Árvores precisam de uma boa base para se desenvolver. Se o terreno tiver propensão para encharcamento, faça uma cova de maior profundidade e coloque no fundo uma camada de drenagem. Ou seja, cerca de uns 4 dedos de pedra britada, cacos de cerâmica ou pedriscos. Misture à terra da cova uma boa quantidade de areia grossa de construção. Se for o oposto. Isto é ,se o solo for muito arenoso, o caso seria ajuntar terra boa de jardim e esterco ou composto. Em qualquer caso, querendo melhorar a qualidade do solo, misture com a terra do fundo da cova cerca de 200 gramas de farinha de osso e uns 400 gramas de torta de mamona. E depois de instalar a árvore no lugar, acrescente à terra, que vai em volta da muda, bastante esterco bem curtido ou composto orgânico.
É sempre uma boa idéia providenciar um tutor de madeira para que a árvore cresça reta. Idealmente, aliás, este tutor deve ser colocado com a cova ainda aberta, para que possa evitar que ele machuque uma ou outra raiz. Mas só o prenda ao tronco com amarrilhos, de arame no formato de um “8″ deitado, protegido por pedaços de mangueiras de borracha ou tiras de câmara de ar. Isso vai ajudar sua árvore a crescer bonita e com formas bem equilibradas, já que não precisará “lutar” com o peso da própria copa, nem contra o vento. Em todo o caso, o toque final deve ser dado mesmo é pelas podas de formação.
Regas
“Árvores têm raízes muito longas, que escarafuncham o solo à procura de água e nutrientes. Mas isso só é válido para árvores adultas”.
Uma árvore estabelecida só precisa de irrigação durante a estiagem prolongada. Contudo, logo após o transplante, e até o terceiro mês, a rega deve ser diária ou de 2 em 2 dias. Nos 3 meses seguintes, você pode ir diminuindo essa freqüência aos poucos, de modo que, a partir de um belo dia, deixe este trabalho a cargo da natureza. Regar pouco e freqüentemente é ruim, porque esse procedimento estimula o enraizamento superficial. Resultado: a planta sofre muito nas estiagens, porque o solo da superfície seca mais depressa que o do subsolo. Pior, a fixação da árvore fica tão comprometida, que ela pode cair com muito mais facilidade numa ventania. Na ventania. Na verdade, a água das regas deve atingir de 50 a 60 centímetros de profundidade. Para tanto, encharque bem o solo a copa. Observe a absorção, que deve ser rápida. Se a drenagem for deficiente, vá com mais calma e regue menos da próxima vez.
A irrigação por gotejamento facilita o trato de árvores recém-plantadas, mas este sistema só vale a pena se forem muitas, no mínimo umas 20 árvores. O equipamento é barato e pode ser encontrado em casas especializadas. Um gotejador de 2 a 3 litros por hora é mais que suficiente para cada árvore.
Fertilização
Seria bom, portanto, fertilizar suas árvores pelo menos uma vez por ano. Existem dois sistemas de fertilização : natural ou orgânica, e adubação química ou mineral. Vejamos, o sistema natural. Pois, a adubação química não é aconselhada para árvores medicinais. O segredo da adubação orgânica está em fazer composto de restos de vegetais), e neste misturar partes iguais de areia de rio ou terra pura, assim:
1- Meça o diâmetro aproximado do tronco da árvore e divida por 2,5. O resultado será a quantidade de buracos que você deverá fazer no solo para preencher com o adubo.
2- Para determinar os locais dos buracos, trace 2 círculos sob a copa da árvore. O primeiro, a 1/3 da distância entre o tronco e a linha de perímetro da projeção da copa. O segundo, com um raio 4 vezes maior que o primeiro.
3- Na área entre as duas linhas, faça os buracos que vão receber o adubo. Para um tronco de 25 centímetros de diâmetros de diâmetro, por exemplo, seriam feitos 10 buracos de adubação.
