Embora não seja uma orquídea, é sem dúvida uma bela e rara espécie. Apesar de ser ainda muito desconhecida, vale saber da sua existência. Se não preservamos as poucas que sobraram na natureza, em questão de tempo, só serão vistas em cultivo.
E mesmo em cultivo são raras, mantê-las em coleção costuma fracassar com o apodrecimento dos bulbos ou com a desidratação devido a calor.
Durante muito tempo foi comentada como uma raridade e de lendária beleza, depois recebeu a status de espécie à beira da extinção. Atualmente tornou-se mais conhecida e documentada visualmente, principalmente pela ação da internet e dos grupos sociais visando a sua preservação, utilizam a notória beleza da espécie para sensibilizar e captar simpatias.
Essa famosa e desejada espécie de Amaryllidaceae fluminense sempre foi rara, nunca houve fartura de fornecimento, ainda hoje há grande demanda por exemplares entre os colecionadores de plantas bulbosas.
Crescia originalmente nos campos rupestres e encostas rochosas nas altitude de apenas 12 montanhas graníticas da Região de Araras , próxima a Petrópolis-RJ, nos dias de hoje é abundante em apenas uma. Em porte, é a maior espécie dessa família, uma das mais belas e com uma vegetação de características altamente singulares.
Encontra-se fortemente ameaçada de extinção, seja pela intensiva coleta predatória, como também pelos sucessivos incêndios provocados pela mão do homem, estes arrasam com a vegetação nativa das altitudes dessa região.
Está conservada em algumas poucas áreas de preservação, já a décadas encontra-se na lista oficial de plantas brasileiras ameaçadas de extinção.
É tradicionalmente designada de Flor-da-Imperatriz, também é chamada de Íris ou Amarílis-Azul ou ainda de Rabo-de-Galo, este é o nome mais usado ultimamente e deriva do peculiar formato das folhas. Essa é a única espécie desse gênero.
No seu habitat natural, apresenta populações mais significativas a partir dos 1.000 m de altitude, divide espaço com uma flora também endêmica, interessante e variada.
É também especialmente encontrada, próxima à quedas d’água, onde repete-se o quadro de muita umidade e movimento de ar.
O clima é o típico dessas altitudes nas gigantescas pedras graníticas do RJ , há muita insolação, movimentação constante de ar e neblina noturna diária intermitente, e constante durante o passar dos dias chuvosos ou nublados. Podendo sofrer repentinas quedas de temperatura e até mesmo secas ocasionais, mas o calor nessas altitudes é inexistente.
O solo onde se desenvolve, é composto por uma mistura dos minerais resultantes do intemperismo da rocha matriz e acúmulo de material orgânico do próprio local.
A Worsleya só sobrevive em brita com uma concentração mínima de matéria orgânica, ela detesta ter raízes abafadas, precisa de intenso atiramento. Deduz-se que a obtenção de nutrientes é através da água que escorre, carreando material orgânico decomposto e sais minerais das rochas graníticas.
Portanto uma adubação química, semelhante a classicamente fornecida às orquídeas, seria bastante recomendada.
Como o habitat está sujeito às fortes alternâncias metereológicas, onde extremos de variáveis ambientais ocorrem sem raridade, o ciclo de vida e morte dessa flora saxícola é acelerado, e acumula-se então alguma matéria vegetal em decomposição no ambiente.
Resumindo o quadro ambiental: vive na turfa rasa misturada a detritos variados, em cima de rocha granítica, sujeita a todas as intempéries, menos a altas temperaturas (sendo já crítico o patamar de 28°C no verão ), o frio congelante prolongado também a danifica.
A planta é bulbosa, acumula nutrientes, energia e água; como tal, é de fácil transferência por propagação vegetativa, mas apenas em locais de clima compatível. Não há muito mistério para a sua propagação, esta pode ser por dividida por touceiras, estacas (mudas) de bulbos ou por sementeira. Floresce no verão. Sua altura varia de 70 cm a 1,5 m de altura.
É muito apreciada em países, ou locais, de clima temperado, tal qual as orquídeas do gênero Sophronitis. Isso se deve ao fato do verão por lá ser ameno, o inverno rigoroso é amenizado pela calefação das estufas ou do interior das casas. O calor excessivo ou a insolação sem circulação forte de ar úmido e fresco, desidrata-as em pouco tempo.
No Estado do Paraná temos, em ambientação similar nas alturas da Serra do Mar, uma parente próxima da Flor da Imperatiz, é a Eithea blumenavia (foto acima), uma espécie igualmente pouco comum, porém bem menor em porte e menos vistosa.
O gênero é também mono-específico e a espécie é ainda mais desconhecida que a anteriormente aqui comentada.