Um perfeito bonsai deve ter um tronco com visual envelhecido e uma vigorosa formação de galhos e folhas. Para se obter bons resultados, deve-se fazer intervenções contínuas, tais como podas de formação, limpeza e outros tratos culturais. Existem equipamentos especiais para se fazer a poda e condução de um bonsai, consistindo basicamente de tesouras e facas, com suas variações.
Para se dar forma ao bonsai, são utilizados arames de várias espessuras, os quais são colocados envolvendo os ramos e o tronco. Em seguida, faz-se podas contínuas tanto na parte aérea como nas raízes.
A poda se divide em duas etapas: a poda de formação e a poda de manutenção.
A primeira é realizada no período de estabelecimento do bonsai, que geralmente é de no mínimo um ano. Consiste em retirar os galhos e folhas excedentes, deixando um aspecto de árvore adulta. A poda de manutenção é tão importante para o bonsai quanto à poda de formação, e deve fazer parte do dia-a-dia.
Ela ajuda a dar uma forma particular ao bonsai, além de garantir a sua sobrevivência. A poda, de maneira geral, restringe o crescimento descontrolado, sendo possível controlar o número e o tamanho dos galhos que iriam permanecer no bonsai.
A apara das folhas deve ser feita principalmente em espécies como castanheira ou carvalho. No inverno, deve-se retirar todas as folhas ou reduzir o seu número para que no verão, sejam substituídas por folhas menores.
A imposição da forma pela utilização de fios metálicos deve ser realizada com habilidade e cuidado. A utilização desses fios é que vai dar formas exóticas e graciosas aos bonsais. Quando se amarrar o bonsai, o arame não pode ficar muito apertado, pois pode deixar marcas no caule e nos galhos. Sendo assim, o fio deve ser retirado e recolocado periodicamente.
Para começar uma poda de formação, deve-se cortar a raiz pivotante e o ápice caulinar; isto forçará a planta a emitir ramos e raízes laterais.
A poda de manutenção consiste em retirar os ramos e raízes excedentes, e também o excesso de folhas. Procedendo-se então, regularmente, a poda de manutenção, pode-se ter a conservação de um bonsai por mais de 200 anos.
Uma consideração importante: deve-se manter os equipamentos de poda e de limpeza sempre limpos e higienizados, para se evitar uma eventual contaminação do bonsai por alguma doença.
Primeiro surgem pequenas bolinhas brancas que se mantêm praticamente estáticas nos caules mais próximos às folhas. Depois, as folhas começam a apresentar manchas e murchar. Logo em seguida, a planta perde vigor a ponto de, em casos extremos, morrer. Esse é um roteiro resumido de um típico ataque de cochonilhas, muito conhecida como pragas das plantas ornamentais.
A cochonilha é uma das pragas mais prejudiciais às plantas ornamentais. Embora minúsculos, medindo não mais do que 35 mm, esses insetos sugadores de seiva podem fazer grandes estragos, não apenas pelos nutrientes que rouba, mas também por secretar uma espécie de cera que facilita o ataque de fungos, diminui a capacidade fotossintética da planta e, de quebra, atrai formigas doceiras.
Folha amarelando e com “casquinhas” grudadas é quase sinal certo de ataque de cochonilhas. A presença de formiga louca por substância adocicada pode ser resultado da presença destes sugadores e a formação de um “pozinho escuro”, denominado fumagina, também é indicação de ataque dos sugadores.
A planta está definhando e não há sinal de doenças ou pragas. Apenas algumas casquinhas aderidas e há muito tempo imóveis, tentando disfarçar sua presença. Estes seres vivos menos suspeitos é que, na verdade, são os responsáveis pelo problema da planta.
Controlar o seu ataque significa salvar as plantas vitimadas. A proteção do jardim contra esses intrusos começa na manutenção das plantas em condições saudáveis. O ataque dessa e de outras pragas sempre ocorre em plantas submetidas a condições ambientais e/ou nutricionais impróprias. Entre os fatores que propiciam esses ataques, é a existência de solo ou substrato inadequados, quantidade insuficiente de luz, falta de água, déficit de nutrientes ou adubação em excesso. Outro fator favorável às cochonilhas é a eliminação dos predadores naturais, como percevejos, joaninhas, moscas e alguns fungos.
Em teoria, todas as espécies vegetais utilizadas na ornamentação de jardins e de interiores, quando submetidas a condições inadequadas de cultivo, estão vulneráveis ao ataque de cochonilhas. No caso das suculentas, algumas espécies são mais suscetíveis, como nas Echeverias (rosas-de-pedra. Outras plantas comumente atacadas por esses insetos são a Hortência chinesa, a Camélia, as Laranjeiras e os Limoeiros.
