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miltônia

As Miltoniopsis são um gênero que compreende uma dezena de espécies. Esta impressionante orquídea imita a forma mais singela, assemelhando-se as flores do seu homônimo, conseguindo para si uma beleza e encanto da flor da planta amor-perfeito de onde a origem desse nome se deu por lendas e algumas curiosidades ao longo da história como:

As Miltonias são encontradas vegetando em lugares de altitude elevadas com baixas temperaturas e grande umidade, fixada nas árvores (epífita) vegetando nas matas. Sendo encontrada na Colômbia, Panamá e Equador, Paraguai, Argentina, Peru e Brasil.

Já no Brasil se desenvolvem em temperaturas mais elevadas e preferem mais luz a seus parentes, encontrada em vários estados como: Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e nos estados do sul.

As Miltonias não são as orquídeas das mais fáceis de cultivo, sendo assim consideradas de cultivo moderado.

miltonia

O período de floração se estende da primavera ao outono. Porém, algumas espécies e híbridos pode florescer em outras épocas do ano. A inflorescência emerge como uma fina haste, brotando de onde surgem os botões florais com duas a dez flores grandes, planas, com um colorido de amor-perfeito. Embora as flores pareçam frágeis duram de 15 a 60 dias.

A temperatura é um fator crítico no cultivo das Miltonias, pois necessitam de temperaturas intermediárias ao longo do ano para um bom desenvolvimento. As temperaturas variam entre 10ºC e 35ºC.

Sobre a luminosidade, as Miltonias necessitam de sombreamento entre 50% a 70%, não suportando luz solar direta. As folhas quando apresentam um vede profundo indica pouca luz, já se as folhas apresentarem verde amarelada ou vermelha significa excesso de luz, porém folhas ligeiramente com um tom de rosado indicam o máximo de luz aceitável.

Miltonia Clowesii

A rega deve ser um pouco mais constante em relação a outras orquídeas, mas com um substrato que ofereça boa drenagem.

Quando a planta não está recebendo água ou umidade suficiente às folhas começam a apresentar crescimento de suas folhas com pregas. Miltonias nativas do Brasil que vegeta em regiões de clima mais quente, podem receber o mesmo tratamento que as Cattleyas, com período secura entre regas.

As Miltonias não suportam acúmulo de sais em suas raízes, sendo necessário que o vaso seja enxaguado a cada semana para a eliminação do excesso de sais.

A umidade ideal para o cultivo de Miltonias está entorno de 70%.

Uma boa adubação auxilia a planta a ter um desenvolvimento robusto e saudável e deve ser realizados a cada quinze dias com adubos líquidos ou orgânicos a cada três meses. Adubação com formulação de fertilizante 10-10-10 solúvel em água utilizado semanalmente, à razão de ¼ colher de chá por galão d’água intercalando a cada 4 aplicações com uma formulação de fertilizante 10-30-20.

É desejável um fertilizante químico solúvel em água além dos micronutrientes citados possua em sua formulação micronutrientes, tais como o ferro e o magnésio.

O envasamento deve ser feito após a floração, quando começar o surgir novos brotos. Uma mistura de 70% de casca de pinus com 30% de carvão forma um mix de substrato ideal para o cultivo.

chuva no jardim

Miltonia
1 – Ventilação
As orquídeas se desenvolveram ao longo de milhares de anos e adquiriram a capacidade de retirar do ar, nutrientes e umidade para crescer e se desenvolver. Por isso elas não toleram ambientes sem circulação de ar. E quando não há condições o cultivador vai perceber pois o crescimento fica prejudicado, com pouca ou nenhuma floração e ainda o aparecimento e a disseminação de pragas e fungos aumenta consideravelmente. Quanto mais arejado for o local de cultivo melhor, sem corrente de vento forte, apenas circulação de ar.

2 – Luminosidade
Este é um item fundamental no cultivo de orquídeas, pois dela depende sua floração. Planta com menos luminosidade de que necessita não dá flor, só faz crescer a parte vegetativa.
Se for cultivar em orquidário prefira locais iluminados, pois é mais fácil controlar a intensidade do sol com a tela de sombreamento e diminui também a temperatura. Nem todas as espécies se adaptam se não tiver boa luz.

3 – Rega
Primeiro é acabar com um mito… As orquídeas precisam e gostam de umidade sim!
Mas para regar com eficiência é preciso atenção e observação, pois se regar de mais favorece o surgimento de fungos e outras pragas, além de apodrecer as raízes.
As raízes não suportam ficar encharcadas, pois são como esponjas e depois que absorvem a agua precisam secar para depois molhar de novo.