4- Em áreas gramadas, levante a placa de grama, enterre um pé-de-cabra e alargue o furo com movimentos de rotação.
5- Com um funil, encha cada um dos furos (de uns 50 centímetros de profundidade, mais ou menos) com a mistura de areia com composto orgânico. Reassente a placa de grama e pronto.
Poda de formação
A chamada poda de formação tem por objetivo emprestar à árvore uma boa arquitetura. É isso porque, não raro, sempre vão surgindo brotinhos e ramos ali e acolá, que se deixados, acabarão comprometendo a estética. Ramos indesejáveis, quando ainda brotos, podem ser retirados com um simples beliscão. Agora, no caso de já haverem se desenvolvido um pouco, recorra a uma tesoura comum. Só tome o cuidado de observar se está devidamente limpa. É que muitas doenças vegetais são transmitidas de uma planta para outra pelas tesouras de poda. Ou seja, se você acabou de podar um galho doente, o ideal seria esterilizar a tesoura antes de usá-la novamente, sob pena de correr o risco de propagar a doença.
De maneira geral, árvores são pouco susceptíveis a pragas e doenças. Mas uma coisa é essencial que você não esqueça. Mas uma coisa é essencial que você não esqueça. Elas são seres vivos. Portanto, como nós próprios, detectar, logo no início, possíveis problemas – e providenciar o tratamento – faz uma enorme diferença. Às vezes, a simples remoção das partes afetadas resolve a questão. Porém, se o problema persistir, não hesite em consultar um agrônomo, o médico das plantas, que vai examinar sua árvore e indicar o melhor tratamento.
Poda de galhos
“As podas de árvores não são uma exigência natural do cultivo. Em geral, estão relacionadas apenas com a estética, ou com a eliminação de galhos secos, brotos ladrões ou ramos doentes, ou ainda com a colheita de folhas para fitoterapia”.
Genericamente, pode-se dizer que árvores com copa piramidal, fusiforme, cônica ou colunar não devem ser podadas. Como exemplo temos as tuias, os ciprestes, os pinheiros e os álamos. Ter isso em mente pode ser a resposta à dúvida constante sobre a necessidade ou não de fazer podas. Aliás, é bom saber que podas indevidas podem trazer efeitos bastante desagradáveis. Podem até, como se diz, aleijar uma árvore.
Por isso, todo cuidado é pouco na hora de realizar as podas. Antes de mais nada, verifique sempre a sua real necessidade, utilize instrumentos adequados e certifique-se de usar as técnicas apropriadas. Entre as ferramentas utilizadas, dê preferência aos serrotes de poda, que possuam dentes afiados e com “trava” regulada para cortar galhos com mais facilidade. Evite utilizar machados ou tesouras de poda grande, não permitem lá uma boa precisão no corte, resultado, quase sempre, em traumatismos desnecessários. Por falar nisso, só use instrumentos bem afiados, para assegurar-se que os tecidos vegetais serão efetivamente cortados e não mastigados.
Como podar
Antes de mais nada, ao escolher o ramo a ser podado, tome o cuidado de verificar o formato original da copa da árvore, para evitar deformá-lo. No caso de galhos pesados, deve-se inicialmente fazer um desbaste, eliminando alguns dos ramos daquele galho, para diminuir o peso. Feito isso, proceda assim:
1- Faça uma incisão na parte inferior do galho, já bem próximo ao tronco. Esse tipo de corte evita que o galho se parta antes de termos terminado de cortá-lo.
2- Complete a poda, fazendo uma nova incisão na face superior, até que o galho se seccione
3- Apare as bordas do corte com uma face ou canivete bem afiado, e pincele com produtos protetores especiais. Alternativas para estes produtos especiais são a parafina, a cal virgem e os óleos vegetais anti-sépticos.
