulbos, convém colocar araminhos para segurar o peso da planta, já que essa espécie gosta de “sair” do vaso.

borboleta-11

orquídea cometa

Das aproximadamente 200 espécies conhecidas desse gênero, a orquídea-cometa é a mais estudada pelos botânicos que pesquisam a estreita relação entre uma planta e seu agente polinizador.

É que essa planta carnuda e perfumada, típica de Madagascar, faz algo incomum para as orquídeas: produz néctar.

Orquídea-cometa produz néctar em suas flores
Para atrair o inseto certo que irá carregar seus preciosos grãos de pólen até outra flor, a orquídea-cometa coloca o líquido açucarado no fundo de um tubinho fino e comprido.

Só uma mariposa que tenha uma língua longa o bastante, porque o tubinho tem quase 20 cm, será capaz de alcançar o néctar e, consequentemente, polinizar a flor.

Não à toa seu sobrenome científico, sesquipedale significa, em latim, “de um pé e meio”, em referência ao tamanho do seu nectário.

Angraecum-sesquipedale
É também para atrair esse inseto de hábitos noturnos que a orquídea-cometa só exala seu perfume à noite (o cheiro lembra o da gardênia e da dama-da-noite).

E como as mariposas não costumam enxergar as cores direito, essa planta inteligente produz flores bem grandes, brancas ou creme, para ficar bem visível a seu polinizador.

É por essas e outras maravilhosas adaptações coevolutivas que a orquídea-cometa foi longamente estudada pelo naturalista Charles Darwin e ganhou destaque nos anais da biologia.

O clima, as regas e o substrato ideal para a orquídea-cometa
Essa espécie aprecia clima quente, úmido e bem ventilado na primavera e verão e um descanso mais seco e fresco no inverno.

orquidea cometa

Mantenha seu vaso em local de muita luminosidade, mas sem sol direto, que causa queimaduras nas folhas.

O melhor tipo de substrato é uma mistura de carvão e casca de pínus, mas experimente também variações regionais que não retenham muita água, como semente de açaí ou babaçu.

Por ser uma orquídea de crescimento muito lento, evite transplantá-la – e, ao fazê-lo, dê atenção especial às raízes para não parti-las, já que a orquídea-cometa demora meses para se recuperar de machucados e ressente muito as mudanças bruscas de ambiente.

entardecer

orquidea-grapete

Orquídeas são plantas caras, frescas, que só crescem num substrato especial, detestam água, dão poucas flores e só uma vez por ano.

Orquídea-grapete tem flores com perfume e cor de uva
O gênero Spathoglottis inclui cerca de 40 espécies, das quais a orquídea-grapete e a Spathoglottis plicata são as mais conhecidas (as duas são também muito parecidas, mas as flores da Spathoglottis plicata têm uma tonalidade clarinha, quase rosa).

A orquídea grapete é uma planta terrestre, herbácea, rizomatosa, acaule e ornamental. É originária do sudeste asiático e sudoeste do Oceano Pacífico onde ela forma grandes touceiras em encostas rochosas e clareiras de florestas. Geralmente lugares onde há muita umidade e sol direto durante quase o ano todo.

A Spathoglottis unguiculata é famosa por seu perfume, que lembra o cheiro de uva, daí seus nomes populares.

Ela faz grandes touceiras em encostas rochosas e clareiras de florestas, lugares onde há alta umidade e incidência direta dos raios de sol durante quase o ano todo.

Os numerosos botões surgem numa haste que pode alcançar 1 m de altura, e se abrem em sequência, uns cinco ou seis ao mesmo tempo, ao longo do ano todo, com mais frequência na primavera e no verão.

Floração
A orquídea grapete floresce durante quase o ano todo, principalmente na primavera e no verão. Suas inflorescências aparecem acima da folhagem e as flores vão abrindo de baixo para cima.

As flores são pink arroxeadas, com detalhes amarelos e um delicioso cheirinho de uva. Sua floração pode se estender de 30 a 45 dias.

Folhagem
Apesar de florescer bastante, o que mais se destaca é seu efeito entouceirado e suas folhas grossas e plissadas. Os cultivadores de orquídeas não costumam dar muita bola para ela, que muitas vezes é vendida como planta comum de jardim.

Possui pequenos pseudobulbos, de onde saem folhas grandes, plissadas, verde vibrantes, Formando uma linda touceira.

Por ser uma orquídea terrestre, seu cultivo é o mesmo da orquídea-bambu (Arundina bambusifolia) ou da orquídea-buquê-de-noiva (Neobenthamia gracilis). Isso significa que você não precisará de nenhum substrato especial para plantá-la, somente terra e húmus de minhoca.

spathoglottis-unguiculata

Ela também pode ser cultivada diretamente no chão, numa mistura de terra, areia e composto orgânico, adicionando farinha de osso à terra uma vez por mês.

Se preferir fazer a adubação das folhas, dilua 1 colher (café) de NPK 20-20-20 em 1 litro de água e borrife a folhagem uma vez por semana, de preferência de manhãzinha ou no final da tarde, quando o sol não está tão forte. Suspenda a adubação quando a planta estiver nos meses de dormência – nesse período, ela não tem atividade nenhuma.

Substrato e rega
Ela gosta de solo úmido, mas não encharcado. Quando não estiver florida e durante o inverno, quando ela entra em repouso vegetal, diminua as regas.

Como é uma orquídea terrestre, ela pode ser cultivada diretamente em canteiros adubados com húmus de minhoca, como forração, ou em maciços ou bordaduras, em locais semi-sombreados ou até mesmo ensolarados.

Também pode ser cultivada em vasos ou jardineiras. É bom misturar um pouco de areia no substrato para que ele fique mais permeável.

Como preparar o solo, a regas e a adubação da orquídea-grapete
Como adora sol e têm folhas grandes e plissadas – bem diferentes das folhas de outros gêneros mais populares de orquídeas –, essa espécie costuma ser vendida como planta comum de jardim, sem a pompa toda com que são comercializadas as Cattleya, por exemplo.

Além dessas particularidades, a orquídea-grapete também gosta de água: regue-a dia sim, dia não, mas não deixe que a água fique parada em suas raízes (portanto, nada de pratinho embaixo do vaso).

orquídea grapete

Mantenha-a úmida especialmente durante os meses em que estiver florida, diminuindo as regas quando notar que a floração acabou e a planta entrou em dormência, normalmente durante o inverno brasileiro.

Para acabar de vez com os preconceitos, uma última curiosidade: essa orquídea é tão barata e popular, que na Indonésia e em Taiwan se fabricam embalagens com suas folhas.

Ainda bem que aqui no Brasil não temos esse hábito. Afinal, as folhas da orquídea-grapete são tão bonitas que seria uma pena arrancá-las para fazer caixas.

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