É inquestionável o sucesso que os colares de suculentas fazem junto aos colecionadores. Existem tantas variedades de suculentas com contas em formatos diferentes, que torna-se impossível resistir à tentação de ter um colar de cada tipo.
Estou falando sobre a suculenta colar-de-azeitona, também conhecida como suculenta colar-de-melancia, uma planta originária da África, podendo ser encontrado vegetando em regiões quentes, secas e rochosas da Namíbia, mais ao sul do continente. Assim como diversos outros colares, esta é uma suculenta pertencente à família botânica Asteraceae.
As folhas do Senecio herreianus apresentam um formato fusiforme, com a superfície mais elíptica e alongada, assemelhando-se a uma bola de futebol americano, em miniatura.
Estas estruturas também apresentam fendas longitudinais, de aparência translúcida, que funcionam como pequenas janelas fotossintetizantes. As folhas da suculenta colar-de-azeitona têm uma superfície reduzida, devido ao formato cilíndrico, que visa diminuir a perda de água.
Por outro lado, esta geometria dificulta a absorção de luz para a realização da fotossíntese. Para contornar este problema, estas janelas translúcidas permitem que a luz atinja as células internas das folhas suculentas do Senecio herreianus, otimizando o processo de produção de energia.
A suculenta colar-de-azeitona não é uma típica espécie de sombra. Embora possa ser cultivado dentro de casas e apartamentos, o Senecio herreianus precisa de bastante luminosidade, com algumas horas de sol pleno diariamente, para que possa se desenvolver bem e florescer. Em ambientes muito sombreados, a planta tende a ficar estiolada, com um grande distanciamento entre as folhas.
O melhor ambiente para o cultivo do colar-de-azeitona é aquele que apresenta uma condição de meia sombra, com bastante luz difusa e algumas horas de sol direto, no início da manhã ou final da tarde. Convém evitar expor a planta ao sol mais intenso, nas horas mais quentes do dia.
Este é um belíssimo exemplo de suculenta pendente. No entanto, nas fases iniciais de desenvolvimento do colar-de-azeitona, convém evitar que o vaso fique com apenas um ou dois raminhos raquíticos pendurados.
Seu crescimento será mais lento, desta forma. O ideal é enrolar o caule da planta sobre a superfície do vaso, dando várias voltas. Desta forma, os segmentos vão se enraizando e produzindo novas brotações, enchendo mais rapidamente o recipiente.
Somente após este procedimento, com uma touceira bem robusta, os ramos podem começar a pender para fora do vaso. Espécimes bem cultivados da suculenta colar-de-azeitona ficam belíssimos em vasos suspensos, assim como acontece com outros colares.
O Senecio herreianus aprecia um solo bem aerado, pouco compactado, de natureza mais arenosa. Esta condição pode ser obtida através da mistura de terra vegetal e areia grossa de construção, em partes iguais. Lembrando que a areia da praia não deve ser utilizada, por conter elevados níveis de salinidade, prejudiciais ao desenvolvimento das raízes do colar de azeitona.
Caso o cultivador prefira praticidade, pode adquirir substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, já prontos para o uso.
A suculenta colar-de-azeitona pode ser cultivada em vasos de plástico ou barro, sem maiores problemas. Esta é uma espécie que não vai bem em terrários fechados ou bacias de suculentas, sem furos no fundo.
É importante que os recipientes tenham um bom sistema de drenagem, que pode ser composto por argila expandida ou pedrisco. Uma manta geotêxtil, posicionada por cima desta camada, ajuda a reter o substrato, impedindo que ele escoe junto com a água das regas.
As irrigações do Senecio herreianus devem ser moderadas, de modo a permitirem que o substrato seque completamente, durante os intervalos entre as regas. Podemos perceber que o momento de dar água chegou através do peso do vaso, que se torna mais leve, quando o solo em seu interior está bem seco.
Além disso, podemos fazer a aferição do nível de umidade com a ponta do dedo, pressionando levemente a terra.
A adubação da planta deve ser bem leve, de manutenção, do tipo NPK. Esta é uma planta habituada a solos pouco férteis, de modo que uma fórmula desenhada para a nutrição de cactos e suculentas é suficiente para garantir um bom desenvolvimento e floração da planta.
Convém evitar o excesso de nitrogênio na fertilização, já que este elemento estimula a formação de tecidos vegetais mais estiolados e frágeis.
A suculenta pode ser multiplicada facilmente, através de segmentos retirados da planta mãe. Há quem coloque estas pequenas estacas em recipientes com água, para que produzam novas raízes. No entanto, basta colocá-las na terra, em um vaso preparado com o substrato adequado, para que enraízem e gerem novas mudas.
É importante manusear esta planta com cuidado, já que as folhas são bastante frágeis. Durante os replantes, principalmente, a tendência é que o colar de azeitona fique todo desmantelado. Sendo assim, é sempre bom evitar intervenções muito drásticas.
Embora a suculenta colar-de-azeitona não seja considerada uma planta venenosa, existem estudos que identificaram algum grau de toxicidade nas folhas desta e de diversas outras espécies de Senecio, principalmente se ingeridas em grande quantidade.
Portanto, é sempre bom manter o Senecio herreianus longe do alcance de crianças e pets. Por ser uma planta geralmente cultivada em vasos suspensos, esta é uma tarefa bem tranquila.
Para quem aprecia os colares de suculentas, esta é uma espécie que não pode faltar na coleção. Com seu formato diferenciado, em relação às tradicionais folhas completamente esféricas que estamos mais acostumados a encontrar, o colar de azeitona ou melancia é uma excelente opção de diversificação, causando um grande impacto visual, quando bem cultivado.