Denphal é uma espécie de orquídea híbrida pertencente ao gênero Dendrobium que foi desenvolvida através de cruzamentos entre espécies do próprio gênero Dendrobium.
Ao contrario do que muitos achavam essa nova “espécie” na verdade é um híbrido e não foi desenvolvida usando o gênero Phalaenopsis.
O que talvez possa causar duvida a esse respeito é a forma de suas flores que são muito semelhantes com as do gênero Phalaenopsis, inclusive na durabilidade delas abertas que passa fácil de um mês, mas para sanar qualquer duvida temos uma explicação mais científica para tanta semelhança.
Tanto o gênero Dendrobium como o gênero Phalaenopsis reúnem espécies de orquídea que, apesar de terem características diferentes na parte fisiológica impedindo inclusive uma hibridação, se originam nos mesmos continentes e nas mesmas florestas tornando essa semelhança das suas flores necessária em virtude da necessidade de ser polinizada por insetos que vivem nesses ambientes e a forma da flor importa muito para poder chamar a atenção e conseguir atrair esses insetos.
Isso com certeza ajuda a justificar a semelhança floral, não só dessas duas espécies, como também a semelhança floral de outras espécies de orquídeas asiáticas.
Os produtores de orquídeas que comercializam o gênero Denphal fizeram foi observar as semelhanças que existem tanto na forma como na quantidade de flores e durabilidade delas abertas, para então decidir usar esses dendrobiuns em cruzamentos para o mercado comercial de plantas ornamentais.
Dendrobium é um dos mega gêneros dentro do mundo das orquídeas com mais de 1200 espécies diferentes divididas em grupos/seções para que possibilite diferenciar as características diferentes entre as espécies de dendrobium além daquelas que normalmente são comuns a todas as espécies de gênero Dendrobium.
Entre os grupos/seções do gênero Dendrobium, o que deu origem aos Denphals foi a seção Phalaenanthe que agrupa três espécies conhecidas de Dendrobium. São eles: Dendrobium affine, Dendrobium leeanum e o Dendrobium bigibbum.
A espécie Dendrobium bigibbum é a espécie que deu origem a maioria dos híbridos. É conhecida popularmente no país de origem por Dendrobium phalaenopsis, dando origem ao nome Denphal que é sua abreviatura, tornando-se o nome mais conhecido aqui no Brasil das pessoas que gostam e colecionam essas plantas.
Dentro do gênero Dendrobium, a seção Phalaenanthe está intimamente próximo a seção Spatulata, com a qual se híbrida facilmente nos habitats naturais, o que poderia dar inicio a um estudo para reunir os dois grupos num só, pois uma quarta espécie que antes pertencia ao grupo Phalaenanthe, o Dendrobium williamsianum, foi separada e incluída no grupo Spatulata.
Através desses cruzamentos entre espécie e entre híbridos e espécies ao longo de anos e anos possibilitou o surgimentos de centenas e centenas de plantas com as mesmas características vegetais nos bulbos folhas e raizes, mas com uma grande variedade de cores nas suas flores.
Esclarecendo as dúvidas principais das pessoas, os Denphals são orquídeas híbridas de cruzamentos entre espécies do gênero Dendrobium, que são orquídeas do continente asiático, mais especificamente da Ásia tropical e subtropical, estendendo-se por Nova Guiné, Bornéu, Filipinas, Austrália, e Nova Zelândia, que são países que possuem o clima muito semelhante ao Brasil, pelo menos no sol e na temperatura tropical, um dos segredos da facilidade de cultivo.
Na parte vegetal as características das plantas são iguais em relação a todos os híbridos. São plantas com pseudobulbos altos, podendo chegar até a 1 m de altura dependendo da planta, grossos e com folhas persistentes, isto é, folhas que se mantém por anos antes de caírem, diferente do dendrobium nobile(conhecido como olho de boneca, que derruba as folhas antes da floração).
Seus bulbos também possuem a capacidade de emitir brotos (os brotos são chamados de keikis, que após a emissão de raízes pode ser destacados e replantados formando novas plantas).
Além da durabilidade das flores e da resistência ao clima tropical aqui do Brasil, os Denphals são orquídeas que emitem flores de pétalas e sépalas arredondadas podendo ser bem redondas ou em forma de gotas.
As flores costumam sair do ápice do pseudobulbo em hastes florais finas com muitos botões que abrem sucessivamente e que podem durar semanas e semanas abertas, passando fácil de um mês se bem cultivados. Pode emitir mais de uma haste por bulbo e eu já vi plantas com três e quatro hastes em um único bulbo.
Além disso, possuem a capacidade de repetir a floração no mesmo pseudobulbo que já floriu, por isso não devem ser descartados mesmo se já estiverem sem folhas porque também servem como reserva nutricional da planta.
No cultivo ideal onde a luz, umidade e adubação estão condizente com suas necessidades os Denphals vegetam o ano inteiro ficando pouquíssimo tempo em dormência que as vezes nem é percebida.
Pode ser dividido sempre que tiver pelo menos 3 bulbos folhados para garantir uma reserva mínima para formar um novo vaso e florir nos anos seguintes.
No replantio são exigentes como qualquer Dendrobium e precisam ser bem fixados no novo vaso para facilitar a adaptação.
Usualmente o substrato mais usado pelos produtores é um misto de casca de pinus, carvão vegetal e chips de coco, mas como os Denphals são exigentes com a aeração quando adquiro uma nova planta acabo substituindo o chips de coco por pedrisco de rio dando maior aeração para as raízes crescerem além de fixar melhor a planta que ajuda a adaptação dela no novo substrato.
No cultivo domestico os Denphals podem vegetar até a sol pleno, mas tanto a umidade ambiente, como as regas e adubações devem acompanhar na mesma intensidade para promover o equilíbrio no cultivo minimizando as oscilações bruscas de temperatura e falta de umidade comuns numa casa, bem diferente de uma estufa profissional de um orquidário onde as regas são mais espaçadas devido ao ambiente mais equilibrado.