Elas ganharam notoriedade por estarem vinculadas ao nosso dia a dia como presentes em forma de buquês, arranjos e até sozinhas.
A mais famosas das flores, cantada em verso e prosa por autores de todos os tempos, está ligada Vênus e ao amor. Acredita-se que ela tenha surgido na Pérsia e conquistadores árabes a tenham levado para outras partes do mundo.
Já no ano de 330 AC os gregos usavam perfumes de rosas e até acreditavam em seu poder de curar o cansaço mental. O perfume da rosa estimula a conquista, afeto, beleza, artes, inspiração, romance, sentimentos e nobreza.
Cuidados básicos
1. Luminosidade: De preferência, num local ensolarado e bem arejado. Para florescer bem e praticamente o ano todo, a roseira precisa de sol pleno, ou seja, pelo menos de 6 a 7 horas diárias de luz solar direta.
2. Solo: As roseiras podem se desenvolver bem em qualquer tipo de solo, mas é preferível garantir uma terra mais para argilosa, que tenha boa drenagem. O solo rico em húmus é especialmente benéfico para as rosas. Quanto ao pH, o índice ideal situa-se entre 6 a 6,5 na maioria dos casos (correção observada por Cirilo Gruszynski – Eng. Agrom. M.Sc.).
Em lojas de produtos para jardinagem, é possível adquirir kits para medir o pH do solo. Se for necessário fazer a correção, uma boa dica é a seguinte: a adição de 150g de calcário dolomítico por m2 de canteiro eleva em 1 ponto o índice de pH; por outro lado, 150g de sulfato de ferro por m2, diminui o pH em 1 ponto.
Como isto é muito variável de região para região (tipo de solo) e também é uma escala logarítmica é mais inteligente buscar auxílio de algum técnico local e principalmente, no caso de uma escala maior, fazer uma análise do solo.
3. Água: logo após o plantio das mudas e até a primeira floração, regue moderadamente, mas todos os dias. Depois disso, recomenda-se regar uma vez por semana no inverno e duas vezes por semana em época de seca. Na temporada de chuvas é possível até suspender as regas. Uma dica: a terra deve permanecer ligeiramente seca entre uma rega e outra.
4. Temperatura: a temperatura ideal fica entre 25ºC e 30ºC. Por períodos mais curtos a planta suporta temperaturas entre 10ºC e 40ºC.
5. Vasos: em canteiros, cerca de uma semana antes de plantar as mudas, cave bem a terra até cerca de 40 cm de profundidade. Para cada m2 de canteiro, incorpore uma mistura de 15 Kg de esterco curtido de gado e 200g de farinha de ossos. Em vasos utiliza-se carvão vegetal ou vermiculita misturadas a argila.
6. Replantio: se o plantio for feito com mudas envasadas (normalmente vendidas em sacos plásticos), não há restrição para o plantio: pode ser feito em qualquer época do ano, mas os especialistas recomendam evitar os meses mais quentes, sempre que possível.
Já para o plantio com mudas chamadas de “raiz nua”, o período mais indicado vai da segunda metade do outono à primeira metade da primavera.
Existem vários tipos ou variedades de roseiras (silvestres, híbridas-de-chá, sempre-floridas, miniaturas, rasteiras, arbustivas, trepadeiras e cercas-vivas) e o espaçamento vai depender da variedade de rosa que estiver sendo plantada.
É possível basear-se no seguinte:
- arbustivas: 1 metro entre as mudas;
- trepadeiras: de 1 a 2 metros entre as mudas;
- cercas-vivas: 50 a 80 cm entre as mudas;
- híbridas-de-chá e sempre-floridas: 50 cm entre as mudas;
- miniaturas: 20 a 30 cm entre as mudas;
- rasteiras: 30 cm entre as mudas.
7. Ventilação e umidade: recomenda-se um local arejado, para evitar a o surgimento de fungos nas folhas e flores, especialmente em regiões chuvosas.
