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orquídea-no-habitat

As orquídeas podem ser cultivadas em vasos, mas ficam mais bonitas e naturais quando colocadas em troncos, que é o habitat natural da maioria das orquídeas. Espécies que crescem em troncos são epífitas, que se desenvolvem utilizando outras plantas como suporte.

Veja bem, só como suporte, elas não são parasitas como algumas pessoas pensam. Elas não sugam a planta hospedeira, nem a prejudicam de maneira alguma.

A idéia de cultivar orquídeas em troncos começou há muitos anos. As orquídeas são muito utilizadas em jardins, plantadas em troncos de arvores e palmeiras. As mais comuns são as “olho de boneca” ou Dendróbio (Dendrobium nobile). Devido à sua rusticidade, elas formam verdadeiras touceiras, com inúmeras flores. Lindo espetáculo da natureza.

Neste post será ilustrada a maneira como não se deve fazer. Tenho certeza de que será muito útil, pois muitas pessoas devem fazer a mesma coisa.

orq.

A escolha do local
Acreditem ou não, mas é a orquídea que escolhe o lugar onde quer crescer, e não o contrário. Portanto, caso queira colocar aquela orquídea linda, cheia de flores, na mesa de centro da sala para mostrar para a visita, conforme-se.

Pode ser que a orquídea não goste deste local. Ela vai demonstrar isso pela coloração de suas folhas, pela sua taxa de crescimento, retenção das flores.

A florada costuma durar mais de um mês em algumas espécies. Se ela acabou de florir e suas flores começarem a murchar, você colocou sua orquídea no lugar errado. Observe se ela está perdendo a cor, se está ou não emitindo novos brotos. Se ela estiver saudável, vai demonstrar isso na sua aparência.

Se ela não estiver gostando do local onde você a colocou, troque de lugar, até ela se adaptar. Não fique triste se ela gostar de um cantinho do banheiro. Se ela estiver feliz, vai recompensá-lo com lindas flores.

Dica: elas gostam de lugares iluminados, mas sem luz do sol direto em cima delas. Vento em demasia também não é legal. Lembre-se que as orquídeas originalmente vivem em troncos de árvores, em locais sombreados e úmidos, protegidos do vento em excesso.

Ao ar livre elas também vão muito bem, desde que estejam protegidas do sol e vento em demasia.

phalaenopsis

A escolha do tronco
Normalmente costumamos comprar a orquídea florida, mesmo porque queremos conhecer a flor, sua forma, cor, perfume, antes de levar a planta pra casa. Não transplante a orquídea nesta fase. Deixe as flores caírem para só então mexer em seu vaso.

Isso porque após a florada, ela entra na fase vegetativa, ou seja, começa a desenvolver as folhas, brotos e raízes. É o início da preparação para a próxima fase reprodutiva (nova florada) e o crescimento está a todo o vapor.

Para ter as orquídeas em troncos, o mais prático é plantar em árvores. Opte por utilizar troncos secos, que podem ser obtidos no chão de florestas, restos de podas, em madeireiras, ou mesmo em lojas de materiais de construção, pois é muito comum utilizar troncos como escora para lajes em construção.

Neste caso, não utilize troncos que liberem resinas, como os de pinus. As orquídeas detestam resina e suas raízes não se fixam. Também não adianta tentar plantar naqueles troncos que imitam xaxim, que são feitos de fibra de coco compactada com cola. Qualquer base que contenha produtos químicos, as orquídeas não se adaptam.

Existem placas feitas com fibra de coco sem adição de cola. Essas sim podem ser usadas. É fácil notar a diferença na hora de comprar: as placas feitas apenas com fibra de coco são leves e bem porosas. Olhando de perto percebemos que não existe nada unindo as fibras.

Dica: cuidado com a escolha do tronco. Se ele estiver meio podre quando você fizer o plantio, provavelmente ele não resistirá. Quando sua orquídea estiver linda e forte, seu tronco estará desmanchando. Opte sempre por madeira de boa qualidade. Galho de peroba é um ótimo exemplo.

troncovaso

A fixação do tronco em um vaso
Encontrados os troncos, o melhor jeito de fixá-los é colocando-os dentro de vasos grandes e enchê-los de terra. Assim, além das orquídeas, você poderá preparar um vaso misto, com outras plantas na base.

Mas lembre-se que as orquídeas não gostam de sol direto, então você deve escolher uma planta de sombra para plantar junto.

Uma ótima pedida é aquela florzinha maria-sem-vergonha ou beijinho (Impatiens walleriana). Pegam facilmente, não precisam de grandes cuidados, florescem o tempo todo e tem um colorido maravilhoso.

Outra opção interessantíssima é plantar bromélias na terra dos vasos. Escolha espécies de sombra, como Nidularium, Vriesia e Aechmea. Suas flores são lindas e coloridas, e gostam de estar em ambientes sombrados, como as orquídeas.

