Principalmente no outono, é possível observar proprietários de residências com jardins, varrendo e se desfazendo das folhas que caem das plantas. Geralmente, o destino das folhas é o seu acondicionamento em sacos plásticos rumo ao lixo ou a sua queima. Quanto bem desperdiçado!
Será que se fosse pensado com mais carinho e sabedoria, as folhas não poderiam ter outro destino? Já pensou quantas vezes você comprou terra vegetal para colocar no jardim? E quantas vezes você jogou fora sua matéria prima.
Com relação às folhas que caem nos jardins, deve-se analisar sob dois pontos de vista: estético e ecológico. Quando se tem um jardim mais formal, com canteiros definidos, com vegetação de porte médio a baixo e com gramado impecável, as folhas no chão podem comprometer a estética do jardim.
Além disso, podem ainda transmitir sensações de descuido e desleixo. A solução poderia ser criar canteiros em locais menos frequentados pelos usuários, com bordas altas (feitas com pedras rústicas, tocos, cercas ornamentais ou plantas herbáceas ou arbustivas usadas para bordaduras de canteiros).
Estes canteiros devem estar de preferência no fundo do jardim, paralelos ao muro limite. Nele, devem ser colocadas plantas arbustivas ou arvoretas.
Dependendo da largura do canteiro, nele poderá ser armazenada toda a folha extraída da varrição do jardim. E futuramente este material decomposto poderá ser espalhado sobre o jardim.
Há situações em que a única alternativa é a remoção das folhas caídas. Neste caso, existe equipamento apropriado de jardinagem que tanto serve para recolher folhas caídas como recolher as aparas da bordadura de canteiros.
A maneira mais simples de acumular as folhas seria se o jardim fosse informal, pois não precisaria de disfarce. As folhas poderiam ocupar todos os canteiros demarcados ou não, contendo árvores, arbustos e herbáceas, servindo de forração.
Não se usa tanto casca de pinus como forração? Por que não usar folhas secas? A questão é ousar e ao mesmo tempo ensinar as pessoas perceberem o lado bom desta atitude conservacionista.
Existe locais que não possuem um tratamento paisagístico rígido, como nos parques urbanos. Neste caso, as folhas secas caídas das árvores devem ser removidas das trilhas oficiais do parque (para conforto dos visitantes) e depositadas nas áreas de vegetação (sub-bosque).
Esta medida ajuda a floresta completar seu ciclo de nutrientes e ao mesmo tempo serve de educação ambiental para os usuários do parque.
Quanto ao aspecto ecológico, é incontestável a contribuição das folhas na manutenção e conservação do jardim. No ecossistema natural, a folha é uma das matérias prima para a ciclagem de nutrientes.
Quando as folhas caem carregam com elas todos os nutrientes minerais imóveis, os chamados micronutrientes, tais como: ferro, manganês, cobre e outros que são considerados essenciais ao desenvolvimento das plantas.
Conservando as folhas no seu próprio jardim, você não irá quebrar a ciclagem natural de nutrientes, não necessitando importar material de outro lugar (podendo até ser contaminado com ervas daninhas) e paulatinamente estará adubando e melhorando a estrutura do solo.
Além de tudo isto, você estará economizando e ao mesmo tempo contribuindo para a conservação da natureza.