Quando pensamos em cactos e suculentas, é comum que nos venham à mente imagens de plantas rechonchudas torrando sob o sol pleno, tais como as opuntias ou rosas-de-pedra.
Há, contudo, uma grande gama de plantas suculentas pendentes, cuja aparência e hábito de vida diferem completamente das clássicas versões com as quais estamos acostumados.
Neste artigo iramos falar sobre alguns os cactos e suculentas que podem ser cultivados sob a forma suspensa, frequentemente em ambientes mais sombreados, dentro de casas e apartamentos.
Embora não se pareça em nada com um cacto, a Rhipsalis baccifera, popularmente conhecida como cacto-macarrão, é um exemplo clássico de planta suculenta pendente, pertencente à família Cactaceae.
Ao contrário dos seus primos cheios de espinhos, habituados às agruras do deserto, o cacto macarrão é uma suculenta de hábito epífito, que vive aderido aos troncos das árvores, protegido do sol direto pelas copas de suas hospedeiras.
Não se trata, contudo, de um parasita. Esta suculenta pendente apenas utiliza as árvores como suporte, sendo nutrida por pequenos detritos em decomposição, fornecidos pelo ecossistema ao redor.
Outro cacto pendente digno de nota, que também possui o hábito epífito, é representado pela espécie botânica Schlumbergera truncata, popularmente conhecida como flor-de-maio.
Esta é uma planta suculenta pendente que também difere completamente das cactáceas típicas. A flor de maio é uma indicação perfeita para o cultivo em interiores, já que não necessita de sol pleno para se desenvolver e florescer.
Seu caule largo e achatado, dividido em pequenos segmentos destacáveis, é belissimamente adornado por flores vistosas, que podem ser encontradas em diferentes colorações, produzindo um efeito ornamental único. Quando bem cultivada, esta suculenta pendente forma grandes touceiras, com generosas cascatas de flores.
Outro cacto pendente conhecido por suas belas florações é o Epiphyllum oxyoetalum, cujo apelido mais famoso é cacto-orquídea. Apesar de seu nome popular, esta suculenta pendente não guarda parentesco algum com as orquidáceas.
Trata-se, mais uma vez, de uma cactácea que apresenta o hábito epífito, vegetando sob a sombra das copas das árvores, e cuja ocorrência limita-se exclusivamente ao continente americano.
O principal atrativo desta suculenta pendente é a sua exuberante floração noturna. É sempre um desafio fotografá-la, já que as flores se fecham ao raiar do dia. Graças a esta característica, a planta também é conhecida como dama da noite.
Existem diversos híbridos da espécie Epiphyllum oxypetalum, com florações em diferentes cores. Como já era de se imaginar, os agentes polinizadores do cacto orquídea são insetos de hábito noturno.
Outro cacto pendente que faz bastante sucesso entre os colecionadores é o Selenicereus anthonyanus, que também atende pela alcunha de cacto-sianinha.
Apesar de pertencer à família Cactaceae, o cacto sianinha possui a clássica aparência de uma planta suculenta pendente. Ainda que suas flores sejam bastante ornamentais, a característica mais marcante fica por conta do caule longo e sinuoso, formando um zig zag, com a aparência de espinha de peixe.
Assim como as suculentas pendentes anteriormente citadas, a sianinha é ideal para o cultivo dentro de casas e apartamentos, já que tolera um ambiente mais sombreado, recebendo apenas bastante claridade indireta.
Por último vamos fechar essa seção de cactos pendentes com chave de ouro, apresentamos o famoso cacto rabo-de-macaco. Ainda que existam outras cactáceas com apelidos semelhantes, tais como o rabo de gato e rabo de rato, a espécie botânica Hildewintera colademononis é a mais popular entre os cultivadores.
Ao contrário dos exemplos anteriores, que apresentam hábito epífito, o cacto rabo de macaco costuma vegetar sobre as rochas, hábito denominado epilítico, litófilo ou rupícola.
Por este motivo, esta bela suculenta pendente pode ser cultivada em ambientes que recebam mais claridade, inclusive sol direto. Ainda assim, convém proteger o cacto rabo de macaco do sol direto do meio-dia, principalmente em localidades de climas mais quentes.
