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Na jardinagem, algumas “verdades” dessas tiram o sono do jardineiro iniciante, que fica dividido entre opiniões divergentes.

É verdade que cortar a estaca na diagonal faz a rosa durar mais? Dá certo regar a orquídea com pedras de gelo? Suculenta precisa ser protegida de chuva? Adubo feito com sobras da cozinha queima as raízes?

Vamos entender o que está por trás dessas questões.

Phalaenopsis_8

Orquídea precisa ser regada com duas pedras de gelo
Mito:
a maioria das orquídeas é de origem tropical, o que significa que gosta de muito calor, queima em temperaturas abaixo de 15ºC e ama umidade, tanto no ar quanto no substrato.

Uma Phalaenopsis ou um Oncidium nem sequer sabem o que é gelo em seu habitat natural, porque neles a temperatura jamais chega a zero.

Além disso, a quantidade de água que derrete de algumas pedras de gelo é muito pequena para hidratar a maioria das plantas adultas encontradas no mercado.

O que fazer então:
Regue sua orquídea com água abundante, deixando que escorra pelos furos do vaso, até ter certeza de que todo o substrato foi encharcado. Escorra bem e deixe o vaso no sol da manhã. Só molhe de novo quando estiver seco ao toque.

rosa

Cortar o cabinho na diagonal faz a rosa durar mais
Meia verdade:
o corte em bisel, como se chama esse talho na diagonal, aumenta a área de absorção de água da haste, sim, mas, para dar certo, você teria de cortar com a tesoura, a planta e as mãos dentro de uma bacia com água.

Ao expor uma nova camada de tecido vegetal, o ar penetra nos finos cânulos de irrigação da flor, impedindo que a água do vaso mantenha a haste irrigada por mais tempo. De nada vai adiantar cortar em bisel se você fizer isso fora da água.

O que fazer então:
Para que seus arranjos florais durem mais tempo, não deixe que folhas fiquem em contato com a água, que deve ser trocada diariamente. Nenhum conservante floral é tão eficiente quanto vaso limpo e água fresca.

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Suculenta não pode tomar chuva
Mito:
toda planta pode e precisa de chuva, já que essa é a fonte de água natural para a maioria dos ecossistemas terrestres.

Algumas espécies aguentam passar meses sem rega porque aprenderam a acumular água em seus tecidos — sejam raízes, bulbos, rizomas, tubérculos, folhas, caules, troncos ou flores, como é o caso das suculentas e de muitas outras plantas.

Uma única folha adulta de Echeveria, por exemplo, consegue armazenar até 10 ml de água, o que dá cerca de meio litro só na parte que fica para fora da terra. Com tanta água no corpo, essas plantas geralmente apodrecem com muita água no solo, mas isso não significa que não possam tomar chuva.

O que fazer então:
Pode deixar sua suculenta no tempo se ela estiver plantada no chão ou num vaso furado com substrato arenoso, mantido ao sol e ao vento, como acontece na natureza. Nos vasos dentro de casa, prefira não molhar as folhas.

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Adubo de sobras da cozinha queima as raízes
Mito
: ao bater resíduos vegetais crus no liquidificador e colocá-los no solo, você oferece uma bomba de nutrientes ainda sem processamento, não decompostos, como na maioria dos adubos naturais.

Embora esse material ainda precise se decompor, os fungos, bactérias e micro-organismos do solo farão o processo acontecer, não precisa separar o material para “fermentar” antes de aplicar.

Esse jeito de adubar imita o que a natureza já faz: quando a fruta cai aos pés da árvore, sua casca e caroço, mais fibrosos, ficam na superfície do solo, enquanto seus líquidos nutritivos penetram no solo e, depois de um tempo, adubam a terra.

O que fazer então:
Regue abundantemente após aplicar o “adubo de liquidificador” e sempre cubra a terra com uma grossa camada de palha seca, como casca de pínus, folhas trituradas, cavacos de madeira ou serragem, entre outros. Eis o segredo.