Outra questão diferente de regar, é a umidade ambiente. Observe as roupas no varal se secarem rápido é porque a umidade está baixa e nesse caso se já tiver regado as orquídeas pode molhar apenas o chão para que aumente a umidade do ar no ambiente em que as cultiva. Isto às vezes é melhor que jogar agua nelas, pois simula o habitat de muitas espécies, onde sempre tem água por perto, seja de um rio, lago, nevoeiro noturno, etc.
Outra maneira de evitar os excessos na hora da rega é vaporizar agua apenas nas folhas, deixando o substrato mais seco, intercalando com regas normais em que se molha a planta toda.

Cattleya Haw Yuan Angel

4 – Adubação
É essencial para o sucesso no cultivo, mas o grande erro aqui é não seguir a recomendação do fabricante.
A captação de recursos pelas orquídeas é muito lenta, igual ao dos cactos. É normal que quem inicie no cultivo de orquídeas tenha pressa e aumente a dosagem do adubo querendo ver o resultado rápido, mas isso só vai prejudicar e em casos mais graves vai queimar a planta literalmente.

A diferença entre adubo e veneno está na dose. Quando adquirir o adubo, leia atentamente o rotulo e siga as instruções de aplicação. As melhores opções para que inicia e não conhece muito são os adubos orgânicos, e os organominerais, porque são alimentos completos para as orquídeas e atuam também no substrato melhorando a condição das raízes e da captação de recursos. Antes da adubação é importante regar as plantas para deixá-las bem hidratadas.

5 – Disposição
As orquídeas são plantas que necessitam de espaço para que se desenvolvam e o arejamento é fundamental, pois como a maioria delas vegeta de forma epífita, o ar tem um papel fundamental na saúde delas.
A recomendação é de pelo menos 10 cm de distancia entre os vasos. Quanto mais perto a distância, mais fácil para a disseminação de pragas e fungos, além de dificultar a rega e a adubação.

Sophronitis Cernua

6 – Substrato
Como a quantidade de espécies de orquídeas é enorme e os habitats são os mais variados cada espécie exige um substrato para o cultivo. Além disso, outro fator que prejudica demais as orquídeas são os substratos velhos e saturados ou ainda aqueles que estão com muito resíduos de adubações contínuas que acabam queimando as raízes.

Existem vários tipos de raízes, por isso vários tipos de substratos. De maneira geral para as necessidades das orquídeas o substrato ideal é que seja: volumoso, de média a alta porosidade e de baixa densidade. No aspecto químico o pH deve estar entre 5 e 6 , de baixa salinidade. Essas qualidades propiciam boa nutrição para as raízes, boa fixação, aeração e ausência de fungos e pragas.

Os substratos mais usados atualmente são: musgo esfagno, carvão vegetal, chips de coco, pedras como seixo rolado e brita, casca de arroz carbonizada, casca de pinus, casca de macadâmia. Estes podem ser usados sozinhos ou misturados usando sempre um que acumula mais umidade e outro que é mais seco e arejado para as raízes respirarem.

Além desses existem ainda os substratos regionais como exemplo o caroço de açaí e a casca do coco seco.
Também se utiliza madeiras em pedaços, troncos e cascas como a peroba, cedro, cabreúva, canela, guaraiúva, café, Sansão do campo, etc.

7 – Vasos
Um erro muito comum é confundir a orquídea com uma planta terrestre e por falta de informação a pessoa escolhe um vaso que não é próprio para o cultivo de orquideas. Muitas vezes de tamanho exagerado,
além de misturar vários tipos de vasos no cultivo o que acaba dificultando o cultivo na questão da rega e secagem dos vasos. Se o vaso não é adequado os prejuízos são o apodrecimento das raízes.

Os mais usados atualmente são os vasos de barro, os de plástico e os cachepots de madeira, além de troncos e cascas de árvores. Sempre que for usar um novo vaso escolha o tamanho conforme a planta onde a medida é encostar a planta numa das bordas e medir de dois a três dedos livres na frente para que ela cresça. Isso pode parecer apertado e é o ideal para que a planta fique firme e se desenvolva permanecendo nesse vaso por até dois anos quando deverá ser replantada.

orquídea phalaenopsis

8 – Clima
Quando se começa a cultivar orquídeas é comum as pessoas quererem de tudo, sem se preocupar com as necessidades da planta e o que ocorre é que muitas vezes a planta adquirida precisa de um clima especifico e acaba sofrendo e até morrendo em um clima diferente frustrando o iniciante.

É fundamental avaliar o clima que você tem na sua região e na hora de comprar pergunte ao produtor qual é o clima exigido pela orquídea que você quer para saber se é compatível. Sempre tenha a identificação das plantas que adquirir, pois com o nome é fácil fazer uma pesquisa sobre o habitat e as necessidades da planta usando a Internet.