8. Adubação: de preferência, deve-se fazer de 2 a 3 adubações anuais: a primeira logo após a poda anual (entre julho e agosto); a segunda entre novembro e dezembro e a terceira entre os meses de janeiro e fevereiro. A melhor adubação é a orgânica, baseada em esterco animal, composto orgânico, farinha de ossos e torta de mamona.
As quantidades, para cada metro quadrado de canteiro, são as seguintes:
- 10 litros de esterco curtido ou 2 Kg de composto orgânico;
- 200g de farinha de ossos;
- 100g de torta de mamona.
Espalhe a mistura em volta das plantas e incorpore-a ao solo, tendo sempre o cuidado de espalhar o adubo com uma distância suficiente do caule e das raízes.
Na primeira adubação, a rosa vai precisar de bastante água, apesar dela não gostar muito disso. Nesse período, o ideal é que a rega aconteça duas vezes por semana. Quando surgirem as flores, uma vez por semana é suficiente. Em 60 dias vão surgir os primeiros botões de rosa.
9. Reprodução:
Estaquia: As rosas encontradas no mercado são quase todas híbridas, ou seja, resultado do cruzamento de espécies diferentes.
A propagação dessas rosas por estacas é pouco ou nada eficiente, uma vez que a capacidade de enraizamento é baixa e as plantas não se desenvolvem bem sobre as próprias raízes, diferentemente das rosas silvestres, multiplicadas normalmente por estaquia.
Em lugares de clima frio, é até possível conseguir que uma estaca de rosa híbrida brote com sucesso, mas as mudas serão sempre inferiores à planta matriz.
Borbulhia: O método usado normalmente para se produzir uma muda de rosa é a enxertia por borbulhia. Para isso, utiliza-se como cavalo uma espécie silvestre, onde se enxerta a gema de uma híbrida.
As rosas silvestres têm poucos espinhos e quase não produzem flores no Brasil, por serem nativas de regiões frias. A mais comum delas é a rosa multiflora, cujas flores são pequenas e brancas. Também são usadas para enxertia Rosa indica e Rosa manetti.
Veja como se faz corretamente uma muda de rosa pelo método da borbulhia:
1) A muda para o cavalo pode ser feita com estaca de rosa silvestre, deixando-se apenas uma gema (parte do galho de onde sai a flor) e inutilizando as restantes.
Em 60 dias, no verão, ou 90 dias, no inverno, ela já se desenvolveu o suficiente para receber o enxerto.
2) Com um canivete, retira-se uma gema da rosa híbrida que se deseja reproduzir junto com um pedaço da casca (a parte lenhosa que fica aderida à casca deve ser retirada).
3) Na base do caule da planta usada como cavalo faz-se um corte em forma de “T” com canivete.
4) Cuidadosamente, a gema é introduzida dentro do “T”.
5) Amarra-se bem o local com um fitilho próprio para isso ou uma tira de plástico preto comum.
6) Em cerca de dois meses, o local onde a gema foi enxertada incha. Se foi usado um plástico comum, deve ser cortado. No caso do fitilho, o próprio broto fura-o.
7) Os galhos do cavalo são, então, cortados para que o broto da gema enxertada se desenvolva. Em dois meses, no verão, ou três, no inverno, a planta começa a florescer.
10. Podas
A primeira poda deve ser feita cerca de um ano após o plantio e repetida todos os anos, entre os meses de julho e agosto, no fim da lua minguante. Para fazer a poda, o ideal é usar luvas e uma boa tesoura, com corte firme, que não masque. Se isto ocorrer, a planta pode ficar com lascas e a parte do corte, estragada.
Assim que terminar a primeira floração, é preciso fazer uma poda de limpeza, cortando de duas a três folhas abaixo do botão. Se isso não for feito, a flor não brotará e o crescimento, irá parar.
Os dias frios do inverno são ideais para se fazer a poda das roseiras, tão importantes para incentivar o surgimento de novos brotos e aumentar a floração.
A maioria das plantas necessita de podas regulares para que seu crescimento e desenvolvimento ocorram satisfatoriamente mas, sem dúvida, para as roseiras as podas são indispensáveis.
