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Opuntia_basilarisAdaptação à Seca
Alguns ecossistemas, como os desertos, semi áridos, caatingas e cerrados, recebem pouca água na forma de precipitação pluviométrica. As plantas que habitam estas áreas secas são conhecidas como xerófitas, e muitas delas são suculentas, com folhas espessas ou reduzidas. Excetuadas poucas espécies, como por exemplo o gênero Pereskia, todos cactos são plantas suculentas, e como elas, apresentam diversas adaptações que as habilitam a sobreviver nestes ambientes.

Os cactos nunca perderam suas folhas completamente; somente reduziram seu tamanho de modo a reduzir a área de superfície pela qual a água é perdida pela transpiração. Em algumas espécies as folhas são ainda notavelmente grandes e comuns enquanto em outras tornaram-se microscópicas, mas ainda contêm estomatos, xilema e floema. Determinadas espécies de cacto desenvolveram folhas efêmeras, que são as folhas que duram por um curto período de tempo enquanto um novo broto estiver ainda em suas fases iniciais de desenvolvimento. Um bom exemplo de uma espécie de folhas efêmeras é a Opuntia Ficus-Indica, mais conhecida como Figo da Índia.

Os cactos igualmente desenvolveram espinhos por ajudarem que menos água evapore pela transpiração ao proteger a planta do sol, e defendem o cacto de animais em busca de água. Os espinhos crescem de estruturas especializadas chamadas aerolas. Muito poucos membros da família têm folhas, e quando presentes estas geralmente são rudimentares, medindo até três milímetros e logo caem. Entretanto dois gêneros, Pereskia e Preskiopsis, conservam por muito tempo grandes folhas não suculentas de até vinte e cinco centímetros, e também ramos não suculentos.

Recentemente descobriu-se que Pereskia é o gênero ancestral do qual todos cactos restantes evoluíram. Caules verde suculentos e espessados são capazes de realizar fotossintese e armazenar água. Ao contrário de muitas outras suculentas, o caule é a única parte de um verdadeiro cacto onde isto ocorre. Como muitas outras plantas que têm revestimentos cerosos em suas folhas, os cactos frequentemente os têm em seus caules para impedir a perda de água. Isto impede que a água espalhe-se em sua superfície e faz que escorra logo de modo a ser absorvida pelas raízes e usada para a fotossíntese.

Os cactos têm um caule grosso, cascudo e suculento para armazenar a água da chuva. Seu interior, dependendo do cacto, é esponjoso ou oco. O revestimento grosso e impermeável também mantem a água dentro do cacto evitando sua evaporação. Os corpos de muitos cactos engrossaram durante a evolução, formando o tecido armazenador de água, e frequentemente assumiram a forma ótima de esfera, que combina o maior volume possível com a mais baixa área de superfície possível. Reduzindo sua área de superfície, o corpo da planta é protegido da exposição excessiva à luz solar.
A maioria dos cactos passa por um curto período de crescimento seguido de longa letargia. Por exemplo, um cacto Saguaro adulto, Carnegiea Gigantea, pode absorver até três mil litros da água em dez dias. Nisto é favorecido por sua habilidade de rapidamente lançar novas raizes. Duas horas após a chuva, depois de uma seca relativamente longa, a formação da raiz começa em resposta à umidade. Excetuadas algumas espécies, o sistema radicular é extensivamente ramificado imediatamente abaixo da superfície do solo.

A concentração de sal nas células das raizes é relativamente elevada, de modo que quando a umidade eleva-se, a água possa imediatamente ser absorvida na maior quantidade possível. O próprio corpo da planta é também capaz de absorver a umidade através da epiderme e dos espinhos, o que, para plantas que são expostas à umidade quase exclusivamente, ou em alguns casos unicamente, sob a forma da névoa, é de grande importância para sustentar a vida.
A maioria dos cactos têm raizes muito rasas que podem estender-se amplamente perto da superfície do solo para coletar a água, uma adaptação às raras chuvas. Em uma pesquisa, um jovem Saguaro de somente doze centímetros de altura apresentou um sistema radicular que cobria uma área de dois metros de diâmetro, mas sem raízes com mais de dez centímetros de profundidade.
Os grandes cactos colunares também desenvolvem raízes em grandes tapetes, primeiro para fixação mas também para obter maior acesso a água e minerais. Uma característica que distingue os cactos de todas outras plantas: os cactos possuem aréolas.

