De modo geral, as plantas suculentas são cultivadas em função do interessante aspecto ornamental de suas estruturas vegetativas, folhas e caules.
Poucos são os representantes deste grupo botânico informal que produzem flores de interesse ornamental, como é o caso da Kalanchoe pumila. Sua folhagem prateada, quase branca, faz um belíssimo contraste com as florações rosadas.
O gênero Kalanchoe, pertencente à família Crassulaceae, é bastante diversificado, possuindo uma multitude de espécies que são cultivadas com propósitos diferentes.
Existem aqueles representantes com folhagens exóticas e suculentas, como a Kalanchoe tomentosa, cujo nome popular mais conhecido é orelha-de-gato.
Por outro lado, no caso da Kalanchoe blossfeldiana, as florações desempenham o papel de destaque, justificando seu apelido, flor-da-fortuna.
Por fim, temos as espécies de que são conhecidas por suas supostas propriedades medicinais, como é o caso do aranto, Kalanchoe daigremontiana.
No caso da Kalanchoe pumila, existe uma sinergia de várias características que chamam a atenção dos colecionadores. Tanto as partes vegetativas como reprodutivas desta espécie botânica são de grande interesse ornamental, como veremos a seguir.
O nome da espécie, Kalanchoe pumila, faz referência ao tamanho pequeno, tanto da planta como de suas folhas.
Além de diminutas, estas estruturas possuem uma aparência frágil e delicada, exibindo um colorido único, prateado, tendendo ao esbranquiçado.
No Brasil, ainda não existe um nome popular comumente atribuído a esta planta.
Este aspecto empoeirado da Kalanchoe pumila é devido a uma cobertura de pequenos tricomas, estruturas vegetais semelhantes a pelos, que conferem uma textura aveludada às folhas desta suculenta.
A suculenta Kalanchoe pumila é originária da África, sendo encontrada nativamente na ilha de Madagascar. Sendo assim, esta é uma espécie adaptada a ambientes quentes e secos, capaz de se desenvolver em solos arenosos e rochosos, pobres em matéria orgânica.
A planta cresce como um pequeno arbusto, com folhas pequenas e caules delgados. À medida que crescem, estas estruturas se tornam pendentes. A touceira tende a se espalhar na horizontal, rapidamente.
Contrastando belissimamente com a delicada folhagem prateada, as florações da Kalanchoe pumila apresentam um tom vivo de pink, com quase imperceptíveis venações em púrpura.
As pequenas anteras amarelas, ao centro, dão o toque final. As quatro pétalas são curvadas nas extremidades, unidas em uma formação que remete à trombeta, na base.
A Kalanchoe pumila floresce tipicamente entre o final do inverno e o início da primavera. Para que sua floração ocorra em abundância, é importante cultivar a suculenta em um ambiente que receba bastante luminosidade.
Dentro de casas e apartamentos, é mais difícil observar o surgimento de flores. Esta é uma espécie ideal para jardineiras localizadas na parte externa das janelas, expostas ao sol pleno, ou varandas e coberturas ensolaradas.
Outro fator que ajuda a suculenta Kalanchoe pumila a produzir flores, na época apropriada, é a adubação. Uma fórmula mais rica em fósforo, a letra P do NPK, especialmente elaborada para induzir a floração, pode ser fornecida à planta, durante os meses que antecedem a primavera.
Durante o período em que esta espécie estiver florida, não é necessário adubar. Logo em seguida, após o final da floração, a Kalanchoe pumila entra em dormência, normalmente durante o verão. Nesta etapa da vida da planta, as regas devem ser reduzidas e a adubação suspensa.
É importante evitar, a todo custo, deixar o substrato excessivamente úmido, por um período de tempo muito prolongado.
As regas devem ser bem espaçadas, ocorrendo apenas quando o solo estiver completamente seco ao toque, independentemente da periodicidade.
Neste momento, podemos perceber que o vaso se torna mais leve, sendo este outro indicador que ajuda a decidir a melhor hora para se efetuar uma nova irrigação.
O solo para o cultivo da Kalanchoe pumila deve mimetizar aquele encontrado em seu habitat de origem. Esta suculenta aprecia substratos arenosos, bem aerados, rapidamente drenáveis e pobres em compostos orgânicos.
O ideal é fazer uma mistura de terra vegetal e areia grossa de construção, em partes iguais. A areia da praia deve ser evitada, uma vez que contêm elevados níveis de salinidade, prejudiciais ao desenvolvimento da planta.
Para quem prefere soluções práticas, existem substratos próprios para o cultivo de cactos de suculentas, à venda em lojas de jardinagem e garden centers.
Este material precisa ser complementado por um eficiente sistema de drenagem, que pode ser construído com uma camada de brita, argila expandida ou qualquer material particulado, no fundo do vaso.
Acima deste nível, uma manta geotêxtil ajuda a reter o solo e impedir que as raízes da planta entupam os drenos.
A suculenta Kalanchoe pumila vai bem tanto em vasos, que podem ser de plástico, barro ou cimento, como plantada diretamente no solo, em jardins rochosos, de inspiração desértica.
Esta é uma planta que se espalha facilmente na horizontal, funcionando como uma interessante forração, de colorido diferenciado. Quando cultivada em vasos suspensos, forma belíssimos arranjos pendentes.
A multiplicação da Kalanchoe pumila é bastante tranquila, podendo ser realizada através de cortes do caule ou folhas individuais.
A primeira opção é mais rápida e de resultados mais consistentes. Já as folhas precisam ser colocadas em um berçário de suculentas. Com o tempo, estas estruturas irão desenvolver novas raízes e um pequeno broto surgirá. Vale lembrar que serão necessários vários anos, para que esta nova muda se torne adulta.
Esta é uma planta de fácil cultivo, bastante resistente, e que requer pouca manutenção. No entanto, é preciso tomar cuidado em relação à proximidade de crianças e animais de estimação, uma vez que suas folhas contêm substâncias tóxicas, que podem causar problemas gástricos, caso sejam inadvertidamente ingeridas.
Aliando belas e delicadas florações a uma folhagem exótica, de colorido incomum, a Kalanchoe pumila é uma valiosa adição à coleção dos apaixonados por plantas suculentas, sendo indicada, inclusive, para os iniciantes, dada a sua incrível rusticidade.