A planta também conhecida popularmente como Barba-de-pau pertence à família Bromeliaceae. Trata-se de uma planta nativa não endêmica do Brasil. O nome popular vem do fato de que a planta possui um visual que lembra uma longa barba esbranquiçada.
Descrição da Barba-de-velho
A planta que barba-de-velho é do tipo epífita (que nasce sobre outras plantas) e se estabelece pendente nos ramos de árvores. O seu caule é filiforme (fino a tal ponto de ser semelhante a um fio) e possui folhas com entrenós alongados.
Na sua fase adulta as raízes se tornam ausentes, possui uma quantidade pequena de folhas de três a cinco dispostas no decorrer do seu caule longo. As folhas são dísticas (que possui duas séries no decorrer de um mesmo eixo) e patentes tendo em torno de 2 a 7 cm. As flores da planta barba-de-velho possuem sépalas de 5 a 6 mm que são livres, lanceoladas e que podem ter um esverdeado ou amarelado.
Característica da Barba-de-velho
Floração / Frutificação – O florescimento dessa planta é bastante raro ficando a sua reprodução ligada principalmente ao crescimento vegetativo. Sua dispersão é geralmente feita pelo vento e pelos pássaros que fazem a transmissão de uma árvore para a outra.
Propagação
Pode ser feita tanto de forma vegetativa como por meio de sementes. A barba-de-velho está na lista de espécies ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul.
Hábitat
Pode ser encontrada em habitats como a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica, ou seja, em todas as formações de florestas. Em relação a distribuição geográfica dessa planta podemos encontrá-la no Nordeste nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Sergipe, Piauí, Paraíba, Alagoas e Pernambuco; também na região Sudeste nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, bem como no Sul nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A Barba-de-velho não é parasita
Uma confusão que as pessoas costumam fazer em relação dessa planta é acreditar que se trata de uma parasita, porém, a barba-de-velho é uma planta epífita que vive aderida ou mesmo pendurada em outras plantas, porém, não lhes suga seiva não se caracterizando como parasita.
Essa planta não tem raízes desenvolvidas e dessa forma absorve água e nutrientes de forma direta da atmosfera através das suas estruturas que são chamadas de escamas e se distribuem por todo o seu corpo. As escamas da planta tem uma habilidade bastante interessante de atrair e reter líquido.
A planta Barba-de-velho também é uma planta medicinal
Essa planta conta com propriedades medicinais e nos Estados Unidos é utilizada como uma aliada no combate dos principais sintomas da diabetes. Além disso, a planta possui outras propriedades medicinais relevantes como ser antibiótica, antirremáutica, anti-hemorroidal e adstringente para a pele.
Durante muito tempo a varba-de-velho foi usada junto com algum tipo de gordura, como aquela da manteiga da cacau, como um supositório para as hemorróidas. Para se ter uma ideia essa é uma planta utilizada como medicamento também pelos índios Guarani, no caso deles o emprego da planta era para evitar gravidez.
Popularmente essa planta é utilizada para evitar o ingurgitamento do fígado bem como para combater úlceras, dores, hérnias, varizes e até mesmo inflamações no reto. Pode ser ainda utilizada como um eficiente adstringente.
Barba-de-velho no artesanato
Essa planta tem larga aplicação no artesanato, no começo do século passado era muito utilizada para fazer o enchimento de travesseiros, colchões e almofadas. A planta também era excelente para fazer o acondicionamento de produtos. Para que possa ser utilizada a planta é colocada de molho em água fervente.
A partir disso a planta começa a se desprender do tecido cortical e no final sobre somente a sua parte lenhosa que tem forma de filamentos escuros e que permanecem enovelados. Também é possível utilizar essa planta para ornamentação ou mesmo para como um substrato anti-choque em embalagens de artigos que sejam frágeis.
Barba-de-velho e a poluição nas grande cidades
Quem vive nas grandes cidades do Brasil sabe que a poluição já é uma constante, além do oxigênio respiramos o chamado material particulado que é composto de fragmentos bem pequenos carregados quase que em sua totalidade de metais pesados que são danosos para a nossa saúde.
Na busca pela identificação dessas partículas sem a necessidade da utilização de equipamentos caros alguns pesquisadores brasileiros das universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Bahia (Ufba) utilizam a planta Barba de Velho.
A planta é encontrada com facilidade nas matas do país e pode ser muito útil para fazer o estudo de concentração de metais pesados no ar de cidades como Salvador e Rio de Janeiro.
Biomonitoramento atmosférico
A técnica que utiliza as plantas para fazer o monitoramento é chamada de biomonitoramento atmosférico e está em fase experimental nos centros de pesquisa de diversos países.
Através dos estudos realizados com as plantas ficou comprovado que as pessoas que moram nas duas cidades, Salvador e Rio de Janeiro, inalam material particulado.
A escolha da barba-de-velho para esse experimento se deu pelo fato de ser uma planta adaptada para viver em ambientes quentes e secos.
Como a planta não suporta a poluição intensa se torna uma bioindicadora da qualidade do ar. O material particulado existente no ar fica retido nas escamas utilizadas pela barba-de-velho para retirar umidade da atmosfera e assim é possível medir a poluição.
Barba-de-velho no paisagismo
A planta que é utilizada como planta medicinal, para medir a poluição do ar e até mesmo para artesanato também pode ficar muito bem como parte integrante do paisagismo do seu jardim. A barba-de-velho necessita de sol pleno ou então de meia-sombra.
A planta pode chegar a 6 m de comprimento, pode ser usada como parte do paisagismo principalmente porque alguns pássaros utilizam os seus ramos para fazer ninhos. Um visual bem interessante para o seu jardim e que com certeza vai encantar quem passar por lá.