Após a realização da poda, a árvore produz uma substância serosa que protege a ferida da umidade excessiva. Esta cera, juntamente com os tecidos da planta, endurecem formando uma camada protetora denominada calo. Um último lembrete: poda incorreta costuma não originar o calo, e sim tumores, que favorecem o surgimento de doenças ou brotação excessiva dos ramos ( o chamado envassouramento). Tais ocorrências afetam o desenvolvimento da planta, além de deixá-la disforme.
Transplante
“Para a planta o trauma é violento, mas esta é uma operação fundamental no cultivo. Vamos falar aqui principalmente da remoção de árvores já desenvolvidas, que muitas vezes não podem continuar onde estão”.
Normalmente uma árvore grande precisa ter os galhos podados para ser removida, tanto pelo transporte quanto pela brotação que não costuma acontecer nos ramos finos. Com serrote de poda bem travado e afiado, corte só o necessário, procurando dar à futura copa uma forma elegante. Os cortes devem ser lisos e bem acabados, sem lascas. Pinte depois os tocos com um cicratizante apropriado, como citado anteriormente.
A melhor garantia de pegamento é um torrão firme, e isso depende do solo. O solo ideal para a planta ( poroso e cheio de húmus ) é péssimo para o transplante. Nos viveiros comerciais as mudas crescem em solo argiloso e pesado, que deixa a aparência das plantas até feias, mas possibilita que o torrão saia perfeito. Quanto maior o torrão, mais rápida é a resposta da planta. Mas ele precisa ter raízes estruturando todo o seu volume. Diâmetro e forma devem ser proporcionais à copa. Para uma tuia de copa larga e baixa, por exemplo, recomenda-se um torrão na forma de “taça”. Num ipê-roxo de 5 a 6 metros, o torrão deve ter entre 80 e 90 centímetros nas 3 dimensões.
Na hora de fazer o trabalho, para uma árvore pequena a média, será necessário enxadão e machadinha, e se for grande, principalmente com raízes superficiais, também um machado pesado. A mistura de terra e raízes cega a ferramenta, que precisa estar bem afiada, portanto, tenha à mão lima e pedra de amolar.
Marque no solo o diâmetro do torrão, e comece a cavar em volta uma trincheira circular. Alargue a trincheira por fora, dando-lhe forma cônica. Chegando à profundidade desejada, estreite ligeiramente a base do torrão.
Pelo método da “sangria”, o trabalho se interrompe aqui. Preencha a trincheira com terra fofa, areia ou palha seca. Retorne o trabalho um ou dois meses depois. Remova o material que preenchia a trincheira. Continue a cortar na base do torrão, de forma cada vez mais estreita e arredondada. Conforme o tamanho da planta será preciso um “empurrão” de um braço hidráulico para romper as últimas raízes e tombar a peça. A propósito, não esqueça de proteger o tronco com vários sacos de estopa no ponto de fixação da cinta ou cabo de aço do braço mecânico. Embrulhe depois o torrão com sacos de estopa, amarrados com cordas de sisal.
Para plantar em outro local, cave um buraco duas vezes mais profundo e largo que o torrão. Preencha o fundo da cova com partes iguais de composto orgânico e terra comum. Firme bem este composto até formar uma base suficiente para alinhar o torrão com a superfície do solo. Se o material que envolve o torrão for saco de estopa ou aniagem, não será preciso retirá-lo.
Centralize bem a árvore e preencha as laterais da cova com o mesmo composto até ¾ do buraco. Encha de água o ¼ restante. Depois que a água drenar, termine de completar a cova.
O plantio é idêntico ao de uma muda qualquer. Querendo caprichar, instale na cova vazia um cano vertical de PVC de 3 polegadas, todo furado, pouco maior que a profundidade do buraco. É um ducto de infiltração, que torna a rega mais homogênea.
Dois meses depois remova o excesso de brotos, e repita essa operação a cada quatro meses. Pronto. Não demorará muito e terás uma árvore nova e adulta, como que estivesse nascido e crescido ali.