Mecanismos de absorção
Os estômatos são responsáveis pela maior parte da absorção dos nutrientes, mas a própria cutícula que recobre as folhas, quando hidratada, permite a passagem dos nutrientes; ela é permeável à água e às soluções de adubo.
Essa capacidade da cutícula de absorver água e as substâncias nela dissolvidas já era conhecida desde 1949. Existem dezenas de trabalhos experimentais comprovando a absorção da água pela epiderme foliar. Folhas murchas mergulhadas na água ou molhadas pela chuva readquirem sua turgescência.
A água em alguns casos é absorvida pelas escamas, como no caso das bromélias.
Hiltner (1912 e 1924) conseguiu o desenvolvimento de certas plantas, nutridas com solução de sasis minerais, exclusivamente, através da
superfície foliar.
Desde então, o uso das aspersões foliares de nutrientes se difundiu como processo corretivo das deficiências minerais e como adubação foliar, como se usa hoje rotineiramente no caso de muitas culturas.
Para que a solução penetre na intimidade das folhas, seja pelos estômatos ou pela cutícula, é necessário primeiro que ela molhe a superfície onde é aplicada. A capacidade de molhar uma superfície sólida depende do maior contato entre as superfícies, o que é função da tensão superficial do líquido.
Para melhorar essas condições, costuma-se juntar às soluções nutritivas substâncias denominadas agentes umectantes ou molhantes ou surfatantes ou ainda espalhantes-adesivas, que pela sua ação adesiva, impedem que a solução escorra por ação da gravidade; por sua ação umectante dificultam a evaporação da água, mantendo os nutrientes mais tempo em estado iônico em contato com a superfície foliar.
Quanto mais tempo a solução ficar em contato com a folha maisor será a absorção. Esses agentes são detergentes que adicionados em quantidades muito pequenas às soluções diminuem a tensão superficial. Os modernos agentes molhantes também induzem um aumento da adesão moléculas água-cutícula, permitindo melhor contato entre a solução nutriente e a superfície da folha.
Os agentes molhantes permitem também que as soluções vençam a barreira representada pelo ar que, em condições normais, enchem os estômatos.
Fases de absorção
Ela se faz em dois estágios:
- O primeiro, bastante rápido, representa a entrada da solução desde a superfície cuticular cerosa até a intimidade citoplasmática. É a fase não
metabólica.
- Num segundo tempo, que pode demorar horas, a solução é levada à intimidade dos tecidos, constituindo a fase metabólica da absorção.