A desobediência das regas básicas de jardinagem resultará sempre em consequências desastrosas e por vezes irreparáveis defeitos no jardim.
Alguns dos erros mais graves cometidos pelos falsos jardineiros:
- Poda desregrada e inconsequente, mutilando as plantas sem lhes deixar condições de sobrevivência;
- Adição de terra saibrosa, geralmente impermeável nas áreas do jardim;
- Aplicação de adubos sintéticos e/ou defensivos sem conhecer-lhes a dosagem adequada;
- Plantio de árvores em covas rasas ou sobre lajes de concreto, impossibilitando-lhes o desenvolvimento de raízes futuramente;
- Plantio de espécies de plantas sem respeitar suas necessidades básicas de luminosidade, temperatura e teor de umidade;
- Cobertura de gramado com camadas excessivas de terra, provocando o asfixiamento e a morte da grama.
Existem várias espécies de mussaenda, todas pertencentes à família das Rubiáceas.
As mais conhecidas são:
Mussaenda alicia – Conhecida como mussaenda-rosa;
Mussaenda philippica – Conhecida como mussaenda-branca,
Mussaenda erythrophylla – Conhecida como mussaenda-vermelha ou mussaenda-vermelha-trepadeira.
As duas primeiras apresentam porte arbustivo, chegando a atingir cerca de 2 a 3 m de altura; já a mussaenda vermelha é um arbusto escandente que pode atingir até 10 m.
A reprodução das mussaendas se dá por meio da estaquia dos galhos e das pontas dos ramos. A propagação por sementes é bem difícil. Para fazer as estacas, retire galhos floridos de uma planta já crescida. De cada galho, faça estacas de 10 cm, retirando as flores e folhas.
Utilize um hormônio enraizador para estimular a brotação da estaca e “plante-a” num recipiente com palha de arroz queimada, mantendo sempre úmido, em ambiente quente, mas protegido do sol. Normalmente as estacas enraizam num período de 15 dias. Depois disso, retire a muda e faça o plantio.
Observe que as mussaendas precisam de sol pleno e solo rico em matéria orgânica. Para o plantio da mudinha, prepare a seguinte mistura de solo: 1 parte de terra comum – 1 parte de terra vegetal – 2 partes de composto orgânico. As regas devem ser espaçadas, pois a planta gosta de solo úmido, mas não encharcado. Você pode adquirir o hormônio vegetal e o composto orgânico já preparado em lojas de produtos para jardinagem.
Ao planejar um jardim, é necessário avaliar uma série de fatores além da estética, para escolher as espécies vegetais mais adequados. Diferenciar nativas e exóticas é mais um desses fatores.
Mussaenda
Sempre-viva
De forma simples, pode-se definir nativas como plantas oriundas do país onde é cultivada. Por exemplo, diversas espécies de bromélias (Bromeliaceae), helicôneas (Heliconeae) e palmeiras (Palmae) são nativas do Brasil.
Flamboyant
Avenca
Enquanto aquelas originadas de países diferentes do lugar de plantio são denominadas de exóticas. Com isso, em território brasileiro, boca-de-leão (Antirrhinum majus), maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana) e hibisco (Hibiscus rosa-sinensis) são consideradas plantas exóticas.
O uso das primeiras é o mais indicado, já que sendo cultivadas em seu ambiente de origem estão perfeitamente adaptadas às condições climáticas regionais, desenvolvendo-se bem.
A probabilidade de um resultado melhor com seu uso não se compara com a de exóticas. Além disso, ao escolhê-las, contribui-se para sua preservação e também para a conservação da biodiversidade local.
Os riscos
No entanto, o emprego se exóticas não é proibido, desde que haja o cuidado de plantá-las num lugar que ofereça suas exigências de temperatura, luminosidade e umidade. Como necessitam de tempo para aclimatação, é recomendado usar um número pequeno dessas espécies.
Deve-se ter cuidado para não exagerar, pois é muito importante valorizar as plantas nativas dos ecossistemas do país. Outro cuidado primordial, é a contenção do avanço das exóticas, impedindo que se tornem invasoras.