9 – Combate às pragas
Esse é um item que acaba com o sonho de muitos iniciantes que por praticas de cultivo errado em locais muito úmidos e mal iluminados e sem ventilação acabam causando a desnutrição da planta e consequentemente o ataque de fungos e pragas, porque para que todos saibam essa é a lei da natureza sobre sustentabilidade. “Tudo o que é vegetal se reintegra ao meio de forma a beneficiar e reciclar.”

Então plantas debilitadas são atacadas, pois estão sendo recicladas e servindo a outros seres, insetos ou fungos, etc. Como prevenção as pragas e doenças eu posso citar o óleo de neem que é natural extraído de uma árvore e que atua prevenindo e combatendo centenas de problemas em plantas, desde insetos a diversos tipos de fungos e bactérias, não sendo prejudicial nem ao ser humano nem aos animais.

É vendido em gardens e agropecuárias e o modo de usar é especificado pelo fabricante. Além do óleo de neem existem receitas caseiras e naturais que são preventivos ao aparecimento de problemas e podem ser aplicados regularmente como a canela, cebola, cravo, alho, fumo, pimenta etc.  Mas a ação mais importante está na correta e regular nutrição da orquídea pois existem nutrientes específicos que fazem naturalmente a defesa da planta.

orquídea em árvore

10 – Cultivar em locais inadequados
O desejo de ter um orquidário com diversas espécies pode fazer com que algumas delas não se adaptem. O segredo é pesquisar o habitat das plantas que se pretende adquirir e quais as espécies que são da mesma região ou clima comum.

No mundo são mais de 30.000 mil espécies de diversos gêneros, epífitas, rupícolas e terrestres, além de mais de 250.000 mil diferentes híbridos que possuem as características herdadas dos “pais” e podem vegetar em mais tipos de clima do que as espécies.

Saiba que o clima é fundamental no cultivo de orquídeas e chega a ser 80% do sucesso no cultivo e na saúde da planta.

Cattleya_leopoldii_

Esses são os erros mais comuns e que acabam atrapalhando o cultivo das orquídeas e também de outras plantas. Plantas são como nós, quando chegam à um novo local vão procurar se adaptar, e por isso o mais interessante é fazer um tipo de ” quarentena” e apenas observar, evitando mexer ou já replantar.

Quando os primeiros sinais de que a planta começa a vegetar, como uma brotação ou emissão de raízes aparecer, é a indicação que ela está se adaptando ao novo local.

A paciência e a observação são as duas qualidades que mais evoluem no cultivo de orquídeas, pois sem elas dificilmente se consegue.

chuvas

orquídea-no-habitat

As orquídeas podem ser cultivadas em vasos, mas ficam mais bonitas e naturais quando colocadas em troncos, que é o habitat natural da maioria das orquídeas. Espécies que crescem em troncos são epífitas, que se desenvolvem utilizando outras plantas como suporte.

Veja bem, só como suporte, elas não são parasitas como algumas pessoas pensam. Elas não sugam a planta hospedeira, nem a prejudicam de maneira alguma.

A idéia de cultivar orquídeas em troncos começou há muitos anos. As orquídeas são muito utilizadas em jardins, plantadas em troncos de arvores e palmeiras. As mais comuns são as “olho de boneca” ou Dendróbio (Dendrobium nobile). Devido à sua rusticidade, elas formam verdadeiras touceiras, com inúmeras flores. Lindo espetáculo da natureza.

Neste post será ilustrada a maneira como não se deve fazer. Tenho certeza de que será muito útil, pois muitas pessoas devem fazer a mesma coisa.

orq.

A escolha do local
Acreditem ou não, mas é a orquídea que escolhe o lugar onde quer crescer, e não o contrário. Portanto, caso queira colocar aquela orquídea linda, cheia de flores, na mesa de centro da sala para mostrar para a visita, conforme-se.

Pode ser que a orquídea não goste deste local. Ela vai demonstrar isso pela coloração de suas folhas, pela sua taxa de crescimento, retenção das flores.

A florada costuma durar mais de um mês em algumas espécies. Se ela acabou de florir e suas flores começarem a murchar, você colocou sua orquídea no lugar errado. Observe se ela está perdendo a cor, se está ou não emitindo novos brotos. Se ela estiver saudável, vai demonstrar isso na sua aparência.

Se ela não estiver gostando do local onde você a colocou, troque de lugar, até ela se adaptar. Não fique triste se ela gostar de um cantinho do banheiro. Se ela estiver feliz, vai recompensá-lo com lindas flores.