O período propício para se proceder a poda das roseiras é durante o inverno, entre os meses de julho e agosto. Isto porque, as roseiras entram numa espécie de dormência quando a temperatura cai para próximo de 10 graus C.
Existem vários tipos de roseiras e, evidentemente, uma poda especial para cada tipo:
Poda Baixa: Ideal para rosas-rasteiras, híbridas-de-chá , sempre-floridas, miniaturas e biscuit. É considerada a poda mais drástica.
Deve ser feita também, de tempos em tempos, nas roseiras trepadeiras, cercas-vivas e arbustivas, para rejuvenescer as hastes e favorecer uma floração abundante.
Para realizá-la, comece fazendo uma limpeza, cortando todos os galhos secos, velhos, fracos e mal formados. A seguir, corte todas as ramas a uma altura de 20 a 25 cm, tendo como base o ponto de enxerto. Para favorecer a brotação, faça o corte em diagonal, sempre 1 cm acima da gema mais próxima.
Poda Alta: Recomendada para cercas-vivas e roseiras arbustivas. Primeiro faça uma limpeza de todos os ramos velhos, fracos e mal-formados. Depois, tomando como base o ponto de enxerto, faça a poda na altura de 80 cm a 1 metro.
Deixe as hastes mais fortes um pouco mais longas e procure manter uma altura adequada ao local onde a roseira está plantada. Este tipo de poda pode ser usado também para as roseiras trepadeiras e silvestres, só que um pouco mais suave.
Poda Parcial: Indicada para roseiras silvestres e trepadeiras, que produzem hastes longas, com 3 a 4 metros de comprimento. Durante o primeiro ano de crescimento, estas hastes não florescem, sendo o período ideal para educar seu crescimento.
Comece fazendo a limpeza das hastes secas, velhas e fracas. A seguir, poda-se as outras hastes, na medida de 1/3 de seu comprimento total. O restante da haste deve ficar preso ao tutor, em forma de arco, para que todas as gemas aparentes possam brotar.
11. Os vilões – principais pragas
- Pulgões: São os mais comuns. Sugadores, causam deformações nas partes atacadas, principalmente brotos novos e botões. Combata-os, de maneira mais natural, com calda de fumo.
- Ácaros: São quase invisíveis a olho nú e se localizam, em colônias, na parte inferior das folhas, causando grandes prejuízos. A aplicação de enxofre solúvel pode servir como prevenção.
- Trips: Pequenos insetos voadores que deformam as flores, logo no início da brotação. Em grandes ataques, podem destruir completamente a planta, por essa razão, necessitam de um controle químico, sob orientação.
- Formigas-cortadeiras: Fazem mais estragos nas folhas e brotos. Iscas formicidas costumam ser bem eficazes.
- Besouros: A variedade é grande, mas as vaquinhas são as que mais destroem as flores. Também precisam de combate químico, quando o ataque for grande.
- Mofo-cinzento: Doença causada por um fungo que tem preferência pelas flores e botões. Costuma ocorrer em épocas de chuvas prolongadas e muita umidade. Pode-se prevenir o problema com a aplicação de fungicidas.
- Mofo-branco: É o famoso oídio, que não escolhe época para atacar. Os botões e as folhas são os alvos preferidos. A prevenção pode ser feita com os mesmos fungicidas usados para controlar o mofo-cinzento e o combate é reforçado com enxofre solúvel.
- Mancha-preta: Ataca as folhas, amarelando-as e derrubando-as. Costuma atacar mais quando há mudanças bruscas de temperatura. Também pode ser prevenida com fungicidas.
- Míldio: Surge com mais freqüência nos períodos quentes, quando há excesso de chuvas. É uma doença devastadora, capaz de destruir brotos novos e folhas e, se não for controlada, mata mesmo a planta. Qualquer suspeita de ocorrência deve ser rapidamente combatida com produtos específicos existentes nas casas especializadas em produtos agropecuários.
Importante: Todo e qualquer produto químico deve apenas ser aplicado segundo a recomendação do fabricante e só deve ser adquirido após consulta com um técnico especializado, que poderá fazer a prescrição do receituário agronômico.