Muitas delas quando introduzidas em uma nova área se adaptam tão bem que acabam originando descendentes férteis. Então, eles se reproduzem, alastrando-se e, assim, representando uma ameaça para a flora original, o que pode provocar sérios impactos ambientais.
A União internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) já considera as exóticas invasoras como a segunda causa mundial de redução da biodiversidade. A primeira é a destruição dos habitats pelo homem.
No Brasil, é exigido um laudo de análise de risco para importação e consequente introdução dessas espécies. No entanto, já há muitas delas disseminadas em todo o território nacional, como a maria-sem-vergonha e o lírio-do-brejo (Hedychium chrysoleucum).
Vantagens
Muitas exóticas aparecem de forma negativa, representando uma ameaça a ecossistemas locais, seja alastrando ou trazendo novas doenças. Porém com controle, é possível utilizá-las sem prejuízo.
O recomendado é a escolha de espécies que exijam condições mais próximas às encontradas em sua região de origem, o que facilita sua aclimatação. Vale destacar ainda que as arbóreas se adaptam mais facilmente do que as herbáceas.
No Brasil, árvores exóticas são comumente utilizadas na arborização urbana. Cássia imperial (Cássia fistula), flamboyant (Delonix regia), ficus (Ficus spp) e jacarandá-mimoso (Jacarandá mimosaefolia) podem ser admirados com frequência nas ruas brasileiras.
No entanto, também é possível encontrar espécies nativas típicas, como ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha), mulungu (Erythrina mulungu), pata-de-vaca (Bauhinia forficata) e pau-ferro (Caesalpinia férrea).
É necessário valorizar mais as plantas nativas, nada contra a introdução de exóticas, desde que sirvam como complemento.
Jardins compostos por nativas apresentam manutenção mais fácil, já que exigem menos cuidados devido a sua adaptabilidade. Além disso, elas criam áreas verdes mais naturais, pois são amostras dos biomas locais.
O ciclame inclui-se entre as poucas plantas que embelezam interiores na época do inverno, produzindo sua delicada floração do Outono até a Primavera. À primeira vista, parece que sua folhagem povoa-se de borboletas coloridas, tal o formato das pétalas características das várias espécies.
Cada exemplar desenvolve-se a partir de um cormo em forma de disco ovalado, grosso e fibroso. Na parte de baixo, assume contornos arredondados, onde nascem as raízes; na superfície superior, o cormo apresenta uma depressão na qual se desenvolvem as hastes das folhas e flores.
Em estado natural, esses cormos contêm muito amido, fato que atrai animais que se deliciam com a planta.
Nas regiões em que isso acontece, às vezes o ciclame recebe o nome popular de pão-de-porco. Outra curiosidade sobre o gênero reside na disseminação de exemplares silvestres cujas sementes são transportadas por formigas, a grandes distâncias.
A espécie Cyclamen persicum, (Ciclame da Pérsia), tornou-se a mais conhecida, assim como as variedades que dela derivaram. As flores, que lembram borboletas, com suas pétalas invertidas, desenvolvem-se a partir da base, sucedendo-se, em constante floração, de maio a setembro.
As hastes florais atingem cerca de 25 cm de altura e carregam uma única flor, que pode se apresentar de diversas cores, entre branco, vermelho, rosa, salmão, púrpura e combinações diferentes. Em algumas variedades, as bordas das pétalas apresentam-se ondulados.
Suas folhas, cordiformes, possuem um caprichoso desenho verde-prateado sobre fundo verde-escuro na maioria das espécies, o que confere à planta um aspecto ainda mais vistoso.
Quando recebe um tratamento adequado, o ciclame dura de três a quatro anos, fornecendo floradas mais profusas a cada inverno, até que complete seu ciclo vital.
O cyclamen persicum do norte da África, Oriente Médio e Creta, possui folhas cordiformes e arredondadas, de fundo verde-escuro e desenhos cinzentos ou verde-prateados. A floração surge na ponta de longas hastes e colore-se de branco, rosa, vermelho ou púrpura.
Ciclamen graecum, da Grécia continental e insular, apresenta desde flores em tons rosa-pálido até nuances mais escuras, aparecendo em março. Possui folhas sedosas, cordiformes, caprichosamente desenhadas em branco-prateado, com bordos mais grossos e rijos.