Como intervir?
Livrar o jardim das cochonilhas não é tarefa difícil. De acordo com a intensidade e as condições do ataque, o controle pode ser feito com a poda e a destruição das áreas mais comprometidas. A limpeza das partes mais infestadas com esponja ou escova secas, ou a remoção dos insetos com cotonete embebido em vinagre ou álcool etílico, também são medidas que surtem efeito.
Para os casos em que é necessária uma intervenção mais dura, uma solução é pulverizar a planta atacada com emulsões de sabão de coco ou detergente neutro e, em seguida, pulverizar óleo mineral emulsionável. O óleo mata os animais por asfixia ao formar uma película sobre eles que impede a respiração. Para maior proteção das plantas, é importante que a pulverização seja feita sempre no final da tarde quando há menor incidência de sol.
A batalha contra as cochonilhas pode ser vencida, ainda, com os inimigos naturais como as joaninhas que são predadoras de cochonilhas e de outros, como os pulgões. Elas deveriam ser consideradas como “animais sagrados” nas plantações.
Outra estratégia de combate válida é a pulverização de extratos vegetais naturais, como a calda de fumo e a calda de santa-maria (ver receitas abaixo).
Receitas caseiras contra cochonilhas
Calda de fumo Ingredientes: 100 gramas de fumo de corda;
1/2 litro de álcool;
1/2 litros de água;
100 gramas de sabão em pedra neutro.
Preparo: Misture 100 gramas do fumo cortado em pedacinhos em 1/2 litro de álcool. Acrescente 1/2 litro de água e deixe a mistura curtir por aproximadamente 15 dias. Após este período, corte o sabão em pedaços pequenos e dissolva-o em 10 litros de água. Misture o sabão à calda de fumo curtida. Em áreas com ataques muito intensos, pulverize a mistura diretamente sobre as plantas. Caso a infestação ainda seja pequena, dilua o preparo em até 20 litros de água limpa antes da pulverização. As aplicações devem ser feitas em períodos de sol ameno. Uma dose tende a resolver o problema, caso os bichinhos não desapareçam, porém, vale borrifar as plantas atacadas uma vez por semana, até que a infestação acabe.
Calda de Santa Maria Ingredientes: 200 gramas de erva–de–santa–maria (Dysphania ambrosioides);
1 litro de água fria;
Preparo: Amoleça 200 g de erva de Santa Maria em 1 litro de água fria durante 6 horas. Aperte bem as folhas para extrair o suco. Dilua o extrato obtido em 5 litros de água limpa. Pulverize o preparado sobre as partes atacadas uma vez por semana, sempre sob sol ameno, até que a praga seja eliminada.
Nem sempre a pretensa rusticidade de uma planta significa que ela esteja imune aos problemas que o clima, o manejo, o excesso e a falta podem causar. A bela flor-de-maio (Schlumbergera truncata) é um exemplo. Cactácea altamente resistente à falta de água em seu substrato e cujo ciclo floral justifica em parte seu nome, ela floresce entre os meses de abril e junho, os principais meses do outono meridional, ela também detém mistérios aos amantes da jardinagem
A flor-de-maio, após a floração a planta entra em estado de dormência. Durante esse importante período, a planta necessita de de poucos, porém presentes cuidados no tocante à luminosidade, ao substrato e às regas. O ideal é deixá-la sob sol pleno durante esse período para manter o solo seco e sem reforço de adubo. Contudo, isso não significa que as regas devam ser abolidas por completo; a cada dez dias, no máximo, deve-se colocar água no substrato.
Esse período de dormência é indicado para a troca de vaso, caso a flor-de-maio esteja em um, e proliferação de mudas. A ramificação das junções não é um problema, e sim a forma que a planta tem para se propagar. Durante o outono essas mudas podem ser retiradas e replantadas em um substrato rico em matéria orgânica misturada com areia grossa, ideal para a nutrição e drenagem da flor-de-maio.
É necessário cuidado com o excesso de luminosidade solar durante o final da primavera e verão, que pode danificar e até mesmo matar a planta. A adubação, não permitida após o final da floração, deve ser reforçada na primavera.
As doenças da Flor-de-maio
Mofo na Flor-de-maio A flor de maio (Schlumbergera bridgesii) é uma das várias espécies de cactos. Ela produz flores coloridas chamativas durante os meses de abril, maio e junho. É uma planta de vida longa e, por isso, frequentemente torna-se uma herança familiar. A flor de maio precisa de luz intensa, noites longas e temperaturas noturnas frias para desenvolver-se e florescer. O mofo em suas folhas ou caules é um sinal de que precisa de atenção urgente, ele pode ser causado por excesso de rega, ataques fúngicos ou mofos d’água.
