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As plantas suculentas talvez sejam, atualmente, das plantas mais procuradas para jardins de interior e até de exterior, pela enorme variedade de formas, tamanhos, cores e texturas.

Na sua maioria são de fácil manutenção, bastante resistentes, e possuem uma grande capacidade de adaptação a diferentes ambientes.

Na generalidade, são espécies nativas de regiões secas e quentes, mas também existem espécies que vivem em regiões secas e frias, como é o caso de algumas espécies dos gêneros Sedum, Umbilicus e Sempervivum.

O que são plantas suculentas?
As plantas suculentas são plantas que armazenam água. O termo “suculenta” deriva da palavra em latim Sucus, que significa suco ou seiva, daí que as folhas, os caules e as raízes destas plantas sejam maioritariamente carnudos e grossos, uma vez que estas plantas conseguem acumular nos seus órgãos reservas líquidas durante períodos prolongados.

Esta adaptação permite que estas plantas sejam resistentes à seca e sobrevivam em ambientes áridos e secos, locais inabitáveis para as outras plantas.

Estima-se que existam à volta de 7700 espécies de suculentas, distribuídas por cerca de 60 famílias, sendo as mais representativas a Crassulaceae, a Cactaceae e a Aizoaceae.

No entanto, com o número de cultivares e de híbridos que continuamente são cruzados em viveiro um pouco por todo o mundo, estima-se que o conjunto de espécies de plantas suculentas ultrapasse as 20 mil.

Crassulaceae
O umbigo-de-vênus é uma espécie da família Crassulaceae, composta por 36 gêneros botânicos e cerca de 1700 espécies, a grande maioria plantas suculentas.

Os membros desta família podem ser perenes ou anuais. São caracterizados por possuírem folhas carnudas, muito espessas, que se agrupam numa roseta que pode estar na base ou no ápice dos raminhos, também eles carnudos.

Além das folhas carnudas, estas plantas são revestidas por uma cutícula de cera espessa que favorece a sobrevivência em condições climáticas mais desfavoráveis.

A família inclui uma vasta coleção de plantas ornamentais, amplamente cultivadas, como: a planta de jade (Crassula ovata), a flor-da-fortuna (Kalanchoe blossfeldiana), a rosa de pedra (Echeveria elegans), a erva-de-cão (Sedum acre) e o Sempervivum tectorum.

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O umbigo-de-vênus
O umbigo-de-vénus é também conhecido como  chapéus-de-parede, chapéu-dos-telhados,  orelha-de-monge e sombreirinho-dos-telhados.

O umbigo-de-vênus é uma planta perene, herbácea, suculenta e glabra, de aparência rasteira, que pode medir entre nove a 60 cm de altura. Os caules são direitos, delgados, geralmente simples e carnudos.

Quanto às folhas, são carnudas e de dois tipos. As folhas basais possuem forma peltata, ou seja, forma aproximadamente arredondada, com pecíolo central comprido, que surge mais ou menos do centro do limbo.

Já as folhas caulinares diminuem progressivamente, em tamanho e em quantidade, em direção à parte superior. São subespatuladas a lanceoladas, e possuem margem ligeiramente dentada.

No geral, as folhas são ligeiramente côncavas, verdes e brilhantes, embora possam ficar avermelhadas quando expostas ao sol.

As flores surgem em inflorescências densas, estreitas e compridas, que ocupam 60-90% do comprimento da haste floral.

A haste floral é ereta, verde ou avermelhada e carnuda. As flores são branco-amareladas e surgem suspensas ao longo da inflorescência. A corola é tubular ou campanulada, formada por cinco pétalas soldadas, verde-amareladas ou raramente avermelhadas e pálidas.  O cálice é composto por cinco sépalas agudas, verdes e soldadas na base.

O fruto é verde, do tipo polifolículo, ou seja, é um fruto múltiplo, formado por numerosos folículos. Cada folículo é composto por numerosas sementes ovóides e castanho-escuras.

O umbigo-de-vénus produz uma grande quantidade de sementes que facilmente se espalham pela ação do vento – dispersão anemófila.

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Habitat e ecologia
A denominação científica da espécie deve-se ao tipo de folhas e habitat. O nome do gênero Umbilicus deriva do latim e significa “umbigo”, devido à depressão saliente que surge no centro e à superfície das folhas, semelhante ao umbigo.

O restritivo específico rupestris deriva igualmente do latim, significa “rupestre”, e simboliza o seu habitat natural, por viver sobre as rochas, nos muros e paredes.

O umbigo-de-vênus distribui-se por toda a Europa Meridional, parte da Europa Ocidental (França) e Setentrional (Irlanda e Grã-Bretanha) e no Norte de África (Argélia, Marrocos, Tunísia e Líbia).

Trata-se de uma espécie ruderal, bastante rústica, que pode sobreviver em praticamente qualquer ambiente, sendo mais abundante nos períodos mais chuvosos e úmidos, uma vez que essas são as condições adequadas ao desenvolvimento das suas raízes.

Esta planta pode ocorrer em escarpas, em fendas úmidas de superfícies rochosas, ou ainda em muros e paredes verticais, quer sejam naturais ou de origem humana, e até mesmo em telhados.

O umbigo-de-vénus também pode viver sobre outras plantas – planta epífita, nomeadamente sobre o tronco de árvores e de arbustos. Está muitas vezes associada a outras plantas, como o musgo, e também a líquens. Além disso, por vezes, desenvolve-se diretamente no solo.

O umbigo-de-vênus suporta uma faixa climática muito elevada e requer luz para prosperar, embora também possa crescer à sombra.

Não necessita de solos férteis para crescer e é indiferente ao tipo de substrato, mas desenvolve-se melhor em solos graníticos e ácidos. É resistente à geada moderada e pode suportar, por curtos períodos, temperaturas até -15ºC.

Quando as folhas ou outras partes da planta são afetadas pela falta de água ou pelo frio, por exemplo, estas conseguem facilmente recuperar, assim que as condições de temperatura e umidade voltam a melhorar. Quanto a doenças, é especialmente sensível a fungos.

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Utilizações desta planta
O umbigo-de-vênus não é geralmente usado para fins ornamentais, sendo quase exclusivamente silvestre.

No entanto, a sua facilidade de dispersão e resistência, nomeadamente em locais difíceis para outras plantas, são fatores a ter em conta na escolha desta planta.

Além disso, as suas folhas carnudas e características, bem como as suas inflorescências peculiares e de florescimento prolongado, são outros motivos interessantes para plantar esta espécie em locais de difícil desenvolvimento para outras plantas.

A planta tende a absorver metais pesados, como tal deve evitar-se colher em locais poluídos e contaminados.

Como acontece com outras espécies botânicas, a sua utilização para fins terapêuticos não deve ser feita sem acompanhamento médico.

O umbigo-de-vênus é fácil de encontrar, basta um olhar atento para descobrir estas pequenas plantas, com folhas muito peculiares, em qualquer fenda de muro, parede ou árvore.

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