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flamboyant
Entende-se por arborização urbana toda cobertura vegetal de porte arbóreo existente nas cidades. Essa vegetação ocupa, fundamentalmente, três espaços distintos: as áreas livres de uso público e potencialmente coletivas, citadas anteriormente; as áreas livres particulares; e acompanhando o sistema viário.

O presente texto estará tratando especificamente da arborização urbana que acompanha as ruas e avenidas. São as árvores encontradas ao longo das calçadas, nos canteiros centrais de avenidas e nas rotatórias.

As árvores trazem benefícios e problemas também
Da mesma forma que a arborização encontrada nas áreas livres públicas e privadas, as árvores que acompanham o sistema viário exercem função ecológica, no sentido de melhoria do ambiente urbano, e estética, no sentido de embelezamento das vias públicas, conseqüentemente da cidade.

Algumas contribuições significativas na melhoria da qualidade do ambiente urbano são citadas a seguir:- Purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos e pela reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos;
- Melhoria do microclima da cidade, pela retenção de umidade do solo e do ar e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas;
- Redução na velocidade do vento;
- Influência no balanço hídrico, favorecendo infiltração da água no solo e provocando evapo– transpiração mais lenta;
- Abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, conseqüentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças; e
- Amortecimento de ruídos.

Outra função importante da arborização que acompanha o sistema viário é seu préstimo como corredor ecológico, interligando as áreas livres vegetadas da cidade, como praças e parques. Além disso, em muitas ocasiões, a árvore na frente da residência confere a esta uma identidade particular e propicia o contato direto dos moradores com um elemento natural significativo, considerando todos os seus benefícios.

No entanto, muitos são os problemas causados do confronto de árvores inadequadas com equipamentos urbanos, como fiações elétricas, encanamentos, calhas, calçamentos, muros, postes de iluminação, etc. Estes problemas são muito comuns de serem visualizados e provocam, na grande maioria das vezes, um manejo inadequado e prejudicial às árvores. É comum vermos árvores podadas drasticamente e com muitos problemas fitossanitários, como presença de cupins, brocas, outros tipos de patógenos, injúrias físicas como anelamentos, caules ocos e podres, galhos lascados, etc.

Frente a esta situação comum nas cidades brasileiras, soma-se o fato da escassez de árvores ao longo das ruas e avenidas. Neste sentido, é fundamental considerarmos a necessidade de um manejo constante e adequado voltado especificamente para a arborização de ruas. Este manejo envolve etapas concomitantes de plantio, condução das mudas, podas e extrações necessárias.
Para que seja implementado um sistema municipal que dê conta de toda essa demanda de serviços, é necessário considerar a necessidade de uma legislação municipal específica, medidas administrativas voltadas a estruturar o setor competente para executar os trabalhos, considerando, fundamentalmente, mão-de-obra qualificada e equipamentos apropriados, bem como o envolvimento com empresas que ajudem a sustentar financeiramente os projetos e ações idealizados, e com a população em geral.

Este último poderá acontecer, preferencialmente, através de programas de educação ambiental voltados para o tema, procurando envolver de fato os moradores no processo de arborização ou rearborização da cidade.

A escolha da espécie a ser plantada na frente da residência é o aspecto mais importante a ser considerado. Para isso é extremamente importante que seja considerado o espaço disponível que se tem defronte à residência, considerando a presença ou ausência de fiação aérea e de outros equipamentos urbanos, citados anteriormente, largura da calçada e recúo predial. Dependendo desse espaço, a escolha ficará vinculada ao conhecimento do porte da espécie a ser utilizada.

Para facilitar, as árvores usadas na arborização de ruas e avenidas foram classificadas em pequeno, médio e grande porte. A seguir seguem as definições de cada um dos portes, com indicação de nomes de algumas espécies mais comuns.

Árvores de pequeno porte
São aquelas cuja altura na fase adulta atinge entre 04 e 05 metros e o raio de copa fica em torno de 02 a 03 metros. São espécies apropriadas para calçadas estreitas (< 2,5m), presença de fiação aérea e ausência de recuo predial.
Murta, Falsa-murta, Murta de cheiro – Murraya exotica
Ipê-de-jardim – Stenolobium stans
Flamboyantzinho, Flamboyant-mirim – Caesalpinia pulcherrima
Manacá-de-jardim – Brunfelsia uniflora
Hibisco – Hibiscus rosa-sinensis
Resedá anão, Extremosa, Julieta – Lagerstroemia indica
Grevílea anã – Grevillea forsterii
Cássia-macrantera, manduirana Senna macranthera
Rabo-de-cotia Stifftia crysantha
Urucum – Bixa orelana
Espirradeira, Oleandro – Nerium oleander
Calistemon, Bucha-de-garrafa – Callistemon citrinum
Algodão-da-praia – Hibiscus pernambucencis
Chapéu-de-Napoleão – Thevetia peruviana

