Nomes populares: Maria-gorda, Maria-Gomes, erva-gorda, beldroega-grande, bredo, bredo-major-gomes, carirú, inhá-gome, labrobró, labrobró-de-jardim, ora-pro-nobis-miúdo, espinafre de Ceilao espinafre do Suriname, espinafre de Java, beldoegra francesa
Família: Portulacaceae
Origem: Cosmopolita, não se tem certeza ainda sobre sua origem.
Características: É uma planta herbácea, de altura variável entre 10 – 50 cm, com folhas carnosas sem pêlos, ainda que não tão suculentas quanto outras da família. As folhas têm forma oboval ou oval-lanceolada, suas flores costumam ser cor púrpura clara, mas podem ainda ocorrer exemplares com flores rosa-claro ou até amareladas e surgem solitárias em uma inflorescência de talos avermelhados, de tamanho muito variável. Os frutinhos são cápsulas (septifragas) geralmente redondas, cuja cor varia do amarelo-vivo até o vermelho, escurecendo quando perto da maturação, quando tem pouco mais de 3 mm de diâmetro.
Cultivo:
Possivelmente, para quem é amante das suculentas, já tenha visto esta plantinha e nem se dado conta de que ela é uma suculenta. A maria-gorda é da mesma família que as onze-horas, beldoegras e portulacáceas, tendo assim um parentesco relativamente próximo com os cactos. Porém, as suas folhas (comestíveis) têm um formato mais “padrão“, se assemelhando ao de outras plantas e, em todo caso, são bem menos suculentas que as demais plantas do hobby. Apesar de ser uma planta bastante ornamental, a grandiosa maioria das referências a ela em português a citam como erva daninha. Nada de mais, afinal, é uma planta que se vira sozinha, sem depender da boa vontade dos seres humanos, ocorrendo então em pastagens, lavouras, pomares, barrancos, rochas, terrenos baldios, rachaduras de calçadas e em qualquer outro local onde consiga um pouquinho de terra..
Esta espécie pode sobreviver tanto nas áreas mais abertas quanto as mais sombreadas, apresentando-se sempre mais baixa e compacta quanto mais sol receber. Apesar de ser uma planta que sobrevive bem em solos pobres, ela poderá ficar inerte por mais de uma década, onde o solo é muito pobre e ácido. Neste caso, ela terá dificuldades em emitir folhas novas, as quais serão sempre bem pequenas, e não vai mais florescer. Isto, contudo, tem o seu lado positivo: Ela vai te indicar quando já está na hora de replantar ou de fazer uma adubação.
Sendo uma suculenta cujas folhas não têm tanto atrativo quanto às demais, o seu diferencial reside em duas características: Primeiro, esta é uma planta que realiza muitas interações ecológicas, quando plantas em grupos com outras suculentas. Suas flores são bastante atrativas a toda uma série de insetos, sendo normalmente polinizadas. É, por isso, uma boa opção para atrair estes animaizinhos para o grupo. Como é polinizada, produz sementes férteis e não é raro que consiga se reproduzir. Ela não é uma planta infestante, e não vai tomar conta de toda o cultivo com suas ‘filhas’, até porque as sementes são bem pequenas e normalmente são levadas pelo vento para fora deste ambiente, colonizando os arredores. Apesar de não ser comum, como ela se reproduz sexuadamente, pode dar origem a variantes no formato das folhas, cor das flores e etc. Por fim, como portulacácea que é, produz muita matéria orgânica de fácil decomposição e fácil de ser consumida, podendo suas folhas e flores, tanto vivas quanto caídas, servir de alimento para vários pequenos animais herbívoros e/ou detritívoros, como tatuzinhos, caracóis, ácaros de solo e outros. Alguns passarinhos podem ainda tentar comer os frutinhos.
O segundo diferencial são os seus frutos coloridos. É bastante interessante olhar para dentro de um jardim de suculentsa e ver lá uma ‘árvore’ carregada de frutos, como se fosse uma fruteira da floresta. Ajuda bastante a dar a impressão de que se está olhando para uma floresta mesmo, além de ser bastante bonito.
Propagação: É obtida facilmente por sementes. Estaquias de galho também podem dar resultado.
Umidade: Tem boa tolerância à umidade, um pouco melhor do que as onze-horas, por vezes não sobrevivendo em locais constantemente úmidos. Na verdade, ela pode sofrer com uma seca muito prolongada antes das outras suculentas, pois é adaptada a locais mais úmidos do que as demais.
Floração: Da primeira metade do verão até meados do outono, sendo que exemplares bem nutridos podem começar a emitir a inflorescência ainda na primavera. Os frutos se seguem às flores, havendo por bastante tempo flores e frutos no mesmo pendão. Depois sobram apenas frutos com diferentes cores (amarelo, rosado, vermelho, escuro e secos) até que todos tenham amadurecido e caído.