As orquídeas são consideradas as plantas mais evoluídas e especializadas do Reino vegetal. Elas são tão complexas e intrigantes que fascinam a todos que se permitem conhecê-las mais de perto.
E todo esse mistério vem junto com exigências de cultivo que vamos desvendando aos poucos, observando as plantas e estudando aqui e ali. Nesse artigo, você conhecerá alguns segredos que ajudarão você a se aventurar nesse delicado mundo com mais confiança e melhores resultados.
Mas não se atente somente a estes, há muito mais dicas a se desvendar quando falamos sobre orquídeas, e isso é apenas um dos fatores que as tornam tão magnéticas.
1 – Resista a tentação de colocá-la em um vaso maior
Se você acabou de comprar ou ganhar uma orquídea esse desejo é muito intenso, principalmente em orquidófilos iniciantes. Mas espere. A grande maioria das orquídeas vive muito bem em vasos pequenos, minúsculos até.
Muitas até preferem vasos apertados. Há uma hora certa para trocá-las de vaso, em orquídeas simpodiais, como Dendróbios e Cattleyas por exemplo, aguarde até que os brotos guias estejam quase encostando, ou até mesmo passando das bordas do vaso.
Assim, a recém chegada terá muito tempo para se adaptar ao novo ambientes, que provavelmente tem uma iluminação e umidade bem diferente de onde ela veio. Tenha cuidado também, de jamais replantar orquídeas em flor, pois elas estão concentrando toda sua energia na floração e podem se ressentir muito se forem mexidas nessa fase.
2. Segure a onda se estiver pensando em dividí-la
Muitas vezes compramos uma orquídea grande, bem entouceirada e já fica louco pra dividir a dita cuja fazendo novas mudas e aumentando a coleção.
Aguarde um pouco, da mesma forma que a troca de vaso, dividir uma orquídea provoca um grande estresse na planta, e isso pode provocar uma retração no seu desenvolvimento e muitas vezes abortar a floração. Espere ela se adaptar ao novo local e aos cuidados do novo “dono”. Vá com calma, valerá à pena esperar.
3. Converse com a sua planta
Observe a sua orquídea, aprenda a entender os seus sinais. Folhas verde escuras demais podem denunciar falta de luz, as muito clarinhas, amareladas, podem ser excesso de ventilação ou carência de fertilizante.
Folhas que vão diminuindo, em escadinha, da mais velha para a mais nova, indicam que sua orquídea está decaindo. Se a escada for invertida, e as folhas mais novas forem maiores que as mais velhas, parabéns! Você está no caminho certo.
Se este ano não deu flor, investigue o porquê, pode ter faltado água, adubo ou luz em algum momento importante. As orquídeas falam o tempo todo, basta a gente parar para ouvir.
Ausência de drenagem ou encharcamento é geralmente a causa primária de apodrecimento de raízes.
4. Regue copiosamente, mas não permita que encharque
A irrigação ideal, para a grande maioria das orquídeas, é aquela em que a gente mergulha o vaso embaixo da água, ou deixa a água verter sobre ele por um bom tempo. Permita que todo o substrato fique bem molhado, as raízes todas fiquem túrgidas… depois, deixe escorrer o excesso sobre a bancada.
Esqueça o pratinho, ele é a receita para um desastre a longo prazo, pois impede a drenagem perfeita e propicia o apodrecimento das raízes e rizoma.
5. Não esqueça de adubar
Orquídeas são exigentes, e elas querem qualidade não quantidade. Alimente-as com o que há de melhor em fertilizantes, sejam os químicos de liberação lenta, os líquidos foliares, ricos em micronutrientes, ou então os naturais em fórmulas específicas.
Dê apenas comida “super premium” para elas, ou seja, adquira adubos de qualidade reconhecida e sempre os próprios para orquídeas. Não tenha receio de meter a mão no bolso. Apesar de mais caros, esses produtos rendem muito e fazem valer cada centavo.
6. Elas gostam de umidade
Sua orquídea não vai pra frente e você não consegue entender porque? Tem água, luz, adubo, bom substrato… e ainda assim fica com pontas queimadas e não se desenvolve. Pode ser que o problema seja falta de umidade ambiental.
Experimente borrifá-la algumas vezes ao dia com água, mas evite borrifar as flores, ou então deixe o vaso sobre uma bandeja com pedras e água, o vaso deve ficar sobre as pedras, e sem contato direto com a água. Se tiver uma boa iluminação, o banheiro pode ser o lugar ideal, naturalmente úmido.
Outra excelente opção é arrumar outras plantas companheiras para ela. A transpiração de várias plantas em conjunto aumenta consideravelmente a umidade do ar. E nada de ar condicionado ou ventiladores no mesmo ambiente que orquídeas.
7. Use tutores
Ok, já entendi, você não seguiu a dica 1 ou a 2 e agora sua orquídea está de casa nova. Ela pode ficar “bamba” por um tempo, adaptando-se ao novo substrato e ao novo vaso. Use tutores, de metal, metal revestido de plástico ou mesmo de bambu.
Espetinhos de churrasco ou hashis também servem. Amarre a orquídea firmemente ao vaso com arames e prenda a um tutor para que ela se equilibre. A pior coisa nesse momento é suas frágeis raízes ficarem se quebrando a cada ventinho que bate.
Use tutores também para sustentar longas hastes florais. Prenda com mini-piranhas, isso mesmo, aquelas próprias para enfeitar os cabelos. São super práticas e ficam uma graça.
8. Coloque-me na janela.
Sua orquídea fica linda sobre a mesa de jantar, mas ao menos que sua mesa esteja próxima a uma janela ensolarada, evite o local onde ela fica mais decorativa e seja o centro das atrações. A prioridade aqui é que a orquídea receba a luz adequada.
Pode ser que ela não se torne o centro de mesa que você queria, mas vai com certeza embelezar um aparador, cômoda ou buffet que fique próximo à janela.
Ela saberá retribuir a consideração com lindas florações. Orquídeas colocadas sobre pedras úmidas. Aumenta a umidade ambiental.
9. Fique de olho
Não é porque sua orquídea cresce devagar que você não deve dar atenção diária a ela. Transforme-se em um verdadeiro detetive e inspecione-a regularmente à procura de pragas, como lesmas, caracóis, cochonilhas, pulgões, percevejos e uma infinidade de bichinhos que podem atacá-la e provocar grandes estragos em pouco tempo.
A inspeção periódica permite também que você detecte doenças no comecinho, quando é bem mais fácil tratar e conter os danos.
10. Cuidados com o substrato
Regra geral, as orquídeas não gostam de terra comum de jardim. Salvo os tipos terrestres, e mesmo essas preferem um solo preparado especialmente para elas, principalmente se estiverem em vasos.
Assim, antes de sair por aí plantando uma orquídea com a terra que você juntou do quintal, preste atenção a uma importante questão: Que tipo de orquídea é essa?
Algumas são epífitas (gostam de ficar fixadas em galhos de árvores), outras são terrestres (preferem solo), rupícolas (pedras), humícolas e saprófitas (matéria orgânica) em decomposição). Assim, estude qual espécie você tem em mãos e qual o melhor substrato para ela.