Apesar de atingir, em determinadas espécies, altura superior a 20 m, a samambaiaçu, mais conhecida como xaxim, ou pelo nome científico Dicksonia Selowiana, pode ser reduzida a nada se a proibição do uso comercial não for cumprida.
Uma resolução do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) 278/2001, que veta o comércio, coloca a planta endêmica da Mata Atlântica, na lista oficial do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de espécies brasileiras ameaçadas de extinção, em razão de sua grande utilização destinada a floricultura e à jardinagem.
A valorização do xaxim e das samambaias em geral são um comportamento típico da moda, como já aconteceu com outros tipos de plantas em determinadas épocas, como os antúrios por exemplo, que há 20 anos eram muito procurados no país. “Se a moda é comprar xaxim então todas as donas de casa compram, mas se houver uma conscientização tanto de quem vende como de quem compra, o xaxim poderá ser poupado”.
O xaxim foi introduzido nos jardins e casas para o cultivo de orquídeas. Os orquidófilos foram os primeiros a utilizar o xaxim para o cultivo dessas plantas. Por serem mais baratos que os vasos de barro, o xaxim passou a ser consumido em grande escala.
A difusão por plantas ornamentais dentro de residências em todo canto do país favoreceu o costume e tornou a utilização mais corriqueira. Com o passar do tempo, a extração e procura pela planta vem sendo bastante discutida e analisada por protetores e defensores ambientais.
Uma pesquisa mostra que a floresta das Araucárias, nos estados do sul do país é a maior área de ocorrência do xaxim na Mata Atlântica e é onde mais se têm dados da exploração da planta.
O substituto do xaxim – Para aliviar um pouco a exploração da samambaiaçu, uma das alternativas foi a descoberta da utilização da fibra de coco, chamada popularmente por coxim, casca triturada de Eucalyptus grandis misturada com carvão vegetal.
O coxim tem aparência semelhante ao xaxim, facilidade de manuseio, grande retenção de umidade, resistência, durabilidade, boa aeração, drenagem, mesma composição de nutrientes, ph adequado e processo de industrialização mais barato.
As desvantagens são que o consumidor tem de ter um pouco de paciência quando o vaso é novo, pois demora a reter umidade, o que faz com que ele deva ser emerso em água durante certo tempo antes da sua utilização.
O coxim apresenta concentração de nutrientes muito alta, que pode não favorecer o desempenho da orquídea. Apesar das desvantagens, o coxim ainda é o substituto mais próximo do xaxim e o importante é sempre pesquisar para aprimorar o produto.
As varias utilidades do coxim – Tomar água-de-coco é bom, mas como se livrar da casca? Na verdade, da casca do coco, a indústria produz fibras longas e curtas que servem para preencher colchões, compensados, divisórias e bancos de automóveis.
No caso das fibras curtas ou o pó da casca, o aproveitamento é para a utilização como adubos orgânicos por serem mais ricos em potássio e nitrogênio. O uso desse tipo de adubo é feito pelas fazendas que produzem flores, principalmente na região sudeste do país.
Para a produção da fibra, a receita é bem simples, pois com apenas seis cocos produz-se 1 quilo de fibra. Ao sair da máquina, a fibra é seca no sol e depois levada a uma prensa que a transforma em fardos de 100 quilos.
A extinção – Além do xaxim, outra espécie que preocupa os botânicos em mesma escala, são as orquídeas. De acordo com a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagem em Perigo de Extinção, concluída em Washington em 3 de março de 1973, espécies do gênero Orchidaceae ou popularmente conhecida como orquídea em estado silvestre também estão ameaçadas de extinção.
A orquídea é uma planta que vive sobre outro vegetal sem retirar seiva, apenas se apoiando para manter sua sobrevivência. Assim como as orquídeas, o xaxim vem sendo explorado há anos e o maior problema é que, apesar da planta ser retirada em grande escala da natureza não é realizado o manejo das espécies replantando na mesma proporção da extração, além do que o seu crescimento é muito lento, o que dificulta uma reposição em curto prazo.
Assim como outras espécies que também correm perigo de um dia não existir mais, o importante é procurar uma forma de amenizar o uso e a extração habitual, criando leis e grupos para discutir o problema. Dessa forma a necessidade das práticas de desenvolvimento sustentável tornam-se emergenciais, reafirmando que homem e natureza podem viver, trabalhar e se desenvolver mutuamente.