Ciclamen balearicum, da ilha de Majorca e outras da região, floresce de setembro a outubro. As flores, de delicado tom branco-rosado, apresentam a garganta cor-de-rosa e um leve perfume.
Primavera e verão
Os cuidados de verão reduzem-se ao mínimo, uma vez que o principal período de atividade da planta concentra-se entre maio e setembro. Do final da primavera até meados do outono, o ciclame atravessará a época de dormência. Logo que as hastes secarem, arranque-as do cormo.
Se você deixar tocos, eles tenderão ao apodrecimento. Por isso, no momento de tirar as hastes, procure fazê-lo bem rente ao cormo. Para ter certeza de não danificar a planta, espere que os pecíolos e pedúnculos sequem por completo para arrancá-los.
Durante a época mais quente, apenas umedeça o solo à volta do cormo. Só aumente a quantidade no momento em que a planta rebrotar. Equilibre as regas de verão para não encharcar o composto e nem ressecá-lo.
Outono e inverno
O segredo para se obter um belo exemplar consiste na dosagem correta das regas. Coloque o vaso sobre um prato com água e deixe-o absorver o que necessita, durante vinte minutos. Passado esse período, jogue a água restante fora.
A água que evapora dos seixos nos momentos mais quentes do dia atinge folhas e flores, refrescando-as. Se você regar o ciclame por cima, correrá o risco de molhar excessivamente a depressão do cormo, o que causará o apodrecimento pela base.
Os botões devem aparecer no fim de março ou em abril, numa sucessão de flores que durará até outubro. Nessa época de crescimento, deixe a planta em ambiente com cerca de 10 a 15°C e boa iluminação, evitando o sol direto, a fim de que as flores não feneçam muito depressa.
Adube com fertilizante líquido a cada duas ou três semanas, para auxiliar o desenvolvimento do exemplar.
Esse gênero aprecia um pouco de ar fresco e de umidade enquanto estiver florescendo. Remova qualquer folha ou flor que morrer, dando uma rápida girada em sua haste, de forma que ela se quebre junto à superfície do cormo.
No final da primavera, quando o exemplar inteiro começa a se extinguir, diminua aos poucos a quantidade de água fornecida à planta. Assim, evita-se um crescimento temporão, ajudando-se o inicio do período de dormência. Daí em diante, molhe o composto apenas para que não resseque.
Depois da florada, quando já não houver mais folhas, e se o exemplar estiver muito apertado no vaso, proceda ao replantio. Talvez você precise trocar os recipientes todos os anos, mas só o faça quando as raízes realmente estiverem amontoadas. O ciclame prefere um pouco de aperto para florescer.
Utilize terra adubada – com substratos preparados ricos em matéria orgânica – sobre uma boa camada de pedregulho, para melhor drenagem e sempre em locais protegidos.
Propagação
Quando se tem bastante prática em jardinagem, torna-se possível conseguir ciclames por sementes. Semeie de janeiro a março. Mantenha a sementeira entre 18º e 24°C, em local muito sombreado e quente. Umedeça o solo de leve; as germinações devem aparecer no prazo de cinco a seis semanas.
Transplante as mudas para vasos individuais de 5 cm, umedeça o composto e deixe-os entre 15 e 18°C. Vá trocando o tamanho dos vasos assim que as raízes crescerem demais. Por volta de novembro, os exemplares devem estar em recipientes com 10 a 15 cm de boca. Adube a cada seis semanas. Depois de abril, trate a planta como adulta.
Ao dividir um cormo, remova a terra de suas raízes.
Deixe brotos de folhas nas duas metades. Pulverize o corte com enxofre.
Plante cada metade em vasos separados e mantenha-as em local fresco.
Problemas e soluções
O excesso de água pode levar à descoloração das folhas e, no final, ao apodrecimento das raízes, do cormo e dos caules. Deixe a planta em local mais seco e arejado; corte as partes afetadas e molhe o ciclame com o método do prato com água, nunca diretamente no solo.
Folhas murchas e amareladas revelam que o ar está seco e a temperatura muito alta, ou que a planta permaneceu por longo tempo ao sol. Mude-a para um lugar de meia-sombra que, porém, possua claridade. Deixe o solo úmido e à temperatura de 15 a 18°C.