Quanto mais madura fica esta cactácea, mais alongado, pendente e peludo se torna seu caule. Com o tempo, esta espécie forma belíssimas touceiras suspensas, de raro efeito ornamental, principalmente durante sua floração.
Agora vamos às plantas suculentas pendentes clássicas, que não pertencem à família Cacataceae. Sempre lembrando que todos os cactos são suculentas, mas nem todas as plantas suculentas são cactos.
Quando o assunto se refere às suculentas pendentes, o primeiro exemplo que nos vem à mente é o da espécie Sedum morganiaum, popularmente chamada de dedo-de-moça. Outro apelido menos lisonjeiro para esta suculenta é rabo-de-burro.
Esta é uma suculenta pendente bastante difundida nas coleções, graças à sua resistência e facilidade de cultivo. Trata-se de uma planta de crescimento rápido, que forma densas touceiras repletas de longos caules suspensos.
Embora seja um exemplo de suculenta de sombra, o Sedum pode ficar estiolado se não receber luminosidade em níveis adequados. O ambiente ideal para o cultivo desta suculenta é o que recebe a meia sombra, com bastante claridade e algumas poucas horas de sol direto, no início da manhã ou no final da tarde.
Outro exemplo clássico de planta suculenta pendente é a espécie Ceropegia woodi, popularmente conhecida como corações-emaranhados. Seus caules são extremamente delgados, lembrando cordões.
As folhas são carnosas e apresentam o formato de delicados corações, que ficam pendentes, aos pares.
Neste contexto, os colares dominam a cena, quando o assunto são suculentas pendentes. Além do exemplo acima citado, temos o famoso colar-de-pérolas, apelido carinhoso da espécie Senecio rowleyanus.
Esta é uma planta que possui a fama de ser mais exigente quanto ao cultivo. Infelizmente, é bastante comum que percamos as delicadas folhas esféricas devido ao excesso de umidade.
Ainda assim, vale sempre a pena tentar domar esta bela suculenta pendente, graças ao aspecto único de suas folhas, que mais lembram ervilhas do que pérolas.
Continuando com o tema de colares e jóias, temos a clássica suculenta pendente apelidada de colar-de-rubi, cujo nome científico é Othonna capensis. A alusão à pedra preciosa é justificada pela coloração avermelhada que o caule desta planta adquire, quando cultivada em ambientes com bastante claridade.
Esta é outra típica suculenta de sombra, sendo ideal para ser mantida em ambientes internos, desde que próxima a uma janela que proporcione bastante luminosidade indireta.
As folhas desta suculenta pendente lembram pequenos zepelins, devido a este formato pouco usual. Trata-se de uma planta de fácil cultivo, bastante resistente, que apresenta um crescimento bem acelerado. É a companhia ideal para quem não dispõe de ambientes sob sol pleno.
Finalizando, ainda que existam outros exemplos, não podemos deixar de mencionar a cobiçada suculenta colar-de-golfinhos. Novidade no mercado, até há pouco tempo, esta pequena jóia já está disponível na maioria das lojas de jardinagem e gardens.
Trata-se de uma espécie que pertence ao mesmo gênero da suculenta colar-de-pérolas. O colar-de-golfinhos recebe a denominação científica de Senecio peregrinus.
Este é outro belíssimo e curioso exemplo de suculenta pendente, já que seus caules finos e compridos exibem delicadas folhas em forma de golfinhos saltitantes. Assim como seu parente, colar de pérolas, esta suculenta pode apresentar alguma dificuldade de cultivo.
Trata-se de uma espécie que não tolera o sol pleno, adaptando-se melhor a ambientes com bastante luminosidade indireta. As regas devem ser feitas com cuidado, para que suas folhas gorduchas não apodreçam.
Em resumo, os cactos e suculentas pendentes são presença obrigatória nas coleções de quem ama estas plantas gorduchas.
Além de serem extremamente ornamentais, estas espécies de cultivo suspenso costumam requerer menos luminosidade, quando comparadas às demais plantas do gênero, o que as torna escolhas ideais para quem cultiva cactos e suculentas dentro de casas e apartamentos.