A planta suculenta mãe-de-milhares é também conhecida popularmente como aranto, mãe de mil ou mãe de milhares talvez seja a de mais fácil cultivo, bem como a de mais rápida propagação.
A Kalanchoe daigremontiana faz jus ao seu apelido, produzindo milhares de mudas à velocidade da luz. Enquanto alguns consideram esta suculenta uma verdadeira praga, muitos a reverenciam por suas alegadas propriedades medicinais.
O gênero Kalanchoe, pertencente à família Crassulaceae, é originário de regiões tropicais do continente africano, sendo bastante comum na ilha de Madagascar.
Diversas espécies são conhecidas por seu uso como plantas ornamentais. É o caso da Kalanchoe blossfeldiana, a popular flor-da-fortuna. Quando falamos em Kalanchoe, esta é a primeira planta que nos vem à mente.
Também é derivada desta espécie a variedade Calandiva, que apresenta flores com um número maior de pétalas.
Outra suculenta bastante famosa, pertencente ao mesmo gênero do aranto, é a Kalanchoe tomentosa, conhecida por seu apelido carinhoso, suculenta orelha-de-gato.
E, por falar em orelhas, temos a Kalanchoe luciae, que também atende pela alcunha de suculenta orelha-de-elefante.
O aranto ou mãe de milhares, por sua vez, pertence à espécie Kalanchoe daigremontiana. Trata-se de uma planta suculenta bastante comum nas coleções, devido à sua resistência e facilidade de cultivo.
No entanto, como se multiplica muito rapidamente, pode se tornar um problema, graças a este perfil invasivo. Com o tempo, pode ser difícil controlar sua propagação nos vasos, canteiros e jardins.
Como o próprio nome denuncia, a planta possui a capacidade de gerar novos brotos ao longo de todas as bordas de suas folhas. Estas plântulas se destacam com muita facilidade, gerando novos indivíduos ao caírem no solo.
Apesar deste inconveniente, é inegável o efeito ornamental e curioso das folhas bordadas por inúmeros brotinhos. Muito frequentemente, eles já começam a lançar raízes, ainda aderidos à planta mãe.
Neste mesmo gênero da mãe-de-milhares, ainda existe outra espécie, Kalanchoe delagoensis, que também possui esta característica de produzir brotos nas bordas das folhas. Ela também é conhecida como mãe de mil ou mãe de milhares.
No entanto, suas folhas são muito mais estreitas e compridas, trata-se de uma espécie diferente, quanto à aparência. É chamada no exterior de chandelier plant, ou planta candelabro.
A suculenta mãe de milhares ou aranto é pouco exigente quanto às condições de cultivo. Ela é bastante resistente e multiplica-se com rapidez, em qualquer tipo de solo ou vaso. Evidentemente, as condições ideais são as mesmas aplicadas a todas as suculentas.
Um vaso com boa drenagem e um substrato arenoso, composto por terra vegetal e areia grossa em partes iguais, proporcionará um bom desenvolvimento à planta.
O vaso pode ser de plástico ou barro, lembrando que este último permitirá uma secagem mais rápida do substrato. Em ambos os casos, o ideal é evitar o pratinho sob o vaso, para que a água não fique acumulada.
As regas devem ser espaçadas, de modo que o substrato seque bem no intervalo entre as irrigações. Uma forma de acabar com o resistente aranto é deixá-lo com as raízes encharcadas por muito tempo.
Quanto mais luminosidade a Kalanchoe daigremontiana receber, melhor será seu crescimento. Em ambientes internos, mais sombreados, pode ser até que os brotos nas bordas das folhas não apareçam. Além disso, o aranto tenderá a ficar mais estiolado nestas condições.
Não é necessário se preocupar muito com a adubação do aranto. De modo geral, qualquer formulação básica de manutenção, do tipo NPK, dará conta do recado. Alternativamente, adubos orgânicos podem ser aplicados ao substrato.
No entanto, é bom lembrarmos que a planta está acostumada a solos com poucos nutrientes, em seu habitat de origem.
A propagação da mãe de milhares é bastante óbvia. Ao contrário do que acontece com outras suculentas, que precisam de um berçário específico para que suas folhas produzam novos brotos, o aranto irá se multiplicar independentemente de qualquer cuidado que tenhamos, até mesmo contra a nossa vontade.
Sabe-se todas as partes das plantas pertencentes ao gênero Kalanchoe são ricas em glicosídeos cardíacos. Estas substâncias podem causar toxicidade em pequenos animais, se ingeridos acidentalmente.
As flores e botões florais são as estruturas que contém níveis mais elevados destes compostos tóxicos.
A espécie Kalanchoe daigremontiana, por exemplo, é rica em uma substância química chamada daigremontianin, que pertence a uma classe de ativos denominados bufadienolides.
Experimentos científicos realizados com camundongos provaram que este composto é tóxico. Trata-se de um glicosídeo que age no coração, causando um envenenamento cardíaco.
Há relatos de animais afetados por este composto tóxico, na África do Sul, onde o aranto ocorre em abundância, na natureza.