Mesmo sem flor, muitas folhagens são apreciadas como item de decoração em diferentes ambientes, sejam plantadas em um jardim externo ou em um vaso instalado em uma sala, escritório ou outros locais em residências ou estabelecimentos comerciais.
Cores e formatos diversos das folhas são motivos que levam muitas pessoas a escolher uma espécie para embelezar os locais onde moram ou trabalham, principalmente quando os exemplares não exigem muitos cuidados.
A facilidade nos tratos culturais também é uma característica que atrai o produtor que deseja obter renda com a comercialização de plantas ornamentais. Uma boa opção para o comércio de folhagens é a aglaonema, que tem folhas totalmente verdes ou variegadas – tonalidades e estampas variadas – e não precisa de muito espaço para ser cultivada.
Em vasos ou no solo, o plantio pode ocorrer em pequenas propriedades rurais, como sítios e chácaras, ou ainda em uma área ociosa ou mal aproveitada em quintais, desde que o local tenha um pouco de sol para garantir o colorido da planta.
Por meio de cruzamentos e melhoramento genético, que ocorreram principalmente na Europa, desenvolveram-se centenas de cultivares com matizes, listras, nervuras e manchas em combinações múltiplas, o que assegura uma ampla oferta no mercado e tem ajudado a popularizar a planta.
Atualmente, os híbridos com nuances rosas estão entre os mais desejados em floriculturas e outros pontos de venda.
A aglaonema é uma planta de pequeno porte, que cresce de 20 cm a 1 m, com caule herbáceo e folhas ovais a lanceoladas. Ela pertence à família Araceae, a mesma do Antúrio, do Copo-de-leite e da Taioba, e tem aparência similar à da conhecida por aqui como comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia seguine).
Ambas têm minúsculos cristais de oxalato de cálcio, cuja substância é irritante para a boca, causando dores severas se for mastigada. Por isso, uma recomendação importante é evitar o contato de crianças e animais domésticos.
Clima
As espécies de aglaonema são nativas do clima quente e úmido do sudeste da Ásia, nordeste da Índia, sul da China, Indonésia e Nova Guiné.
Na natureza, ela se desenvolve em floresta tropical úmida, mas pode ser encontrada em floresta caducifólia, matas em regeneração ou ainda em depósitos de húmus, calcário ou turfa.
Devido ao clima parecido com o do local de origem, a aglaonema teve boa adaptação em plantios em todo o país. As décadas de 1970 e 1980 foram um dos períodos em que a demanda pela planta foi mais alta, graças aos projetos do famoso paisagista brasileiro Roberto Burle Marx. Presente durante todo o ano e enfeitando os lares de muitas famílias daqui, ela acabou sendo conhecida por gerações mais jovens como a “planta da vovó”.
Mãos à obra
Existem muitas aglaonemas para se cultivar, o que permite formar uma composição de grande diversidade para venda no comércio.
Entre as espécies, há a antiga Café-de-salão (Aglaonema commutatum), a Falsa-dracena (Aglaonema philippinense var. stenophyllum), a Riscada (Aglaonema rotundum) e outras.
Entre as variedades, destacam-se a Creta (Aglaonema siam aurora), Borboleta (Aglaonema butterfly), Queen (Aglaonema king of siam), Iawan (Aglaonema pink cochin) e Orgulho-de-sumatra (Aglaonema pride of sumatra).
Ambiente
Pode ser cultivada em meia-sombra ou à sombra, o que a torna comum na escolha para plantio em vasos dentro de casas e de estabelecimentos comerciais.
É bom que o local também tenha bastante iluminação natural indireta ou luz do sol nos períodos mais frescos, o que vai dar mais vivacidade às cores da planta.
A aglaonema suporta alta e baixa umidade do ar, mas deve ser protegida de geadas, já que não tolera temperaturas baixas.
Propagação
Se faz pelo método de estaquia ou divisão de touceiras. Uma alternativa é retirar os brotos que surgem nas laterais do caule e plantá-los em outro vaso ou em um canteiro ou jardim.
É importante que eles sejam extraídos com boa quantidade de raiz, porque assim pegam mais facilmente. Nos primeiros dias após o plantio, deve-se regar bem, mas sem encharcar as mudas.
Plantio
Indicado em solo rico em matéria orgânica e úmido, mas ele não deve ser encharcado. As raízes da aglaonema apodrecem facilmente em contato com a água por muito tempo, enquanto as folhas começam a amarelar.
Materiais drenantes, como substratos à base de perlita ou vermiculita e argila expandida no fundo dos vasos, ajudam a dar vazão às regas.
Adubação
Use compostos orgânicos e esterco curtido. No caso de utilizar produtos químicos, leia atentamente as instruções de dosagem para cada tipo de planta. Adubos químicos em excesso podem salinizar o substrato e matar as aglaonemas.
Irrigação
Apesar de não gostar de solo encharcado, a aglaonema precisar ser irrigada de forma constante. Então é preciso se certificar de que há um bom escoamento de água no vaso ou canteiro.
Faça o teste do toque com as pontas dos dedos ou use um palito de madeira para verificar se a terra está pouco úmida e precisa ser molhada novamente.
Produção
O crescimento da aglaonema é lento, como a maior parte das plantas de sombra. Quando cultivada em vasos, por exemplo, pode levar até três anos até que seja necessário trocar o recipiente.
No caso de cultivos comerciais, a produção deve ocorrer em estufas ou telados, com luminosidade e regas controladas.
A adubação e os tratos culturais especiais permitem acelerar o processo de crescimento e a obtenção de plantas padronizadas, de acordo com a exigência do mercado.