Dica: elas gostam de lugares iluminados, mas sem luz do sol direto em cima delas. Vento em demasia também não é legal. Lembre-se que as orquídeas originalmente vivem em troncos de árvores, em locais sombreados e úmidos, protegidos do vento em excesso.

Ao ar livre elas também vão muito bem, desde que estejam protegidas do sol e vento em demasia.

phalaenopsis

A escolha do tronco
Normalmente costumamos comprar a orquídea florida, mesmo porque queremos conhecer a flor, sua forma, cor, perfume, antes de levar a planta pra casa. Não transplante a orquídea nesta fase. Deixe as flores caírem para só então mexer em seu vaso.

Isso porque após a florada, ela entra na fase vegetativa, ou seja, começa a desenvolver as folhas, brotos e raízes. É o início da preparação para a próxima fase reprodutiva (nova florada) e o crescimento está a todo o vapor.

Para ter as orquídeas em troncos, o mais prático é plantar em árvores. Opte por utilizar troncos secos, que podem ser obtidos no chão de florestas, restos de podas, em madeireiras, ou mesmo em lojas de materiais de construção, pois é muito comum utilizar troncos como escora para lajes em construção.

Neste caso, não utilize troncos que liberem resinas, como os de pinus. As orquídeas detestam resina e suas raízes não se fixam. Também não adianta tentar plantar naqueles troncos que imitam xaxim, que são feitos de fibra de coco compactada com cola. Qualquer base que contenha produtos químicos, as orquídeas não se adaptam.

Existem placas feitas com fibra de coco sem adição de cola. Essas sim podem ser usadas. É fácil notar a diferença na hora de comprar: as placas feitas apenas com fibra de coco são leves e bem porosas. Olhando de perto percebemos que não existe nada unindo as fibras.

Dica: cuidado com a escolha do tronco. Se ele estiver meio podre quando você fizer o plantio, provavelmente ele não resistirá. Quando sua orquídea estiver linda e forte, seu tronco estará desmanchando. Opte sempre por madeira de boa qualidade. Galho de peroba é um ótimo exemplo.

troncovaso

A fixação do tronco em um vaso
Encontrados os troncos, o melhor jeito de fixá-los é colocando-os dentro de vasos grandes e enchê-los de terra. Assim, além das orquídeas, você poderá preparar um vaso misto, com outras plantas na base.

Mas lembre-se que as orquídeas não gostam de sol direto, então você deve escolher uma planta de sombra para plantar junto.

Uma ótima pedida é aquela florzinha maria-sem-vergonha ou beijinho (Impatiens walleriana). Pegam facilmente, não precisam de grandes cuidados, florescem o tempo todo e tem um colorido maravilhoso.

Outra opção interessantíssima é plantar bromélias na terra dos vasos. Escolha espécies de sombra, como Nidularium, Vriesia e Aechmea. Suas flores são lindas e coloridas, e gostam de estar em ambientes sombrados, como as orquídeas.

A grande vantagem de colocá-los em vasos, é poder levar suas orquídeas junto, caso você mude de casa/apartamento. Se estiverem plantadas em árvores, você não consegue retirá-las.

phalaenopsis amarela

Espécies de orquídeas indicadas
Para iniciantes, a melhor espécie é a Phalaenopsis, pois é forte e resistente, gosta de calor, apesar de não gostar de sol direto. Desenvolve raízes rapidamente, além de suas flores serem maravilhosas. Resiste bem à falta de umidade. Quando a planta está bem adaptada, pode-se passar uma semana ou mais sem molhá-la, e ela continua linda e forte.

Além da Phalaenopsis, cultivo também o gênero Oncidium que, apesar de mais frágil que a primeira, ainda assim se adapta muito bem aos troncos. Tive casos em que, antes mesmo de estar completamente adaptada ao tronco, ela floresceu. E sua florada ocorre rigorosamente de 12 em 12 meses.

A Dendrobium ou olho-de-boneca é, sem dúvida, a orquídea mais popular que existe. Seu preço acessível conquista cada vez mais as pessoas. Seu cultivo também é fácil, mas requer bastante umidade.

juta

O transplante
Para isso deve-se tirar a orquídea do vaso e envolver as raízes com substrato e tudo com um pano fino. O melhor é gaze (é, aquela que se usa em curativos), que tem a trama dos fios bem aberta. Compre um rolo, usado para grandes curativos. Uma vez envolvida pela gaze, amarre tudo no tronco, deixando a muda na vertical.

Desta maneira a orquídea não vai sofrer muito com a transição, pois ainda está envolvida pelo substrato, suas raízes não ficam expostas e é muito mais fácil manter a umidade. As regas devem ser constantes (sempre que o substrato estiver seco). A frequência vai depender da rapidez que o substrato seca.

