A Gynura aurantiaca, cujo nome popular mais conhecido é veludo roxo. é uma excelente opção para quebrar a monotonia do onipresente verde, em nossas florestas urbanas.
Na realidade, as folhas da planta veludo roxo apresentam um tom bem fechado de verde. O aspecto arroxeado vem da delicada penugem que recobre a folhagem, formada por tricomas na coloração púrpura. São estas estruturas, em forma de pelos, que conferem à Gynura aurantiaca sua característica aparência aveludada.
Por causa destas propriedades anatômicas peculiares, a espécie Gynura aurantiaca é conhecida como paixão púrpura ou planta veludo. Curiosamente, seu nome científico não tem relação com a cor roxa.
Em latim, o termo aurantiaca significa alaranjado. Trata-se de uma referência à coloração das flores produzidas pela planta veludo roxo, que fazem um belíssimo contraste com a folhagem arroxeada.
A Gynura aurantiaca faz parte da família botânica Asteraceae, a mesma de conhecidas plantas floríferas, tais como a margarida e o girassol. Também fazem parte deste grupo várias plantas suculentas, como aquelas pertencentes ao gênero Senecio, por exemplo.
A planta veludo roxo é originária de diversos países localizados no sudeste asiático. No entanto, como se trata de uma espécie de rápido crescimento e propagação, acabou tornando-se invasora, sendo naturalmente encontrada em diversos continentes ao redor do mundo.
Por ser uma espécie adaptada à vida em ambientes mais sombreados, em seu habitat de origem, a Gynura aurantiaca é frequentemente cultivada dentro de casas e apartamentos.
Ainda que seja considerada uma planta de sombra, o veludo roxo aprecia bastante luminosidade indireta, difusa. Quando mantida em ambientes demasiadamente sombreados, esta bela folhagem roxa tende a adquirir uma coloração mais esverdeada, perdendo seu principal atrativo ornamental.
Em ambientes internos, a planta veludo roxo precisa ficar posicionada próxima a uma janela que receba uma luminosidade difusa.
Perto de aberturas face oeste, a Gynura aurantiaca precisa ser protegida do sol direto da tarde, por uma cortina fina ou tela de sombreamento. O mesmo vale para coberturas, varandas e floreiras ensolaradas.
O veludo roxo floresce tipicamente durante os meses mais quentes do ano, principalmente no verão. Embora sejam bonitas e delicadas, suas flores são famosas por exalarem um odor não muito agradável.
Este inconveniente se torna ainda mais pronunciado em interiores. Neste sentido, existem cultivadores que simplesmente removem os botões florais, antes que desabrochem. Uma vantagem do cultivo dentro de casas e apartamentos é o fato de, por se tratar de um ambiente com menos luminosidade, o processo de floração da Gynura aurantiaca tornar-se menos favorecido.
Esta é uma planta que pode ser cultivada como uma trepadeira ou sob a forma pendente, em vasos suspensos. Em ambos os casos, é interessante manter a folhagem mais densa e compacta, através de podas de manutenção, para que o colorido arroxeado das folhas seja preservado e acentuado.
A espécie Gynura aurantiaca pode ser cultivada em vasos de plástico ou barro, sem maiores problemas. O importante é que estes recipientes tenham furos no fundo e uma boa camada de drenagem, que pode ser formada por argila expandida, pedrisco ou cacos de telha.
Por cima deste material, uma manta geotêxtil ajuda a reter o substrato e impedir que as raízes do veludo roxo entupam os drenos. Há cultivadores que reaproveitam o filtro de café, com esta finalidade.
A planta veludo roxo aprecia um solo fértil, rico em matéria orgânica, levemente ácido. O substrato precisa ser bem aerado, pouco compactado e facilmente drenável. De modo geral, uma mistura em partes iguais de terra vegetal e composto orgânico, que pode ser húmus de minhoca ou esterco curtido, é suficiente para garantir um bom desenvolvimento da Gynura aurantiaca.
As regas devem ser moderadas, de modo a permitirem que o substrato seque bem, entre uma irrigação e outra. Podemos perceber que o momento de dar água ao veludo roxo chegou através do peso do vaso.
Quanto mais leve estiver, mais seco estará o solo, em seu interior. Além disso, ao colocarmos o dedo sobre o substrato, afundando levemente, teremos uma noção do nível de umidade no material. O importante é que as raízes não fiquem úmidas por um período muito prolongado, situação que pode causar seu apodrecimento.
Outro cuidado a ser tomado, durante as irrigações, é quanto ao acúmulo de água sobre as folhas aveludadas da Gynura aurantiaca.
Da mesma forma, caso permaneçam úmidas por muito tempo, estas estruturas podem ser atacadas pelo fungo Botrytis cinerea, que causa manchas amarronzadas em suas superfícies. Portanto, na hora de regar o veludo roxo, é melhor evitar molhar as folhas, da mesma forma que fazemos com as violetas.
A adubação da planta veludo roxo pode ser básica, complementar ao adubo orgânico já contido no substrato. Caso o intuito seja evitar que a planta floresça, basta utilizar fórmulas com menor teor de fósforo, a letra P do NPK.
De modo geral, adubos ricos em nitrogênio tendem a estimular o desenvolvimento vegetativo, em detrimento das florações. Qualquer fertilizante usado para a manutenção de folhagens é suficiente para garantir um bom desenvolvimento da Gynura aurantiaca.
A multiplicação do veludo roxo pode ser obtida através de segmentos removidos da planta principal. Estacas resultantes das podas podem ser aproveitadas para a obtenção de novas mudas. Este procedimento é importante para garantirmos alguns backups da planta, uma vez que ela tende a ficar menos atraente, à medida que envelhece.
A espécie Gynura aurantiaca é listada como não tóxica para gatos, cachorros e cavalos, segundo a associação americana pela prevenção contra a crueldade a animais. Sendo assim, seu uso como planta ornamental de interior torna-se ainda mais interessante e seguro.