A aréola parece com um encaixe com um diâmetro de até quinze milímetros e é formada por dois elementos opostos. Da parte superior desenvolve ou uma flor ou um broto lateral, da parte de baixo desenvolve os espinhos. Os dois elementos das aréolas podem encontrar-se muito próximos, mas ocasionalmente também podem estar separados por diversos centímetros.
Como outras suculentas das famílias Crassulaceae, Agavaceae, Euphorbiaceae, Liliaceae, Orchidaceae e Vitaceae, os cactos reduzem a perda de água através da transpiração pelo metabolismo ácido crassulaceano . Aqui, a transpiração não ocorre durante o dia, enquando realizam a fotossíntese, mas à noite. Durante o dia seus estômagos permanecem fechados e a planta armazena dióxido de carbono ligado quimicamente ao ácido málico o qual vai sendo liberado gradualmente para a fotossíntese. Como a transpiração ocorre durante as horas húmidas e frescas da noite, a perda de água é reduzida significativamente.

Reprodução
Alguma flores de cacto formam longos tubos de até trinta centímetros de modo que somente as mariposas possam alcançar seu néctar e, consequentemente, polinizá-las. Há também exemplos de especializações para morcegos, beija-flores e algumas espécies de abelhas.
A duração das flores é muito variável. Muitas flores, por exemplo as do Selenicereus grandiflorus, popularmente conhecido como Rainha da Noite, somente permanecem inteiramente abertas por duas horas noturnas.

Outros cactos florescem por uma semana inteira. A maioria dos cactos são auto-incompativeis portanto necessitam de um polinizador. Alguns são autógamos e auto polinizam-se.
As Fraileas somente desabrocham completamente suas flores em circunstâncias excepcionais, em regra são cleistogâmicas, ou seja, autopolinizam-se com as flores ainda fechadas.
A própria flor também passou por um desenvolvimento adicional: seu ovário costuma transformar-se e uma área completamente protegida por espinhos, pelos e escamas. A formação das sementes é elevada, e as frutas frequentemente saborosas, suculentas, e vistosamente coloridas. Cabras, pássaros, formigas, ratos e morcegos contribuem significativamente na dispersão das sementes. Devido à sua elevada habilidade em reter a água, partes destacadas das plantas podem sobreviver por longos períodos e raizes desenvolvem-se em qualquer segmento do corpo da planta.

Utilizações
Os cactos, cultivados no mundo inteiro, são uma visão familiar em vasos ou em jardins decorativos dos climas mais quentes. Frequentemente fazem parte de jardins xerofíticos, jardins em regiões áridas, ou jardins ornamentais rochosos. Alguns países, tais como a Austrália, têm limitações no fornecimento de água em muitas cidades, assim plantas resistantes à seca estão aumentando em popularidade.
Numerosas espécies atualmente tem seu cultivo amplamente difundido, tais como espécies de Echinopsis, Mammillaria e Círio entre outras.

Alguns, tais como o cacto dourado do tambor, Echinocactus Grusonii, são muito valorizados em projetos de paisagismo. Os cactos são comumente usados como cercas vivas onde há falta de recursos naturais ou de meios financeiros para construir uma cerca permanente. Isto é observado frequentemente em áreas de climas quentes e áridos, tais como Masai Mara no Kenya. Cercas de cacto são usadas frequentemente pelos proprietários e paisagistas como segurança.

Os espinhos afiados do cacto intimidam pessoas desautorizadas a aventurarem-se em propriedades privadas, e podem impedir arrombamentos se plantados sob janelas e condutores próximos.
As características estéticas de algumas espécies, além de suas qualidades de segurança, tornam-nas uma alternativa considerável às cercas e muros artificiais.

Além de plantas de jardim, muitas espécies de cacto têm usos comerciais importantes, alguns cactos produzem frutas comestíveis, como o Figo da Índia e o Hylocereus, que produz a Fruta do Dragão ou Pitaya. Opuntia são usadas igualmente como hospedeiros para criação das cochonilhas utilizadas na indústria tintureira da América Central.
A Lophophora williamsii, é um conhecido agente psicoativo utilizado pelos indígenas norte americanos do sudeste dos Estados Unidos. Algumas espécies de Echinopsis, antes Trichocereus, também apresentam estas propriedades. O cacto de São Pedro, uma espécie comum de jardins, contém mescalina.

Cultivo em vasos
Um bom substrato é essencial podendo ser composto da seguinte maneira: 50% de areia lavada de rio, 50% de terra vegetal. Pode ser acrescentado o húmus de minhoca na proporção de um terço do volume de terra vegetal.
Os espécimes jovens não devem ser expostos diretamente ao sol o dia inteiro, precisando apenas de luminosidade intensa. A rega não deve ser excessiva, pois pode apodrecer o cacto.

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