Se você deixar o substrato secar às vezes, tudo bem, ela vai crescer, mesmo que seja um pouco mais lentamente.

E depois, observe. O primeiro sinal de que as coisas estão indo bem, é o surgimento de novas raízes. Você sabe que elas estão saudáveis se a ponta estiver bem verde. Como o sistema radicular está envolvido pelo substrato, muitas vezes você conseguirá ver poucas raízes. Mas muitas estarão escondidas no substrato, já se fixando no tronco.

pegamento

O tempo para a orquídea pegar
Varia bastante, mas em geral leva mais de um ano. Tenha paciência e não desista. Se você tiver feito o plantio direitinho, por mais que ela pare de crescer, continue regando e cuidando. Com o tempo ela reage.

Tente mudar o vaso com o tronco de local, talvez mais iluminado, com menos vento, ao abrigo da chuva. Faça testes e observe como ela reage.

O último estágio é tirar a gaze. Normalmente a época certa de tirá-la coincide com o apodrecimento da gaze. Cerca de um ano e meio depois do transplante. Quando as raízes estiverem bem fortes e a planta fortemente fixada ao tronco, você poderá deixá-la livre. Nesta fase, ela já conseguirá se virar bem sozinha.

O controle das plantas
Faça o controle de suas plantas. Marque a data da compra da planta, de cada florada, data do transplante, nome científico e comum, enfim, os dados importantes da planta. Isso se torna importante na hora de contabilizar o desenvolvimento da planta.

Você pode achar que a sua planta não está indo bem, que não floresce, mas na verdade ainda não se passou tempo suficiente. Conclusões erradas sobre suas plantas podem levar ao desânimo. Controle tudo o que possa ser controlado (regas, transplantes, datas de plantio, etc) e deixe o resto por conta da natureza.

Por que é importante saber o nome? Na hora de adubar, controlar pragas, separar mudas, você precisa saber qual é a sua planta para obter informações corretas de como proceder.

Para facilitar, existem plaquinhas brancas de plástico que servem para escrever alguns dados, como nome e data da compra. Elas podem ser espetadas junto à planta. Escreve-se com lápis para não borrar com a água. Podem ser encontradas em floriculturas, lojas de artigos para jardinagem ou mesmo com produtores de orquídeas.

dendrobium-christyanum

Alerta importante
Se você adora orquídeas, nunca, mas nunca mesmo, compre mudas de orquídeas silvestres que foram tiradas diretamente da natureza. Isso está destruindo as populações nativas de orquídeas das nossas matas.

É muito comum ver em beira de estradas, especialmente perto do litoral, banquinhas precárias de venda de orquídeas e bromélias. Não cometa esse crime. Existe uma infinidade de orquidários que cultivam plantas para venda, que são produzidas em estufas e que não são retiradas da natureza. Essas plantas podem ser compradas sem medo, mesmo sendo nativas.

O extrativismo (retirada de espécies da natureza sem nenhum controle e sustentabilidade) está levando à extinção várias espécies de orquídeas. As pessoas veem, acham lindas, mas elas estão adaptadas às matas fechadas, são plantas muito frágeis.

Quando são trazidas para as cidades, em locais pouco favoráveis e muito diferentes do local onde foram retiradas, elas morrem. Não vale a pena, não contribua para que este crime ambiental continue acontecendo.

chuva no rio

Miltoniopsis híbrido

Os fungos são um dos grandes problemas no cultivo de orquídeas. Em geral, muitas condições indicadas para as orquídeas (como umidade ambiental) também são favoráveis para os fungos. Assim, de forma preventiva, devemos adotar um manejo correto para evitar esta adversidade.

Algumas recomendações importantes
* Substratos limpos
* Ferramentas desinfetadas antes de usá-las. Caso for mexer em outra planta, desinfectar novamente. Existem substâncias químicas para isto, ou mesmo o álcool. Mas o melhor meio é o fogo.
* Evitar que os vasos fiquem muito próximos pois muitos fungos tem seus esporos disseminados pelos respingos da irrigação ou a água da chuva. – A ventilação é um item vital, pois evita que o ambiente fique úmido por muito tempo, o que facilita a disseminação de esporos.
* O piso do orquidário deve ser de brita ou material de rápida drenagem para evitar o acúmulo por muito tempo de umidade. – Retirar as partes doentes das plantas, aplicando algum protetor (como canela ou pasta fúngica) nos locais onde houve a lesão.
* Fazer estudo e utilizar os fungicidas mais eficientes. Muitas vezes o rodízio de fungicidas (principalmente no caso de orquidários maiores) evita o surgimento de fungos resistentes.
* Todos os fatores ambientais (como luminosidade, temperatura, irrigação, adubação, entre outros) devem ser fornecidos criteriosamente para que a planta tenha as melhores condições de saúde, tornando-se mais resistentes.
* A limpeza do orquidário deve ser exemplar, sem entulhos ou qualquer acúmulo desnecessário. Nas visitas diárias recolher todo material que é retirado (como folhas velhas, flores murchas, substratos, etc) para posterior descarte. Jamais jogue no chão.