Praga de botrístis Essa infecção fúngica afeta as flores de maio cultivadas em umidade e temperaturas altas, ele aparece nas partes delicadas da planta, como flores, brotos e folhas frescas, embora também possa atacar os caules saudáveis. Os sintomas começam com áreas úmidas que se transformam em tecidos moles. Depois disso, uma camada de linhas cinzentas fúngicas aparece.
Apodrecimento do caule e raíz O apodrecimento do caule das flores de maio é causado pelo fungo Fusarium oxysporum. Inicia-se como uma área marrom sobre a terra e espalha-se pelo caule saudável até separar a planta de suas raízes. As raízes das flores de maio são vulneráveis ao ataque de oomicetos ou mofos d’água, como a Phytophthora parasitica e os pythiums que destroem as raízes e fazem a planta murchar e morrer.
Tratamento Trate a praga de botrítis com um spray contendo um agente antifúngico como o iprodione. O apodrecimento de raízes precisa de tratamento com spray contendo produtos químicos antifúngicos como metalaxil ou etridiazol.
Evitar o mofo A maioria dos casos de mofo e ataques de fungos são devido ao excesso de rega e alta umidade. Mantenha as flores de maio em um local bem ventilado, como perto de uma janela aberta. Regue-as apenas quando o topo do solo estiver seco e certifique-se de que todos os recipientes possuam um furo de frenagem grande. Nunca coloque as flores de maio em um prato de água e evite umedecer a folhagem em dias frios e úmidos.
Reduza a rega durante os meses mais frios do ano. Plante a flor de maio com adubo de boa drenagem formulado para plantas suculentas ou faça uma mistura utilizando uma parte de terra, duas partes de turfa e uma parte de areia ou perlite.
Como recuperar a planta Remova as partes saudáveis de caule das flores de maio infectadas e plante-as em adubo esterilizado. Até mesmo as partes separadas do caule enraizarão se suas pontas inferiores forem plantadas. Mantenha as mudas em um peitoril de janela, com claridade, com o adubo pouco úmido até um novo broto aparecer.
Todos os que cultivam orquídeas sabem que o xaxim sempre foi o melhor substrato para o cultivo de orquídeas, mas como ele não pode ser mais utilizado e seu uso é criminoso além de anti-ecológico, uma boa alternativa é utilizar fibra de coco, tanto fibrado como desfibrado, e, também, na forma de vasos. Utilize também vasos de barro e cerâmicos perfurados. Devemos dar preferência a vasos de cerâmica bem poroso. Mas para aquelas plantas que gostam de ter suas raízes aéreas, o ideal é o cachepô (cesto de madeira em sarrafinhos).
Quando cultivar as plantas em vasos de cerâmica redondos, com furo no fundo e nas laterais, ou cônicos e também no de plástico, não se esqueça de colocar no fundo, em até um terço do recipiente, cacos de cerâmica limpos e picados, ou brita, ou isopor picado, ou ainda pedregulhos (pedras quando é peneirada a areia grossa) que é de bom resultado para obter perfeita drenagem. Os seedlings (plantas pequenas que ainda não floresceram) prosperam melhor em pequenos vasos plásticos e que tenham como substrato o esfagno (procedente do litoral).
Dicas para o replantio: 1 – Deixar a fibra de coco desfibrada, a casca de pinus, as folhas secas e o próprio vaso de molho, no mínimo 1 hora, com água sanitária (1/3 de copo para 8 litros de água). Enxaguar em água limpa, quantas vezes for necessário, para retirar os resíduos da água sanitária.
2 - Utilizar o item anterior úmido (já escorrido).
3 -A ordem do substrato no vaso:
- Uma camada de fibra de coco desfibrada;
- Uma camada de casca de pinus;
- Uma camada de folhas secas;
- Uma camada de carvão triturado (carvão virgem);
- Meia colher (sopa) de farinha de osso ou outro;
- Uma camada de fibra de coco desfibrada, até faltar dois dedos para preencher o vaso;
- Colocar a muda já preparada na posição correta e prendê-la;
- Completar com fibra de coco desfibrada (não cobrir totalmente o rizoma);
- Trançar varetas de bambu para firmar a muda e a fibra de coco;
- Colocar tutores (caso necessário) e amarrar os caules e folhas (posição vertical);
- Quando o vaso for de plástico ou de barro (principalmente o cônico), colocar no fundo para drenagem: cacos, britas, pedregulhos, ou equivalentes.