Árvores de médio porte
São aquelas cuja altura na fase adulta atinge de 05 a 08 metros e o raio de copa varia em torno de 04 a 05 metros. São apropriadas para calçadas largas (> 2,5m), ausência de fiação aérea e presença de recuo predial.
Aroeira-salsa, Falso-chorão – Schinus molle
Quaresmeira – Tibouchina granulosa
Ipê-amarelo-do-cerrado – Tabebuia sp
Pata-de-vaca, unha-de-vaca – Bauhinia sp
Cássia imperial, cacho-de-ouro – Cassia ferruginea
Resedá-gigante, Escumilha african – Lagerstroemia speciosa
Magnólia amarela – Michaelia champaca
Eritrina, Suinã, Mulungu – Erytrina verna
Ligustro, Alfeneiro-do-Japão – Ligustrum lucidum
Sabão-de-soldado – Sapindus saponaria
Canelinha – Nectandra megapotamica

Árvores de grande porte
São aquelas cuja altura na fase adulta ultrapassa 08 metros de altura e o raio de copa é superior a 05 metros. Estas espécies não são apropriadas para plantio em calçadas. Deverão ser utilizadas prioritariamente em praças, parques e quintais grandes. São elas:
Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides
Jambolão Eugenia jambolona
Monguba, Castanheira – Pachira aquatica
Pau-ferro – Caesalpinia ferrea
Sete-copas, Amendoeira - Terminalia catappa
Oiti – Licania tomentosa
Alecrim-de-Campinas – Holocalix glaziovii
Ipê-roxo – Tabebuia avellanedae
Ipê-amarelo – Tabebuia chrysotrica
Ipê-branco – Tabebuia roseo-alba
Cássia-grande, Cássia-rósea – Senna grandis
Cássia-de-Java – Senna javanica
Jacarandá-mimoso – Jacaranda mimosaefolia

E há também as espécies que você deve evitar em calçadas:
Ficus ou qualquer outro tipo de Figueira – (Ficus benjamina, Ficus benjamina variegata, etc.
Flamboyante – Delonix regia;
Paineira – Chorisia sspeciosa

As palmeiras em geral também não são apropriadas para uso em calçadas, seja pelo porte, na maioria das vezes grande, e também pela dificuldade de manejo. No entanto, podem ser utilizadas nos canteiros centrais de avenidas e nas rotatórias, bem como nas áreas livres públicas.

Como plantar uma árvore na calçada:
* Comece escolhendo corretamente a espécie que será plantada, levando em consideração alguns fatores importantes: porte adequado ao espaço disponível e característica desejada (floríferas, frutíferas, etc.). Certifique-se que não há riscos das raízes causarem danos nas calçadas e os galhos prejudicarem fiações.

* Adquira a muda em casas especializadas ou solicite à prefeitura de sua cidade.

* Não retire a muda do saco plástico no qual vem envolvida, até que o local para o plantio esteja preparado. Abra uma cova de no mínimo 0,60m x 0,60m e 0,60m de profundidade ou use o tamanho do torrão que envolve as raízes como referência: a cova deve conter o torrão com folga. No caso de calçadas, respeite 50 cm a partir da sarjeta.

* No fundo da cova, coloque um pouco de areia e cascalho fino para facilitar a drenagem e aproveite para aplicar composto orgânico ou esterco. Misture a terra retirada com o composto orgânico. E lembre-se que o solo deve estar livre de entulho, pedras e lixo.

* Umedeça um pouco o torrão e retire a muda da embalagem, cortando o saco plástico e coloque-a na cova, centralizando bem e tomando cuidado para que as raízes não fiquem expostas. Não afunde demais a muda, procurando manter o “colo” da árvore no mesmo nível da superfície.

* Aproveite para colocar uma estaca de sustentação, ao lado do torrão da muda. A estaca é muito importante, especialmente no início do desenvolvimento da árvore, para evitar danos com ventos fortes e até para conduzir melhor o seu crescimento.

* Complete a cova com a terra adubada e firme bem ao redor do torrão. Providencie uma proteção para a muda, caso esteja sujeita a atos de vandalismo.

* Regue bem e espere que a terra ceda. Complete o nível do solo com a terra adubada. Faça irrigações diárias, caso esteja atravessando um período seco.

* Durante a fase de crescimento, corte os brotos que surgirem na base da muda, pois concorrem muito em nutrientes.

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