Os fungicidas
Mas mesmo tomando todas as medidas preventivas ainda podem surgir doenças fúngicas (ou outras). Neste caso precisamos utilizar os fungicidas, de origem química ou orgânica, para restituir a saúde da orquídea.

São muitos os produtos sintéticos vendidos em casas especializadas e não vou entrar no detalhamento destas substâncias. Penso que devemos usá-los em casos onde não há outro meio.

São sempre tóxicos e podem acarretar algum dano ambiental e à saúde humana e animal. Encorajo o estudo de plantas que possuem princípios ativos que nos interessam para tal propósito.

mofo cinzento

As principais doenças fúngicas
– Mofo cinzento: É uma doença que se caracteriza por apresentar pontos escuros nas flores, eventualmente também nas folhas. É comum em Phalenopsis, Cattleya e Dendrobium.

O patógeno chama-se Botrytis cinerea e geralmente manifesta-se no inverno e primavera. Os esporos são difundidos pela água e pelo vento. As plantas ficam com o crescimento dificultado, as flores ficam feias e morrem.  Posteriormente há severa perda de folhas, caso nada seja feito.

É facilmente controlado ao manter as orquídeas em ambiente de boa circulação de ar e irrigando apenas as raízes. Nunca molhe as flores. Ao perceber o fungo, descartar a parte afetada. Em caso muito grave, o fungicida indicado tem como princípio ativo o Mancozeb (Dithane ou Manzate).

Além dos já citados, também pode afetar os gêneros: Aerides, Ascocentrum, Brassia, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Broughtonia, Calanthe, Cycnoches, Cymbidium, Doritaenopsis, Epidendrum, Laelia, Laeliocattleya, Maxillaria, Miltonia, Oncidium, Paphiopedilum, Phaius, Potinara, Trichoglottis, Vanda e Vanilla.

fusariose

Fusariose: Afeta as raízes, os pseudobulbos, folhas e flores. Ou seja, se não tratar mata a planta. Também conhecido por “canela seca”. Os sintomas são manchas ovais marrons nas flores e folhas novas, dificuldade de crescimento, murcha e clorose.

Três ou quatro manchas nas folhas são característica da doença, que se alastra rapidamente. É preciso remover as partes infectadas usando ferramentas esterilizadas (a chama do fogão é o suficiente).

A infecção ocorre pelas raízes, sendo que o dano causado no sistema vascular dificulta o transporte de água e nutrientes. Se cortamos o pseudobulbo percebe-se linha escuros indo em várias direções.

Tem um cheiro desagradável de podre. O agente causador é o Fusarium oxysporum e o Fusarium solani. O fungo gosta de temperaturas entre 25ºC e 30ºC.

A forma principal de propagação é através do uso de ferramentas de corte não esterilizadas. Segundo a Houston Orchid Society, os sintomas desenvolvem-se mais em plantas estressadas pelo calor e em condições de umidade muito elevada. Utilização muito pesada de fertilizantes também contribui para o desenvolvimento da moléstia. Não há cura garantida para o Fusarium.

O melhor é prevenir. No caso de usar fungicidas, aconselha-se os de contato (mancozeb) e os sistêmicos (mefenoxam, tiofanato-metílico), tão logo apareçam os sintomas. Um exemplo, respectivamente são o Manzate / Dithane e o Ricomil / Cercobin. Mas sempre que possível aconselho a evitar defensivos tóxicos.

Os gêneros mais afetados são: Aerides, Ascocenda, Brassavola, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Bulbophyllum, Catasetum, Cattleya, Cycnoches, Cymbidium, Dendrobium, Lycaste, Oncidium, Phalaenopsis, Potinara, Sophrolaeliocattleya e Vanda.

podridão negra

Podridão negra : Gerada pelo fungo Phytophthora e Pythium. Algumas espécies destes fungos atacam o Dendrobium, gerando manchas amarelo esverdeadas nas folhas, ficando negras posteriormente. A moléstia progride através das raízes e a chance da planta morrer é grande.

As partes atacadas ficam moles destacando-se facilmente da planta. Nas mudinhas novas ocorre o “dumping-off” (tombamento). Os esporos são dispersos via água e também por contato. Temperaturas amenas / elevadas e alta umidade favorecem este patógeno.