4 – Depois de pronto mergulhar o vaso completo no tanque ou balde, por uns três minutos até sair todas as bolhas de ar, ou debaixo da torneira, retirar e deixar escorrer.
5 – Permanecer o vaso em lugar coberto, sem incidência do sol direto, por um período de 07 (sete) a 10 (dez) dias.
6 – Nesse período não precisa aguar, somente borrifar as folhas diariamente.
7 – Depois desse período, levar o vaso para o orquidário, evitando o sol direto.
8 – Colocar a etiqueta com:
a) O número do vaso.
b) Data do envasamento.
c) Nome da Orquídea.
d) No verso as datas de floração.
9 – Para melhor controle, usar um fichário com todos os dados da orquídea e seu histórico.
10 – Adubar somente depois de 06 (seis) meses.
Dicas sobre tipos de vasos
Vasos de Fibra de coco - Ao comprar, procurar aquele mais rígido.
- Colocar o vaso de fibra de coco de molho, com água sanitária, no tanque ou balde, com um peso em cima (pedra).
- Retirar após uma hora ou no dia seguinte, deixar escorrer (posição inclinada).
- Tirar o miolo do fundo, caso esteja apodrecido, com uma faca e colocar um tampão no buraco.
- Depois seguir das dicas do substrato (ordem)
Vasos de barro ou plástico - Para certas orquídeas, o ideal é o vaso de barro redondo com furos de drenagem no fundo e laterais.
- Cobrir esses furos, por dentro, com tela (mosquiteiro) usando cola de sapateiro, evitando assim a saída de substrato e entrada de insetos.
- Medir a distância entre os furos para o gancho de pendurar.
- Caso estejam com medidas diferentes, marcar o diâmetro, com fita métrica, e dividir em 06 (seis) partes iguais, furar, podendo ser aproveitado os furos existentes, para prender a haste e passar a vareta de bambu.
- Sendo o vaso de barro cônico, preencher o fundo com pedras (brita, pedregulho, cacos ou outro material). Também, no redondo, se desejar, pode colocar isopor picado cacos de cerâmica ou pedriscos, para drenagem.
- Sendo o vaso de plástico, as pedras servirão também para dar equilíbrio.
- Para furar um vaso de plástico use uma haste de metal pontiaguda, aquecida na chama do fogão.
Cachepôs Praticamente já está pronto para uso. Verificar se há frestas largas no fundo, que possa perder a fibra de coco desfibrada, procure tampa-lo.
Dicas sobre substratos
Fibra de coco desfibrada
- Deve ser peneirada antes de colocar de molho, caso esteja com muito pó.
- No tanque ou balde coloque a fibra de coco de molho com água sanitária, no mínimo uma hora, depois passar em água limpa (enxaguar).
- Retirar a fibra de coco apertando-a com as mãos, para escorrer o caldo, depois colocar dentro de uma peneira uma peneira, para escorrer e secar um pouco.
- Guardar a fibra de coco, ainda úmida, em um saco plástico ou de ração e amarrar, caso não for usa-la de imediato.
- Cuidado com entupimento do ralo do tanque. Retire a água com caneca e passe na peneira.
Casca de pinus
- Peneirar e se possível separa em tamanho.
- Colocar de molho com água sanitária ou ferver.
- Cobrir com uma tábua e peso para não boiar a casca de pinus, ou dentro de um saco poroso (cebola), depois passar em água limpa.
- Escorrer em uma peneira e deixar secar um pouco, guardando-o em saco plástico.
- Pode também enriquecer a casca, colocando-a de molho em água limpa com fertilizante.
Folhas secas - Dê preferência a folhas miúdas, como de jabuticabeira.
- Sendo colhidas em lugar cimentado, onde não há impurezas, não precisa lavar.
- Caso sejam colhidas sobre terra, deve peneirar, retirar as impurezas e se possível deixar de molho em água sanitária, dentro de um saco.
- Retirar, escorrer na peneira e deixar secar.
Carvão moído - Dê preferência a moinha de carvão ou carvão triturado (quebrado).
- O carvão servirá para manter a umidade e diminuir a acidez do substrato (Ph).
Nutrientes - Dar nutrientes à planta (potássio K – 15%) e compensar com a farinha de osso que tem 2% de Nitrogênio (N), 24% de Fósforo (P).
- O nitrogênio (N) estimula a brotação e o enfolhamento.
- O fósforo (P) incentiva a floração e frutificação.
- O potássio (K) fortalece os tecidos vegetais e torna as plantas mais resistentes às pragas.