A necessidade de manutenção de gramados varia em função de: Época do ano, tipo de solo, frequência de adubação e espécie de grama. A maior necessidade de manutenção ocorre na época das chuvas quando o solo é rico em nutrientes, a frequência de adubações é alta e as espécies têm crescimento rápido.
Em um jardim o gramado é a estrutura que exige mais tratos de manutenção, que são:
Limpeza: Após a implantação do gramado e até seu efetivo “pegamento”, o gramado exige a retirada constante das ervas daninhas. Essa prática é de alto custo e baixo rendimento por ser totalmente manual e quando a grama vem “praguejada” da origem, torna-se ainda mais cara.
Corte: Tem por função aumentar o número de brotações, rebaixar o nível das plantas e homogeneizar o crescimento. Em um gramado que não é cortado, as folhas crescem em altura provocando sombra para as folhas e brotos inferiores que secam, formando camadas secas e sem firmeza.
Equipamentos de corte
Podem ser manuais (alfanje, tesoura) ou mecânicos (elétricos ou à gasolina), de carrinho ou costais.
Quando realizarmos o corte devemos cortar a folha e não quebrá-la como observamos comumente.
Remoção da apara
O ideal é cortarmos a grama no período da manhã, deixando-a sob o sol para murchar, tendo o seu peso e volume diminuídos.
Sendo a frequência de corte alta, a quantidade de apare a ser removida será pequena.
Nunca devemos deixar a grama cortada sobre o gramado, pois fermenta formando manchas amareladas.
Refilamento
É feito para estabelecer os limites entre as regiões de crescimento do gramado e outras plantas e também calçadas.
Realizamos o refilamento com pá de jardineiro ou com roçadeira munida de fio de nylon, posicionando-a na vertical, de modo que o fio corte os brotos no impacto com o solo.
As roçadeiras com fio de nylon são excepcionais para este refilamento, mas não prestam para o corte do gramado, pois na verdade, não cortam as folhas, mas sim quebram-nas pelo impacto
Nunca devemos refilar o gramado com a enxada, pois com a sucessão de refilamento expõe grande área de terra nu
O gramado sempre podado tem crescimento dos rizomas (raízes aéreas) no sentido horizontal e aumento do número de brotações. Assim, podemos dizer que a frequência de corte determina a aparência do gramado.
O gramado somente é considerado implantado após o segundo ou terceiro corte.
Seração: Furos com garfo de jardim com 10 cm de profundidade ou outra ferramenta no periodo semestral ou anual para deixar o ar e a água penetrar melhor no gramado.
Salgas: Com areia lavada limpa. Toda de mamona espalhada no gramado ou dissolvida na água. Regas imediatas. É melhor que uréia.
Uréia: Só é usada em gramado muito prejudicado e ressecado. Em último caso aplicar 30 gr por m².
Adubação de manutenção
- NPK da fórmula 10-10-10: Na proporção de 50 a 80 gr por m² de gramado, parcelado em 3 a 4 vezes. Aplicados a partir de agosto, a cada 2 meses. Espalha-se o adubo a lanço e procede-se boa irrigação.
Nitrogenado: 100 gr de sulfato de amônio por m² ou 50 gr por m² de uréia, a cada 2 meses. Espalharmos o adubo a lanço e procedermos a boa irrigação.
Irrigações: Devem ser realizadas quando as chuvas não são suficientes. Usamos o volume de 3 a 4 litros por m² por dia (meia hora por local), principalmente para as espécies mais exigentes como a grama São Carlos e a Esmeralda.
Outras práticas
Cobertura com terra – Essa prática tende a ser abandonada pelo seu alto custo e baixa resposta das plantas.
Teve a sua origem na manutenção de gramados formados com gramas batatais, espécie que desenvolve rizoma de crescimento na superfície do solo, sendo assim muito susceptível a frio e a geada. Para proteção, cobria-se o gramado com terra.
As espécies de grama atuais desenvolvem seu rizomas sob o solo, dessa forma é desnecessária a cobertura realizada antes do inverno.
Adubação orgânica ou cobertura com condicionador – É comum observarmos a colocação sobre o gramado de adubos orgânicos ou turfa.
Isso não traz benefícios para as plantas, pois estes produtos só têm valor quando misturados ao solo. Se permanecerem sobre o solo, o sol acaba destruindo-os.
Pisoteio da grama – Os gramados formados com gramas orientais são de difícil corte. Quando cortados, expõem as folhas secas, degenerando o aspecto do jardim.
Muitos jardineiros ao invés de realizarem o corte, realizam o pisoteio ou ligeira compactação com o objetivo de diminuir o tamanho das pequenas “moitas” (que se formam pelo crescimento típico dessas espécies).
Essa prática tem sucesso se a área do jardim for pequena e o esquema de adubação for bem administrado.