Assim, nestas condições, o cuidado tem de ser grande. Eliminar as partes afetadas é a primeira atitude, além de ter atenção na irrigação. Em orquidários maiores a aplicação preventiva de fungicidas pode ser inevitável.

A doença é muito contagiosa e se as medidas de combate não forem suficientes, tem-se de eliminar a orquídea. Os principais gêneros atacados são: Brassia, Coelogyne, Cymbidium, Laelia, Aerides, Ascocentrum, Epicattleya, Maxillaria, Paphiopedilum, Potinara, Rodriguezia, Brassavola, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Cattleya, Cyrtopodium, Epidendrum, Laeliocattleya, Oncidium, Vanda e Phalaenopsis além do Dendrobium (já citado).

Manchas foliares de Phyllosticta

Manchas foliares de Phyllosticta: O patógeno é o fungo do gênero Phyllosticta. Ocasiona manchas amareladas nas folhas que tornam-se marrons com o tempo ou mesmo negras quando o fungo vai produzir esporos. Estes esporos são disseminados pelo vento e água.

O formato das manchas é circular ou ovalado, bordas bem definidas e no centro pode-se ver os picnídios (órgão de frutificação do fungo).

Formam estruturas que ficam imersas no tecido do hospedeiro e aquilo que é perceptível na superfície é apenas uma pequena parte do patógeno. A faixa de temperatura boa para este fungo é entre 25ºC e 30ºC.

Não há tratamento químico satisfatório para esta doença. Quando as manchas começam a se desenvolver, o melhor é cortá-las, não deixando também nenhuma folha morta na planta ou no vaso. Isto impede a contaminação nas plantas sadias.

O melhor, quando da irrigação, é fazer no início do dia, permitindo rápida secagem. Ambientes com boa circulação de ar são imprescindíveis para qualquer espécie que estejamos cultivando.

Embora seja doença mais comumente vista em Dendrobium e Vanda , também pode ocorrer em Cymbidium, Brassolaeliocattleya, Cattleya, Epidendrum, Laelia, Laeliocattleya, Odontoglossum. Oncidium e Phalaenopsis.

antracnose

Antracnose: Gerado pelo fungo Colletotrichum. As folhas ficam com manchas marrom escuras ou acinzentadas que formam anéis concêntricos, com leve depressão. Atacam tanto os “seedlings” (mudinhas) como as plantas adultas. É favorecido por temperaturas mais baixas (entre 10º e 20º) e alta umidade.

Para prevenir, evite locais sombreados, de pouca circulação de ar e isolando a planta quando for atacada. O combate é feito com a aplicação de sulfato de cobre sobre as partes atacadas ou com fungicidas sistêmicos (Mancozeb).

Os gêneros afetados são: Aerides, Ascocenda, Ascocentrum, Brassavola, Brassia, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Bulbophylum, Catasetum, Cattleya, Cymbidium, Cyrtopodium, Dendrobium, Epicattleya, Epidendrum, Laelia, Laeliocattleya, Maxillaria, Miltonia, Odontoglossum, Oncidium, Paphiopedilum, Phaius, Phalaenopsis, Pleurothallis, Rodriguezia, Sophrolaeliocattleya,, Vanda, Vanilla, Zygopetalum, entre outros.

podridão-das raízes

Podridão das raízes: O fungo causador é do gênero Rhizoctonia que seca os pseudobulbos e causa deterioração radicular, o que tira a vitalidade da parte aérea e fim de novas brotações. Lentamente mata a planta. O patógeno gosta de alta umidade e temperaturas beirando os 30ºC.

Possui muitos hospedeiros, sendo assim é importante eliminar restos culturais tanto no orquidário como nos arredores. Os cuidados com esterilização de ferramentas são fundamentais, o que é uma atitude que pode-se considerar como uma recomendação geral. Também o exagero na irrigação ou a má drenagem facilita o surgimento da doença.

Tratamentos químicos são feitos com fungicidas sistêmicos. Orquídeas atacadas: Aerides, Brassavola, Brassocattleya, Cymbidium, Dendrobium, Epicattleya, Epidendrum, Laeliocattleya, Oncidium, Paphiopedilum, Phalaenopsis, Potinara Vanda, entre outras.

ferrugem

– Ferrugem: Os agentes causadores podem ser vários, destacando-se: Sphenospora kevorkianii (=Uredo nigropunctata), Sphenospora mera, S. saphena , Uredo epidendri, U. behnickiana e Hemileia oncidii . Este último se diferencia por não apresentar pústulas. Estes fungos gostam de uma combinação de alta umidade com temperaturas amenas. Ocorrem em vários países desde os EUA até o Brasil.