A grande vantagem de colocá-los em vasos, é poder levar suas orquídeas junto, caso você mude de casa/apartamento. Se estiverem plantadas em árvores, você não consegue retirá-las.

phalaenopsis amarela

Espécies de orquídeas indicadas
Para iniciantes, a melhor espécie é a Phalaenopsis, pois é forte e resistente, gosta de calor, apesar de não gostar de sol direto. Desenvolve raízes rapidamente, além de suas flores serem maravilhosas. Resiste bem à falta de umidade. Quando a planta está bem adaptada, pode-se passar uma semana ou mais sem molhá-la, e ela continua linda e forte.

Além da Phalaenopsis, cultivo também o gênero Oncidium que, apesar de mais frágil que a primeira, ainda assim se adapta muito bem aos troncos. Tive casos em que, antes mesmo de estar completamente adaptada ao tronco, ela floresceu. E sua florada ocorre rigorosamente de 12 em 12 meses.

A Dendrobium ou olho-de-boneca é, sem dúvida, a orquídea mais popular que existe. Seu preço acessível conquista cada vez mais as pessoas. Seu cultivo também é fácil, mas requer bastante umidade.

juta

O transplante
Para isso deve-se tirar a orquídea do vaso e envolver as raízes com substrato e tudo com um pano fino. O melhor é gaze (é, aquela que se usa em curativos), que tem a trama dos fios bem aberta. Compre um rolo, usado para grandes curativos. Uma vez envolvida pela gaze, amarre tudo no tronco, deixando a muda na vertical.

Desta maneira a orquídea não vai sofrer muito com a transição, pois ainda está envolvida pelo substrato, suas raízes não ficam expostas e é muito mais fácil manter a umidade. As regas devem ser constantes (sempre que o substrato estiver seco). A frequência vai depender da rapidez que o substrato seca.

Se você deixar o substrato secar às vezes, tudo bem, ela vai crescer, mesmo que seja um pouco mais lentamente.

E depois, observe. O primeiro sinal de que as coisas estão indo bem, é o surgimento de novas raízes. Você sabe que elas estão saudáveis se a ponta estiver bem verde. Como o sistema radicular está envolvido pelo substrato, muitas vezes você conseguirá ver poucas raízes. Mas muitas estarão escondidas no substrato, já se fixando no tronco.

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O tempo para a orquídea pegar
Varia bastante, mas em geral leva mais de um ano. Tenha paciência e não desista. Se você tiver feito o plantio direitinho, por mais que ela pare de crescer, continue regando e cuidando. Com o tempo ela reage.

Tente mudar o vaso com o tronco de local, talvez mais iluminado, com menos vento, ao abrigo da chuva. Faça testes e observe como ela reage.

O último estágio é tirar a gaze. Normalmente a época certa de tirá-la coincide com o apodrecimento da gaze. Cerca de um ano e meio depois do transplante. Quando as raízes estiverem bem fortes e a planta fortemente fixada ao tronco, você poderá deixá-la livre. Nesta fase, ela já conseguirá se virar bem sozinha.

O controle das plantas
Faça o controle de suas plantas. Marque a data da compra da planta, de cada florada, data do transplante, nome científico e comum, enfim, os dados importantes da planta. Isso se torna importante na hora de contabilizar o desenvolvimento da planta.

Você pode achar que a sua planta não está indo bem, que não floresce, mas na verdade ainda não se passou tempo suficiente. Conclusões erradas sobre suas plantas podem levar ao desânimo. Controle tudo o que possa ser controlado (regas, transplantes, datas de plantio, etc) e deixe o resto por conta da natureza.

Por que é importante saber o nome? Na hora de adubar, controlar pragas, separar mudas, você precisa saber qual é a sua planta para obter informações corretas de como proceder.

Para facilitar, existem plaquinhas brancas de plástico que servem para escrever alguns dados, como nome e data da compra. Elas podem ser espetadas junto à planta. Escreve-se com lápis para não borrar com a água. Podem ser encontradas em floriculturas, lojas de artigos para jardinagem ou mesmo com produtores de orquídeas.

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Alerta importante
Se você adora orquídeas, nunca, mas nunca mesmo, compre mudas de orquídeas silvestres que foram tiradas diretamente da natureza. Isso está destruindo as populações nativas de orquídeas das nossas matas.

É muito comum ver em beira de estradas, especialmente perto do litoral, banquinhas precárias de venda de orquídeas e bromélias. Não cometa esse crime. Existe uma infinidade de orquidários que cultivam plantas para venda, que são produzidas em estufas e que não são retiradas da natureza. Essas plantas podem ser compradas sem medo, mesmo sendo nativas.

O extrativismo (retirada de espécies da natureza sem nenhum controle e sustentabilidade) está levando à extinção várias espécies de orquídeas. As pessoas veem, acham lindas, mas elas estão adaptadas às matas fechadas, são plantas muito frágeis.

Quando são trazidas para as cidades, em locais pouco favoráveis e muito diferentes do local onde foram retiradas, elas morrem. Não vale a pena, não contribua para que este crime ambiental continue acontecendo.

chuva no rio