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Canela em pó faz a orquídea dar flor
Verdade:
não se sabe bem o motivo, mas ao polvilhar uma colherinha de canela em pó superficialmente no substrato da Phalaenopsis, a planta ganha um estímulo para dar flores.

O truque quase mágico não funciona com outros gêneros de orquídeas nem tem efeito em plantas cultivadas em ambiente sem sol nenhum, já que a floração está diretamente ligada à incidência de algumas horinhas de sol da manhã.

Mesmo Phalaenopsis com as folhas meio maltratadas são capazes de reagir à canela, desde que tomem sol fraco e sejam regadas direitinho (volte ao segundo item desta lista). Canela em pau não dá muito resultado, já que demora para se decompor no substrato.

O que fazer então:
Duas vezes por ano, quando sua Phalaenopsis estiver sem flor, polvilhe por todo o substrato uma colher de café de canela em pó. A cada rega, um pouco desse material entrará em contato com as raízes e “acordará” a planta.

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filodendro-brasil

A filodendro vem crescendo no gosto popular como aliada para a decoração da casa. A planta é bem parecida co, a jibóia, no entanto exige cuidados diferentes, mesmo sendo de fácil manutenção como a primeira.

Usada geralmente no modelo pendente, ou seja, colocada em uma parede e com as folhas crescendo na posição vertical, a filodendro tem folhas que se assemelham ao formato de coração e podem até mudar de cor com o tempo, quando mais jovens, verdes claras, e “amadurecida” em tons mais escuros, sem contar as espécies com a coloração rosa.

O filodendro, em comparação à jibóia, tem cuidados mais específicos. Além disso, ela é mais tóxica do que a jibóia para os animais, sendo a espécie Filodendro-brasil a mais forte.

Diferenças entre filodendro e jibóia
As principais diferenças são as condições dos cuidados, já que a jibóia é menos vulnerável à luz. Além disso, alguns detalhes da aparência podem te ajudar a discernir qual é qual.

A folha do filodendro é mais reta, não dobra muito, e tem a ponta mais afilada em comparação à da jibóia. O caule dele é mais fino também, além de ter uma textura lisa. Enquanto o da jibóia é grosso e áspero.

Adotando um filodendro: luz e água
Saiba como regar e como não prejudicar o crescimento em relação à exposição na luz da filodendro.

Luz
Não é recomendado que a planta seja colocada em um lugar que bata luz direta na sua casa. Ou seja, evite pontos em frente às janelas e outros espaços, como a varanda, que costumam receber essa iluminação.

A luz difusa é o ideal. Isso porque o filodendro possui certa fragilidade com a luz e, se muito exposta a ela, pode queimar as suas folhas facilmente.

Água
Assim como a jibóia, o filodendro gosta de ter a terra seca por alguns dias, então regá-la com muita frequência pode acabar atrapalhando o seu crescimento.

O ideal é regar de duas a três vezes por semana. A dica é sempre colocar a ponta dos dedos na terra e depois analisar se eles se sujaram de terra, é como um indicativo de que a terra ainda está úmida e não precisa regar novamente.

filodendro

Na decoração
As opções para inserir a planta na decoração de casa são muito amplas, desde o vaso em uma superfície plana até pendurá-la em algum ponto alto — sendo essa última a favorita.

Isso porque, pelo fato de ser uma planta que cresce na vertical, ela forma o efeito cascata com as folhas que podem agregar para o visual na parede.

Por mais que seja possível colocar em um vaso, uma hora o caule e as folhas vão começar a cair para baixo. Então, o recomendado é sempre colocá-la em um ponto mais alto, onde seu crescimento possa valorizar o cantinho escolhido.

Outras variedades podem ser feitas também por meio de ganchos instalados na parede, que podem guiá-las para a direção escolhida.

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