As folhas são as partes atacadas, principalmente na parte inferior, onde aparecem pequenas pústulas alaranjadas ou mesmo marrom-avermelhadas. O pó alaranjado são os esporos que se disseminam pelo vento e pela água. Crescem com grande rapidez.

Como medida inicial, deve-se cortar as partes atacadas e queimá-las. Nunca jogar no chão próximo ao orquidário. Em seguida é aconselhável deixar a planta isolada das demais.

Os fungicidas com sulfato de cobre são os recomendados. É mais frequente em Oncidium, mas também aparece em Brassavola, Brassia, Bulbophylum, Capanemia, Catasetum, Cattleya, Cyrtopodium, Dendrobium, Encyclia, Epicattleya, Epidendrum, Laelia, Lycaste, Masdevallia, Maxillaria, Miltonia, Odontoglossum, Phaius, Pleurothallis, Rodriguezia e Zygopetalum.

Cercosporiose

Cercosporiose: A infecção inicial pode ocorrer em ambos os lados das folhas, mas geralmente manifesta-se na parte inferior, onde surgem manchas amareladas e irregulares que com o tempo tomam a coloração marrom escura com centro acinzentado.

Também na parte superior surgirão pequenas manchas circulares envoltas por um anel amarelado ou arroxeado.

Na sequência as manchas ficam necrosadas, cobrem as folhas inteiras e acabam caindo. Períodos de chuva, seguidos de alta umidade relativa são favoráveis para o desenvolvimento da moléstia.

O fungo causador é o Cercospora odontoglossi e os gêneros mais atacados são: Brassavola, Cattleya, Cymbidium, Epidendrum, Miltonia, Oncidium, Laelia, Odontoglossum, Oncidium e Sophronitis. Plântulas em bandejas coletivas são mais suscetíveis, pelo que é recomendável usar potes individuais.

Além do descarte das partes atacadas, o controle pode ser feito com fungicidas à base de cobre, Manzeb e Ferban.

podridão na base

Podridão da base: Também conhecido como Murcha do Sclerotium, esta doença é causada pelo fungo Sclerotium rolfsii.

Os sintomas iniciais aparecem na base da planta, com um enrugamento e podridão dos talos e algumas lesões escuras e irregulares nas folhas (começam nas bordas avançando para toda a superfície). Ao redor das manchas surge um halo amarelado.

Nos tecidos das raízes e pseudobulbos observa-se um micélio branco (como algodão) direcionando-se para as folhas. O apodrecimento da base impede a circulação normal de seiva, o que prejudica toda a parte aérea.

Este patógeno sobrevive em substratos orgânicos por longos anos, vivendo de forma saprofítica, suportando com grande resistência as adversidades climáticas.

Quando as condições são favoráveis rapidamente volta a se desenvolver. Alta umidade, temperaturas acima de 26º C e substrato muito orgânico são as condições ideais para o fungo.

Substratos adequados, limpos e com bastante aeração e drenagem garantem uma boa proteção contra esta doença. Cattleya, Dendrobium, Cymbidium, Phalenopsis e Vanda são os gêneros mais suscetíveis.

mancha foliar

Manchas foliares de Phoma pestalozzia: Provoca o trincamento das folhas e manchas alongadas ao redor das nervuras. O gênero de orquídea mais sensível é a Vanda. O Cercobim é um fungicida que pode ser utilizado.

Como se livrar dos fungos?
Infelizmente, na maioria das vezes, não tem jeito, para eliminar os fungos, você precisa usar agrotóxico. Neste caso, basta ir em uma casa especializada em produtos agrotóxicos e pedir um fungicida.

É muito importante que ele seja aplicado de acordo com o recomendado na embalagem. Então, nada de inventar!

Ah! E sempre use luvas! O contato com produtos tóxicos pode causar doenças e intoxicação (alguns dizem até que podem aumentar as chances de câncer).

Alternativas naturais
Muitas pessoas que teve sucesso com receitas caseiras. Segue abaixo duas opções para quem quiser testar.
Receita 1: Pasta de óleo mineral com canela (misturar os dois ingredientes até que vire uma pasta) – aplicar direto nas manchas e não regar por alguns dias.

Receita 2:
1 litro de água + 6 cravos-da-índia + 1 colher de chá de canela em pó + 1 ml de solução a 2% de mercúrio cromo ou iodo.

Como fazer: durante 3 dias, misturar os 3 primeiros ingredientes, no quarto dia, acrescente o mercúrio. Corte a parte afetada e aplique imediatamente no corte. Se desejar, depois pode aplicar no restante da planta. Não guarde o que sobrar! Não molhe a planta por 7 dias.

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